sábado, 30 de novembro de 2013

69 ANOS DE EMANCIPAÇÃO


  O Cosmopolense sonhava em ser um cidadão de sua própria terra, sofria há décadas com o descaso da cidade de Campinas, cidade Mãe, que somente lembrava-se da filha Cosmópolis ao ir buscar em sua casa toda a fartura da sua mesa. O povo se uniu, o povo foi à luta, enfrentou com coragem toda a região, uma enorme legião, sempre contrária por medo ou despeito, a emancipação da Vila de Cosmópolis. Anos de batalhas, poucas ganhas e tantas perdidas, muitos eram os obstáculos, muitos eram os inimigos que conspiravam contra a liberdade do Cosmopolense, tudo era difícil e dito impossível pelos incrédulos e pessimistas. O Cosmopolense não desistiu do seu sonho, encontrava coragem e inspiração no sonho de tornar-se cidade, ao lembrar suas glórias no passado Bandeirante, quando nasceu junto a Vila de São Carlos de um sonho impossível chamado Eldorado. O sonho enfim para orgulho do Cosmopolense tornava-se realidade, a luta era vencida, em 30 de Novembro de 1944, nascia oficialmente à cidade de Cosmópolis.

01/01/1945...Posse oficial do primeiro prefeito e vice de Cosmópolis, Dr. Moacir do Amaral e Caetano Achiles Avancini
  Na data de hoje, no dia do seu aniversário Cosmópolis, os sinceros desejos de saúde, educação, trabalho, segurança, e principalmente respeito ao seu povo, são estes os nossos sinceros e fervorosos pedidos ao criador, que Deus Pai abençoe hoje e sempre este imenso mar de Canaviais, o nosso pequeno Universo em Cidade. Um pedido especial eu faço ao criador, que o Cosmopolense tenha a mesma coragem e amor por sua terra como no passado tiveram seus pioneiros. Um sonho impossível tornou-se realidade há exatos 69 anos atrás, a batalha foi vencida usando como armas a união e o amor por Cosmópolis, foram essas as armas do Cosmopolense para vencer a cruel guerra contra o sistema político da época, e assim usando o amor e união à guerra foi vencida. Hoje, no dia do seu aniversário, a Cidade de Cosmópolis implora aos seus filhos por ajuda. Novamente conspiram contra a Mãe Cosmópolis, roubam de sua mesa a comida de seus filhos, e envergonham a confiança do voto, o poder da confiança ganho pelos algozes de hoje, nas urnas. Cosmopolense, a Mãe Cosmópolis hoje quer apenas o seu amor e sua união, para vencer novamente essa guerra contra os ladrões de sua casa. O amor nos sobra por ti Cosmópolis, mesmo que às vezes contraverso, vergonhoso, até meio estranho jeito de amar e demonstrar de alguns, o amor dos seus filhos por ti faz pulsar o coração do Cosmopolense. Mas falta hoje, agora, a mesma união do passado para vencermos essa luta. Vamos nos unir novamente então!!! Vamos à luta “bravos” cosmopolenses, a Mãe Cosmópolis é quem vós chama.... Acordaaaa Cosmopolense, vamos a Luta, ou o sonho nunca se tornará uma realidade.

...

DESFILES E FANFARAS DO DIA 30 DE NOVEMBRO

Texto  Adriano da Rocha
30/11/1988...Avenida Ester/ foto acervo Adriano da Rocha

30/11/1988... Um dos últimos desfiles realizados na Avenida Ester em comemoração ao aniversário de Cosmópolis. Os desfiles do dia 30 de Novembro eram no passado cosmopolense uma das mais lindas tradições da cidade, evento de grande destaque na região, concentrando no dia dos desfiles milhares de cosmopolenses pelas calçadas e ruas, e centenas de moradores de cidades vizinhas, que todos os anos acompanhavam a famosa festa de aniversário de Cosmópolis. Uma tradição que surgiu em Cosmópolis no final da década de 50 com o “asfaltamento” da região central e criação da nova Praça do Coreto em 1957. Os últimos desfiles do “Dia 30 de Novembro” aconteceram até inicio da década de 90 na Avenida Ester, e cortados pela administração municipal da época por contenção de custos da prefeitura, sendo suspensas as festividades do aniversário da cidade por outras administrações pelo mesmo motivo até 1998. Era encerado por “contenção de custos” uma das mais típicas tradições locais, com quase 40 anos de festividades na região central. 

