quarta-feira, 6 de junho de 2018

UMA VIDA DEDICADA À CARIDADE

IRMÃS CALVARIANAS
Texto e foto Paróquia Santa Gertrudes

Quem é essa missionária que atravessando os mares dedicou sua vida durante 45 anos aos povos do Continente africano?




  Cecília Speglich nasceu em Valinhos-SP, no dia 19 de abril de 1927. Era a terceira filha de cinco irmãos. O ambiente familiar era Cristão e favoreceu o surgimento de sua vocação religiosa.

Tendo feito contato com as irmãs Calvarianas, inicio o postulado com 20 anos de idade. Terminada sua formação inicial, fez seus primeiros votos no dia 25 de janeiro de 1950 e recebeu o nome de Irmã Marta Maria.

Sua primeira missão foi em Catanduva, dedicando sua vida na catequese e no trabalho junto às crianças.

Em 1952 foi enviada para São Paulo, onde assumiu a catequese da Paróquia Santa Teresinha. Neste tempo foi criada a escola primária, junto à casa das irmãs e precisava de espaço físico para se instalar.

Foi então iniciada a construção do prédio da Casa Provincial para acolher a comunidade e o Noviciado ,deixando o antigo prédio para a escola.
Irmã Marta se empenhou com persistência, entusiasmo e coragem nessa construção que se tornou o coração da Província Brasileira.

Quanto sacrifícios para obter ajuda, pois os recursos eram escassos. Irmã Marta não conhecia descanso.

Em 1962, respondendo ao apelo da Igreja e da Congregação, e tomada por um grande ardor missionário, Irmã Marta partiu confiante naquele que a enviou em missão para o Continente Africano.

Em seu trabalho de evangelização se colocou inteira a serviço do povo africano. Enfrentou com amor e generosidade, o calor, cansaço, malária, a língua e os costumes diferentes, a alimentação, as longas distâncias.

Seu grande amor a Jesus Cristo sustentou-a nas dificuldades inerentes à missão, seja no aspecto cultural, religioso e social.

Esteve na Costa do Marfim durante 32 anos como missionária. Mas seu zelo missionário levava mais longe.

Em 1994 Irmã Marta foi enviada a Boké, na Guiné-Conakri, onde permaneceu firme doando sua vida na missão, ainda por mais 13 anos.
Tendo regressado ao Brasil, em 2007, continuou a sua missão em Cosmópolis.

IRMÃ DOS COSMOPOLENSES 
Seus limites de saúde não lhe permitiram realizar suas longas caminhadas ao encontro das pessoas.
Assumiu então a catequese de adultos da Paróquia Santa Gertrudes. E com carinho ela ajeitava os horários de cada um, para que pudessem ser preparados para os sacramentos!

Graças a ela, muitos foram batizados e crismados. Quantos tiveram a alegria de receberam o sacramento da reconciliação e da Eucarístia pela primeira vez.
Outra ocupação da Irmã Marta foi a Pastoral das Vocações, tanto na Àfrica como no Brasil.

Em Cosmópolis não podendo ser presença direta junto aos jovens organizou grupos de bordados e corte e costura para mulheres.
Esses grupos tinham dupla finalidade: aprendizagem e colaboração.

A cada ano organizava um grande bingo com os trabalhos que esses grupos produziam cuja renda era orientada para a Pastoral Vocacional.

Esta incansável missionária Calvariana soube viver as recomendações do nosso fundador o Beato Pierre Bonhomme: “Ganhemos almas! Repousaremos no céu!”

Obrigado Irmã Marta por sua paixão Missionária, por sua fidelidade ao apelo do Senhor em sua vida e pelo grande amor aos pobres, aos pequenos, aos necessitados.

Agora na casa do Pai, interceda por seus familiares, pela Família Calvariana e por todas as pessoas que passaram por sua vida e se beneficiaram com sua ajuda, com seus ensinamentos e com seu exemplo de Maria Santíssima !

Eternas saudades e nossa eterna gratidão...”.
Paróquia Santa Gertrudes de Cosmópolis !

terça-feira, 5 de junho de 2018

LUTO COSMOPOLENSE

IRMÃS CALVARIANAS

ADEUS IRMÃ MARTA
Texto Adriano da Rocha
Foto Acervo Congregação Nossa Senhora do Calvário


   Uma vida inteira dedica a fé e caridade, sendo mais de 70 anos consagrados à Cristo. Entre as Irmãs Calvarianas, o edificante significado da ordem em Cosmópolis.
Aos 91 anos de idade, faleceu nesta segunda-feira (5), a caridosa Irmã Marta, uma das irmãs da Congregação Nossa Senhora do Calvário.

