sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

HOMENAGEM PAULISTA AOS PAULISTANOS

MEMÓRIA PAULISTA
"AINDA ONTEM, HÁ EXATOS 65 ANOS EM COSMÓPOLIS"
“Parabéns São Paulo de Piratininga, salve os PAVLISTAS”

  Na garrafinha, produzida exclusivamente para a celebre data, os dizeres moldados no vidro: “Lembrança do IV Centenário de São Paulo da cidade de São Paulo- 1554 / 1954”.

Produção comemorativa da “Levy e Levy” de Limeira-SP, uma das indústrias do celebre Major José Levy Sobrinho e irmãos.

A base principal do icônico produto era obtida dos canaviais cosmopolenses, toneladas e toneladas de cana de açúcar, excepcionalmente cultivadas para a produção da memorativa “água ardente”.


Os antigos trenzinhos da Carril Funilense, quem sabe até, a máquina exposta na Praça dos Ferroviários, transportavam a preciosa safra para a vizinha Americana. Nos alambiques da histórica Usina Salto Grande, produzia-se a cachaça das canas cosmopolenses.

Processo de produção que iniciou-se em 1952, dois anos antes das comemorações do “IV Centenário de São Paulo”, celebrado em 25 de janeiro de 1954.

A “Levy e Levy”, iniciou as produções em parceria com o grupo agrícola Usina Ester, proprietária na época, do maior complexo açucareiro do mundo, reunidos em 5 usinas e milhões de alqueires de cana.


A água ardente dos canaviais cosmopolenses, produzida nas moendas e alambiques de Americana, ficaria dois anos armazenada em gigantescos toneis de carvalho. Curtindo nos toneis, apurando sabor, e a típica cor amarelada da madeira.

No fim do ano de 1953, era engarrafada e embalada em papel ilustrativo sobre a data, contando a história da cidade, enaltecendo a memória bandeirante, e a marca oficial das celebrações.
Escolhida em um concurso realizado pela prefeitura, o símbolo registrava todos os produtos comemorativos, os quais, tinham parte das suas rendas, destinadas às obras assistenciais da capital.

A garrafinha da Levy, tinha destino certo e compradores aguardando o produto, selecionadas casas comerciais da capital e interior, vendido nos dias das festividades do “IV Centenário”. Então celebrados durante todo o mês de janeiro, caracterizava-se por inúmeras festividades artísticas e culturais, e as inaugurações de importantes obras e monumentos, em memória da histórica data.

Considerada uma das maiores celebrações comemorativas da história nacional, a data ficou marcada por incontáveis produções comerciais.

Existiam álbuns de figurinhas, cadernos, selos, enciclopédias especiais, pratos de parede, jogos de jantares e mesa, utensílios domésticos, instrumentos musicais, brinquedos, e incontáveis músicas compostas em homenagem à capital.

CARAVANA COSMOPOLENSE 
Atendo ao convite do prefeito de São Paulo, Jânio Quadros, o então prefeito de Cosmópolis, Francisco Fontinha do Nascimento e comitiva, estiveram presentes nas celebrações.

Fontinha Nascimento, exercia profissionalmente o cargo de diretor na Usina Ester, sendo o último prefeito da “Era da Cana”, alusão aos representantes eleitos pelos votos dos funcionários da empresa e fornecedores de cana.

Para representar o povo cosmopolense, o prefeito e diretor da Usina, escolheu um grupo de crianças das coloniais, simbolizando nos jovens, a perseverança no presente e as esperanças do futuro.

Rumo à capital Bandeirante, uma grande comitiva de prefeitos e representantes públicos de toda região, partiu em jardineiras e trens. A comitiva cosmopolense chegou na madrugada do dia 25 de janeiro de 1954, transportados pela moderna jardineira da “Auto Viação Cosmópolis”, conduzido pelo saudosos Zeca Klingohr.

Parabéns São Paulo pelos 465 anos de fundação!!!
Orgulho cosmopolense, em ser uma das 644 filhas desta capital

LEVY E COSMÓPOLIS 
Nome de bairros, estádio de futebol, museu, e importante avenida em Limeira. O Major Levy foi um dos mais celebres empresários paulistas, empreendendo em inúmeras áreas comerciais, como a agricultura, indústria e bancos.

Político, foi um dos primeiros secretários de agricultura do Estado de São Paulo, percursor da introdução da laranja no Estado, transformou sua terra natal, a cidade de Limeira, na capital mundial da laranja.

O novo “ouro verde paulista”, ouro laranja, mudava a paisagem de Limeira, assim como, de toda região, acostumada até então, pelos cafezais e canaviais.

Na gestão do Major Levy Sobrinho, foi implantado as beneficiadoras do bicho da seda, os famosos centros de Sericultura.

Em 1938, a região do atual terminal Rodoviário (popular bairro do Baguá), foi projetada como a primeira área industrial de Cosmópolis. Nesta região, seriam instaladas as indústrias têxteis, tecelagens e beneficiadoras de algodão.

Parte desta aérea industrial, seria destinada ao cultivo de amoreiras, principal alimento do bicho da seda. Os lagartos consomem as folhas das amoreiras, produzindo na confecção dos seus casulos, o precioso fio da seda.

Na atual Escola GEPAN, ficava localizado o Centro de Sericultura, responsável pela compra dos casulos de seda, fornecimento e cultivo de amoreiras, e instruções aos novos agricultores.

Parte dos casulos de seda, eram revendidas diretamente as tecelagens cosmopolenses, e outra parte, a Levy agrícola e Importações, empresa pertencente ao grupo industrial do Major.

Na época, o grupo presidido pelo Major Levy, foi um dos maiores produtores e exportadores de fios de seda do mundo. Principal responsável pela modernização das tecelagens, e pioneiro na produção da seda no Brasil.

A primeira indústria instalada na área cosmopolense, foi a Tecelagem Urca, atraindo a criação de outras inúmeras tecelagens no complexo público. A empresa com sede no Rio de Janeiro, foi instalada em Cosmópolis, por intermédio do Major.

Major Levy Sobrinho faleceu aos 72 anos de idade, em 22 de janeiro de 1957, na Fazenda Itapema, em Limeira.

Texto e fotos Adriano da Rocha
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