Abaixo uma seleção de fotos do nosso acervo, registrando estes famosos e saudosos desfiles do dia 30 de Novembro no final da década de 60. 
30/11/1968...Avenida Ester sentido Rua Campinas/ foto acervo Adriano da Rocha
30/11/1968...Rua Campinas à caminho do  Estádio Telmo de Almeida/ foto acervo Hardy Kowalesky
30/11/1967...Alunas da Escola  GEPAN nas escadarias da Igreja Matriz de Santa Gertrudes / foto acervo Hardy Kowalesky
30/11/1968...Rua Campinas a caminho do  Estádio Telmo de Almeida, homenagem em destaque do Banco Brasileiro de Descontos, na época com suas novas instalações recém inauguradas na cidade/ foto acervo Hardy Kowalesky
30/11/1968...Carro alegórico saldando Cosmópolis em passagem pela Avenida Ester/ foto acervo Hardy Kowalesky

   Você hoje com mais de 30 anos, com certeza no seu passado nesta data participava de um desfile do dia 30 de Novembro, desfilando, organizando ou assisto, nas suas saudades da velha Cosmópolis existirá a lembrança de algum desfile . Uma época que marcou época, e hoje somente restam recordações das fanfarras e farás dos desfile do aniversário de Cosmópolis...

...

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

UM DIA...NA AVENIDA ESTHER.

Texto e foto Adriano da Rocha
1959... Avenida Esther- Cosmópolis-SP
     Uma Avenida que hoje "não existe mais", ou ainda resiste para não deixar de existir. Um simples registro para os olhares de filhos de outras terras, mas para um filho desta terra Cosmopolense, um simples olhar nesta foto traz tantas lembranças e saudades... Em um olhar eu vejo o menino saindo apressado com um pão enrolado em papel de seda, firme o segurando entre os braços. O carroceiro arrumando uma caixa em sua charretinha, pela proximidade do menino e seu pão, de certo era o entregador de leite e pães da "Padaria Santo Antônio" do Othacílio Padeiro. Próximo ao carroceiro e o menino, uma bonita bicicleta, bagageiro para carregar as meninas, e dois fortes freios para controlar a velocidade na descida da estação. No poste o aviso que naquele local era um ponto de ônibus da "Auto Viação Cosmópolis", a propaganda em destaque acima, e abaixo as "vias" de parada e “bardeação”, Cosmópolis/Campinas, Artur Nogueira/ Conchal. Vária bicicleta estacionada com a pedaleira na guia repare na tranquilidade de outros tempos, uma sacola de compras pendura no guidão da bicicleta, o dono de certo estava proseando em algum lugar, na Padaria do Othacílio ou no Açougue do Bratfisch, ou quem sabe foi na esquina beber uma “Caninha Salto Grande” no Bar IdealNo pé do ponto de ônibus, que nesta época eram as velhas jardineiras com capacidade para no máximo 30 pessoas, uma velha caixa de madeira, um engradado da famosa "Cervejaria Rio Claro", revendida em Cosmópolis pelo depósito de bebidas do Armando Scorcione. A velha pensão do Joaquim na esquina da Rua Campinas, a Loja do Jemael, a Praça do Coreto em destaque com suas frondosas seringueiras, ipês e flamboyants, e neste mesmo destaque lá embaixo um pedacinho do telhado da antiga estação de trens da Cia Funilense, e no baixão os famosos bares e armazéns da Barroquinha...

   Tantas lembranças e histórias em um simples olhar, saudades é o sentimento de quem viveu essa maravilhosa época ao olhar este registro fotográfico do acaso de um dia na Avenida. Tristeza é o sentimento, muita tristeza nos olhares de quem hoje vê essa foto e descobre que essa linda Cosmópolis, morre aos poucos, ou até já morreu...


...