MISSA DE CORPO PRESENTE E SEPULTAMENTO
O corpo será velado na Igreja Matriz de Santa Gertrudes, com chegada prevista às 21h30. Serão realizadas duas missas de corpo presente (Exéquias), nesta noite às 22h00, e na manhã de terça-feira (06), às 10h30.
Após término da celebração litúrgica, o corpo será transportado para Campinas, onde acontecerá o sepultamento no Cemitério da Saudade.

NOSSA GRATIDÃO E ORAÇÕES
Irmã Marta foi escolhido como seu novo nome, mestra no seu significado aramaico, nome da irmã de Maria e Lázaro, uma das mulheres que acompanharam Jesus Cristo, do seu Calvário à Ressureição.

O nome, transcreve com todos seus significados, a vida desta irmã de todos, que dedicou sua existência aos seus irmãos.

Enérgica pastora da fé, pregadora da palavra divina, exercendo os sagrados ensinamentos, nos seus atendimentos aos aflitos. Foram quase 10 anos desta vida religiosa, destinados ao povo cosmopolense.

Na cidade escolhida pela Igreja, como seu novo testemunho da fé, exerceu as mais beneméritas funções.
Irmã Marta, foi professora da palavra, catequista responsável pela formação de centenas de jovens, pastora nas capelas e igrejas, consoladora dos enfermos, “mãe” dos necessitados.

Exercia a comunhão aos enfermos, mesmo com as complicações geradas pela idade, prestando assistência domiciliar onde fosse chamada, atendendo com paciência e total dedicação aos acamados.

Sua presença no Asilo Irmã Rosália, e nos leitos do antigo Hospital Santa Gertrudes, tinham sempre a companhia da querida Irmã Lúcia (94 anos), fiel amiga e irmã de congregação. Suas presenças, sempre sorridentes, traziam paz e esperanças aos visitantes.

Quem nas ruas de Cosmópolis, sentiu o triste misto da fome com o frio, recebeu de suas mãos caridosas o alimento e o agasalho. Acompanhada das outras irmãs e voluntários da comunidade, durante anos, foi uma das responsáveis pela distribuição de roupas e sopão nas noites.

Antes da vinda para Cosmópolis, Irmã Marta exerceu serviços voluntários em diversas cidades, estando durantes anos prestando missões pastorais de ajuda na África.

ROGAI POR NÓS Neste triste momento da despedida, nossa homenagem e orações, a filha que volta aos braços do Pai.
Quem crê nas palavras ensinadas pela Irmã Marta, tem a certeza, que sua morte é apenas uma passagem, assim Cristo nos garantiu.

Sim, a saudade machucará nossos peitos, mas traz consigo a esperança do reencontro.

Com a frase de antigo canto litúrgico, muitas vezes exaltado nas missas do amor eterno, dedicada aos nossos entes queridos, encerro nossa homenagem a Irmã Marta.

Está mesma canção, glorificada na Igreja Matriz de Santa Gertrudes, nos traz a esperança deste reencontro com a Irmã Marta, e um balsamo nas dores.

“Vem, e eu mostrarei que o meu caminho te leva ao Pai, guiarei os passos teus e junto a ti hei de seguir. Sim, eu irei e saberei como chegar ao fim. De onde vim, aonde vou: por onde irás, irei também”.

Intercedei Irmã Marta junto à Deus por seus irmãos, assim como fizestes em vida, rogai pelo povo cosmopolense, igualmente como nós fazemos por vós agora e sempre, Amém...

Texto Adriano da Rocha
Foto Paróquia Santa Gertrudes


sábado, 2 de junho de 2018

LUTO COSMOPOLENSE


MEMÓRIA COMERCIAL
ADEUS ADÍLSON TERGOLINO
Texto Adriano da Rocha
Fotos Acervo familiar


 Botequeiros e colonada de luto, Cosmópolis perde um dos mais fiéis trabalhadores do comércio popular, referência da região central, querido personagem de muitas histórias.
Na baixada da Avenida Ester, o “Bar dos Tergolinos” está fechado, novamente a velha porta de aço recebe um cartaz. Escrito com profunda tristeza, as poucas palavras que transcrevem a dor do coração:” Fechado por Luto”.

O mais triste anúncio, exposto em um comércio aos clientes e amigos, a morte de um dos seus proprietários. O Bar que representa a continuidade de uma tradição familiar, nesta manhã de sábado, representa a dor da despedida.

Aos 79 anos de idade, faleceu na sexta-feira (01), o querido Adílson Tergolino, um dos irmãos do tradicional “Bar dos Tergolinos”.

VELÓRIO E SEPULTAMENTO
O corpo aguarda aos familiares e amigos no Velório municipal, o sepultamento será realizado às 14h30, no Cemitério da Saudade, em Cosmópolis. Adílson deixa viúva Dona Elga, filhos e netos


COLONO, OPERÁRIO E BOTEQUEIRO
Em fevereiro de 2018, o “Bar Irmãos Tergolino” completou 73 anos de fundação, marcando quase dois anos da morte do saudoso Osmar, falecido em setembro de 2016.