sábado, 16 de novembro de 2013

PADROEIRA DE COSMÓPOLIS

Texto e foto Adriano da Rocha
Santa Gertrudes de Helfta, Padroeira de Cosmópolis


 Hoje dia 16 de Novembro “Dia de Santa Gertrudes de Helfta”, Padroeira de Cosmópolis. E nesta mesma data consagrada mundialmente a Santa, em Cosmópolis são comemorados 98 anos da festa da padroeira da cidade. Santa Gertrudes de Helfta foi consagrada a padroeira oficial de Cosmópolis em 1915, precisamente em 17 de Setembro de 1915, data da elevação pela Igreja Católica da capela de Santa Gertrudes à Igreja Matriz de Santa Gertrudes. A construção da antiga Igreja de Santa Gertrudes teve seu inicio no final do século 19, um projeto do famoso arquiteto e engenheiro Ramos de Azevedo, sobre uma idealização do Major Arthur Nogueira. Na mesma época era construído pelo escritório Ramos de Azevedo a "moderna" Usina Esther e toda sua área industrial e demais dependências (escritório, escola e estação de carga e ressaca) e o famoso Palacete Irmãos Nogueira (demolido em 2011). O projeto e término da Igreja de Santa Gertrudes seria entregue e inaugurado nos primeiros anos do ”novo século 20”, junto com a Usina Esther em 1905. Mas graves acidentes naturais aconteceram neste período em Cosmópolis, chuvas intermináveis e fortes tempestades, e o mais grave, um ciclone em 24 de Outubro de 1912. A passagem do ciclone ficou marcada na história da Igreja e da Usina Esther, registrado como “o pressagio do fim do mundo” nos livros de fundação da Usina, e contado com tristeza no Livro tombo da Igreja de Santa Gertrudes. O ciclone destruiu grande parte das obras de construção da Igreja, o telhado foi praticamente destruído junto com o madeiramento externo usado como andaime, à força dos ventos foi tamanha que tudo foi arremessado a metros de distância da construção, e parte da torre do sino foi derrubada.  Na Usina o prejuízo foi ainda maior, devastou uma colônia inteira (uma das primeiras ainda restantes construídas de madeira), destelhou várias casas de colonos e parte da caldeiraria da Usina, no palacete Irmãos Nogueira o terceiro andar da edificação foi quase levado pelo ciclone.  As construções da Igreja foram retomadas apenas meses depois, e o prejuízo causado com o ciclone atrasou toda a obra, e somente em 1915 a Igreja foi oficialmente inaugurada.

Sobre o dia da inauguração e mais detalhes da história da Igreja Matriz acesse o link abaixo, que relata o dia 17 de Setembro de 1915, dia da inauguração da igreja e elevação a Matriz.
15 de Setembro de 1915, inauguração da Igreja Matriz de Santa Gertrudes.
17/10/1915...A foto registra o momento histórico da inauguração, foto tirada no final da missa celebrada pelo Monsenhor Joaquim Mamede. Destaca-se  na foto a presença de toda a família Nogueira,  no centro da foto de calça branca e bigode o Major Arthur Nogueira, ao seu lado Paulo Nogueira Filho de terno branco e sua mãe dona Esther Nogueira, rodeada de crianças.
1915...Igreja de Santa Gertrudes, ao lado esquerdo o antigo cruzeiro que na década de 40 foi transferido para o cemitério onde permaneceu até a década de 60. Está foto foi tirada no ano de inauguração da igreja em 1915, erradamente foi datada como se tivesse sido tirada na década de 50, algo impossível já que nesta época já existiam casas na Rua Ramos de Azevedo, o que não se vê no registro fotográfico.
  PORQUE SANTA GERTRUDES FOI ESCOLHIDA COMO A PADROEIRA DE COSMÓPOLIS?

   Uma das maiores controvérsias e mistérios criados nestes 98 anos da Padroeira de Cosmópolis, é  a verdadeira história sobre o porquê de Santa Gertrudes ter sido escolhida como Padroeira da cidade. Em livros e jornais foram publicados absurdos e histórias infundadas sobre a escolha de Santa Gertrudes como a Padroeira de Cosmópolis. Uma das histórias mais contadas seria que o Major Arthur Nogueira escolheu Santa Gertrudes como nome a Igreja, em homenagem a uma amante que ele teria na Vila de Arthur Nogueira (atual cidade de Artur Nogueira). A história que foi descrita por “pseudos historiadores” em diversas publicações nestes 98 anos, além de infundadas não tem nenhuma veracidade comprovada, afinal como comprovar algo que nunca existiu! Na história que para alguns é “popularmente oficial”, a tal Gertrudes morava na Vila de Arthur Nogueira, onde vivia em grande luxo e pompas bancados pelo Major, era desquitada e quando faleceu foi enterrada no cemitério de Cosmópolis. A história absurda com os anos foi criando tamanha proporção que até existiam aqueles que diziam ter conhecido pessoalmente a famosa Gertrudes, em relatos os mais ignorantes espalhavam até a história que a imagem da padroeira fora criada aos moldes da amante do Major. Sempre a tal “testemunha ocular da história”, se tornava mentirosa quando as datas de fundação da Igreja e da Vila de Arthur Nogueira eram apresentadas, e tornava-se impossível nas décadas de 90 e inicio de 2000, uma pessoa nascida na década de 20 ou 30, relatar fatos do final do século 19, e ainda lembrar  sobre a vida intima do Major que faleceu em 1924. Em uma vila com menos de mil habitantes como era a Vila de Arthur Nogueira no começo do século passado, com uma população de maioria católica, uma Vila formada por pequenas casas que começam a serem construídas próximas às linhas da Cia Funilense, como que até hoje ninguém nunca mencionou nada sobre uma construção tão luxuosa, criada para uma mulher desquita e amante de um dos homens mais poderosos do estado de São Paulo! Seria impossível um fato como estes passar despercebido nos diários de antigos moradores nogueirenses, e principalmente nos registros de fundação da cidade. O motivo é bem claro, nunca existiu nenhuma Gertrudes desquitada e moradora de uma rica mansão na cidade, uma casa luxuosa como é contado nas histórias da tal Gertrudes, e construída e bancada por um dos fundadores da cidade, cidade está que leva o seu nome.

Major Arthur Nogueira
  Em Cosmópolis nos registros oficiais existentes sobre a história da cidade, como diários de antigos moradores dos tempos da chegada da família Nogueira, nos diários dos irmãos do Major e da própria Ester Nogueira, nos livros e anotações pessoais dos padres da Igreja Matriz, não existe nada sobre a “famosa amante”.Nos obituários do cemitério municipal de Cosmópolis onde segundo a história dos” pseudos historiadores” a "senhorita" Gertrudes foi sepultada, não existe nenhuma Gertrudes enterrada com a descrição criada  pela história popular. O motivo é bem claro e simples, toda essa história é MENTIRA, e NUNCA EXISTIU nenhuma Gertrudes.  Ou será que os noticiários de Campinas e da Capital, esqueceriam de citar, seja em subliminares linhas ou diretamente em suas publicações, a história da amada amante homenageada com uma igreja construída por um dos maiores arquitetos e engenheiros do mundo na época, e bancada com todo o luxo por um dos homens mais ricos e importantes do Brasil. Praticamente impossível baseado em todos estes fatos a tal Gertrudes ter existido, e sua história ser verdadeira.

A VERDADEIRA HISTÓRIA
Gertrudes Eufrosina de Almeida Nogueira, teve 13 filhos, mãe do Major Arthur Nogueira e do ilustre filho José Paulino Nogueira (homenageado em diversas importantes ruas por todo o país e nome da cidade de Paulínia-SP).


  A história do nome e escolha da Padroeira de Cosmópolis surgiu com a chegada da família Nogueira por volta de 1890 para as negociações de compra das terras de propriedade da família Barbosa, em especial se oficializava em 02 de Março de 1898, com a compra da Fazenda Funil para a construção da Usina açucareira Esther. Nos séculos 18, 17 e 19, as famílias de Paulistas que já moravam nas terras cosmopolenses desde os tempos das primeiras bandeiras dos Anhangueras e Barreto Leme, o  padroeiro local era o Bom Jesus da Caninha Verde, santo consagrado pela maioria dos descendentes de bandeirantes do interior Paulista. Na região onde hoje cruzam as ruas João Aranha e Ramos de Azevedo, nas proximidades do antigo Casarão do Bosque, existia uma capela em louvor ao Bom Jesus, à capela era visitada por viajantes e moradores que passavam pelo antigo caminho das bandeiras, “picadas” abertas por bandeirantes que vinham da Vila de São Carlos ( cidade de Campinas) rumo às terras de Piracicaba, Limeira e Mogi Mirim, caminhos criados nos tempos do Velho Anhanguera no seu sonho do Eldorado, do início das descobertas de ouro e pedras preciosas em Minas Gerais.