Prosseguindo a história iniciada pelo patriarca José Tergolino, continuavam os trabalhos nos balcões, os irmãos Odair, Adílson e filhos.

Adílson era o mais reservado dos quatro irmãos Tergolinos, sempre sereno e paciente nos atendimentos. Começou ainda adolescente seus trabalhos nos balcões, quando no início dos anos de 1950, o pai comprava à parte dos sócios, tornando o comercio familiar.

O Bar, surgiu em fevereiro de 1945, quando a direção da Usina Ester, abriu espaço para criação de um bar e mercearia, onde seriam atendidos colonos e visitantes.

Adílson trabalhava no bar e Usina, revezando seus afazeres com os irmãos, também funcionários da indústria açucareira.

Nos balcões atendendo a colonada e gente da Villa, os irmãos Odair, Adilson, José e Osmar, nos comandos os pais, Zé Tergolino e Dona Gioconda Marascalchi.

O modesto bar possuía uma das cadernetas mais extensas de toda Cosmópolis, com mais de 500 clientes registrados.

Raramente, os compradores não honravam os pagamentos das contas, afirmavam sempre os irmãos. O colono recebia em uma fila na Usina, e na mesma hora, entrava em outra fila no bar, para pagar suas despesas.

E como não comprar, o bar vendia de tudo, dos doces da Campineira, peças gigantesca de mortadela, mozarela e salame, figurinhas esportivas, bolinhas de gude, bodoques, “maçãzinha” da Scorcione, pinga do Salto grande, Conhaque Presidente, cerveja Columbia de Campinas e produtos da Companhia Antarctica Paulista. Não esquecendo dos salgados, conservas e comportas de doces, produzidos pela família.

O bar permaneceu ao lado do campo da Funilense, até os anos de 1990, quando a nova administração da Usina Ester, exigia a entrada do antigo prédio.

Em 1997, depois de 52 anos de história no local, Adílson e os irmãos, entregavam o prédio para empresa. Seguindo o novo projeto de ampliação da Usina, o prédio e todo complexo de festas, seriam demolidos anos depois.

21 ANOS NA VILLA
Os três irmãos Osmar, Odair e Adilson, começavam a nova história do bar na cidade, ou como dizia a colonada, na Vila. Em 1997 era reinaugurado o "Bar Irmãos Tergolino" na Avenida Esther, esquina com a Rua Max Herget.

O ponto degastado e esquecido, era recriado pelos irmãos, surgia uma nova freguesia, a família trazia credibilidade e respeito ao local. O bar tornava-se um reduto de ex colonos, uma verdadeira referência fora da Usina.

Em 20 anos da nova história na “villa”, Adílson e os irmãos, tornaram-se uma nova referência na cidade. O Bar Tergolino transformou-se em uma pequena colônia de amigos, um reduto de saudosistas da velha Cosmópolis e Usina Ester.

Por motivos de saúde, Adílson estava afastado do exaustivo trabalho nos balcões. Mas como impedir um “botequeiro” com mais de 60 anos de balcão, de não exercer seu oficio?

Sempre que possível, ele voltava aos balcões, nem que fosse para supervisionar os preparos do inigualável “torresmo dos Tergolinos”. A iguaria mais famosa do tradicional boteco, marca dos irmãos na cidade, assim como as porções mistas, e o atendimento sempre amigo e cordial.

MEMÓRIAS E SAUDADES
Cosmópolis realmente perde um querido personagem, um “patrimônio” da história da Usina Ester. Adílson não foi apenas um dono de bar, servia aos cliente exercendo com muita paciência, a função de conselheiro das mais infindas situações.

Ouvia com calma e atenção, as histórias contadas por cada cliente, fosse sobre a situação da cidade ou do time favorito, era imparcial, porém nunca omisso nas opiniões sobre os assuntos.

Atendia à todos com afetividade, as histórias contadas no seu balcão, eram ouvidas por uma pessoa que viveu cada palavra.

Os sinceros sentimentos aos familiares e amigos, principalmente a grande “família Usina Ester”. Adílson foi um dos nossos mais dignos trabalhadores do comércio, pessoa que fez história em Cosmópolis, orgulhando sua terra.

Vá em paz Adílson, olhai por todos aqui, não esquecendo da sua querida Cosmópolis. Forças aos familiares!!! Coragem Odair, para continuar firme à história do Bar Irmãos Tergolino, tenha certeza, rogando por ti seus irmãos estão no céu!!!

Adeus Adílson, não esqueça de pedir ao Criador por nossa Cosmópolis, e que você possa servir essas bênçãos aí de cima!!!
Texto Adriano da Rocha
Fotos Acervo familiar
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