  O progresso industrial Paulista chegava às terras da Fazenda do Funil no final do século 19, os trilhos de aço cortavam as antigas terras do "Pasto do Fundão" trazendo a “Cia Agrícola Arthur Nogueira” e a Usina Esther, no progresso dos trilhos da “Cia de Trens e Estradas de Ferro Funilense”. Com o apoio do governo estadual e federal eram criados em 1895 os Núcleos Coloniais Campos Salles e Nova Campinas, em meio às margens desteconstante progresso nascia aos poucos a Vila de Cosmópolis.  No projeto inicial da Vila de Cosmópolis (criado pela Câmara de Campinas), em umas das ruas principais, a Rua Alexandria (atual Campos Salles), na estruturação da rua existia a criação de uma igreja, com a construção da Usina Esther pelo renomado “Escritório de Arquitetura e Engenharia Ramos de Azevedo”, a igreja então seria construída também pelo grupo Ramos de Azevedo a pedido da família Nogueira. A escolha de Santa Gertrudes como a santa homenageada e futura Padroeira da Vila, foi uma homenagem à mãe dos irmãos Nogueira, Dona Tudinha Nogueira, apelido familiar de Gertrudes Eufrosina de Almeida Nogueira. O Major Arthur Nogueira sempre foi muito apegado à mãe, falecida na cidade de Campinas em 04 de Dezembro de 1889, na idealização da Igreja  o Major decidiu junto aos irmãos realizar a homenagem à mãe, uma figura muito querida na cidade de Campinas e descendente de umas das mais antigas famílias do estado de São Paulo.

 Uma justa e merecida homenagem na verdade, com o falecimento de Dona Tudinha Nogueira, e o recebimento da herança deixada pela mãe, foi então que os irmãos Nogueira conseguiram investimentos para realizar os seus maiores projetos, entre eles a compra das terras da fazenda do Funil e criação da Usina Esther. Usina está que inicialmente seria batizada com o nome de Usina Santa Gertrudes.

Nota de falecimento de Dona Tudinha Nogueira (foto acima), um registro do Grupo Pró Memória de Campinas.



 Dona Tudinha Nogueira era devota de Santa Gertrudes, assim como grande parte das tradicionais famílias Paulistas da época, Santa Gertrudes era considerada a Padroeira dos Barões no Brasil Imperial. A exaltação a santa pelos Barões surgiu possivelmente em homenagem a uma das primeiras Baronesas do estado de São Paulo, Dona Gertrudes Galvão de Moura Lacerda, esposa do Brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão (dono das terras da famosa cidade Paulista de Campos do Jordão). Dona Gertrudes era mãe do ilustre Barão de São João de Rio Claro, proprietário da mais moderna e famosa fazenda dos tempos do Império, a Fazenda Santa Gertrudes na cidade de Limeira-SP. Nome dado a Fazenda pelo Barão em 1854, em memória a sua mãe Dona Gertrudes. A família chegou às terras de Limeira  no ano de 1821, quando o Brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão comprou uma gleba de terras na lendária Sesmaria do Morro Azul pertencente aos irmãos Galvão de França e Manuel de Barros Ferraz. Manuel de Barros Ferraz, era parente próximo de Luiz Nogueira Ferraz, esposo de Dona Gertrudes Eufrosina de Almeida Nogueira, mãe dos irmãos Nogueira, e Dona Gertrudes Galvão de Moura Lacerda, também era parente próxima da família Nogueira, possivelmente tia de Luiz Nogueira Ferraz. A devoção e exaltação a santa era então uma tradição entres as importantes famílias, existindo nos casarões das fazendas e nos Palacetes e Solares de Campinas e São Paulo, capelas nas residências em homenagem a Santa.

Abaixo a história de Santa Gertrudes de Helft, escrita pelo Padre Germano do Prado, pároco da Igreja Matriz. História publicada no noticiário mensal da Igreja Matriz de Santa Gertrudes em 24/07/1958. Também parte desta mesma publicação o Hino da Padroeira.


Hino da Padroeira Santa Gertrudes, letra e melodia criadas pelo Padre Germano do Prado em 1945.
 Oração pela intercessão de Santa Gertrudes

 Ó Deus, que preparastes para vós uma grande morada no coração da Virgem Santa Gertrudes,
Iluminai, por suas preces, as trevas do vosso coração,
Para que experimentemos em nós a alegria da vossa presença e a força da vossa graça.
Ó Santa Gertrudes, vós que tínheis terna devoção à humanidade de Cristo,
Velai aos que a vós recorremos com sincero arrependimento das nossas faltas,
Ajuda-nos a dizer sempre sim ao plano de Deus para minha vida
E daqueles a quem vos apresento em minha prece.
Ó Santa Gertrudes, vós que fostes uma das primeiras devotas do Culto ao Coração de Jesus,
Conceda-me a graça de me sentir todo (a) inteiro (a) nos corações Sagrados de Jesus e Maria.
Olhai por todos os que têm fome de Deus e de Pão,
Protegei nossas crianças, orientai a juventude, conservai o amor no coração dos esposos,
Amparai os doentes e idosos, conservai a Paz nos lares e protegei-nos hoje e sempre. 

Amém.



 Texto e fotos acervo Adriano da Rocha