sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Dia de Finados, dia do eterno amor...

Sempre vivos em nossas lembranças e nos nossos corações.
Caminho para o cruzeiro no cemitério municipal de Cosmópolis
 Uma data exclusivamente Católica, comemorada a mais de 2 mil anos em homenagem aos fiéis falecidos,  data que celebra a vida eterna junto a Deus dos entes queridos  falecidos. Antigamente  o dia de finados também era conhecido em algumas regiões do Brasil, como o Dia do eterno amor , o significado ao nome seria que quando amamos uma pessoa ela nunca morre, permanecendo sempre  eterna em nossas vidas, viva em nossos corações. O verdadeiro significado do Dia de Finados  na Igreja Católica é este o amor pela vida, e celebrar neste dia que a vida é eterna e nunca termina quando se existe fé em Deus, sendo que o principal fundamento da vida Cristã é viver eternamente em comunhão com o criador, seja na vida ou na morte. Os Protestantes em geral  não guardam a data, e afirmam que a doutrina da Igreja Católica de guardar o dia e rezar aos falecidos, é desprovida de contexto bíblico, sendo que a  única citação a celebração está em  II Macabeus 12,43-46, porém este livro não é reconhecido pela Igreja Protestante, e por este motivo a data não tem valor nas Igrejas Evangélicas.

   Em Cosmópolis, a data somente foi celebrada no cemitério municipal no inicio do século passado. O motivo foi que o cemitério edificado em 1896, foi criado por colonos protestantes, imigrantes suíços e alemães, na maioria membros da Igreja Luterana, que desconhecia a data na sua liturgia cristã. O cemitério desde a idealização do Núcleo Colonial Campos Salles em 1895, já fazia parte do projeto do núcleo de imigrantes, e neste cemitério somente eram sepultados membros da comunidade Luterana, ou seja fiéis da doutrina protestante. Até o inicio do século passado eram raras as exceções de imigrantes de crença católica, ou Paulistas enterrados no cemitério local. Os primeiros católicos a serem sepultados no cemitério municipal, foram imigrantes italianos, isso em 1900, uma mulher da família Capraro e uma criança da família Tavano.  O então intendente de Campinas na época e ex presidente, Campos Salles, em visita aos núcleos coloniais de Cosmópolis em 1897, oficializou o cemitério Luterano como público, destinando 6 mil metros quadrados para o sepultamento dos mortos, fossem católicos ou protestantes. As mudanças se tornaram necessárias devido  as contantes epidemias de febre amarela  na região em 1889 e 1896, que dizimaram  Campinas e toda região, e várias cidades do Brasil. A epidemia de febre amarela, forçou os governantes da época a mudarem as normas de instalação de cemitérios em todo Brasil, tornando os locais públicos e não mais exclusivos de determinadas religiões. O ex presidente Campos Salles, nascido em Campinas, foi presidente da republica, governador de São Paulo, e prefeito de Campinas nos períodos mais graves do surto da doença,  junto com  as autoridades da época  foi um dos responsáveis pelas mudanças nos cemitérios da nossa região.
Os Paulistas e descendentes dos primeiros moradores da cidade de Cosmópolis, antes da imigração e da criação dos núcleos coloniais, eram sepultados em Limeira no cemitério municipal  da cidade. Porém muito antigamente, nos tempos das Bandeiras, da passagem dos Bandeirantes, tropeiros, mercadores de escravos, e  no início da desbravasão das terras cosmopolenses, existia um cemitério na região onde hoje está edificado o Cristo no morro da Santa Cruz, nesta região até a década de 40, estavam enterrados cerca de 15 pessoas, possivelmente caboclos e descendentes de Bandeirantes. Os sepulcros eram simples covas, demarcadas cada uma com uma cruz feita de madeira (possivelmente Jacarandá Paulista ou Peroba), coberta cada sepultura  com pedras (costume bandeirante)  Em 1950, o local foi utilizado para o plantio de cana de açúcar, transformando o antigo cemitério em canavial. O restos mortais foram encaminhados para o então cemitério municipal, onde foram sepultados em uma cova sem identificação. Mais dois cemitérios existiam nesse período, um na região do Bairro do Coqueiro (ainda existente), e um outro de escravos no antigo Morro do Carão (hoje bairro do Cidade Alta). Destes cemitérios desconhecidos por muitos cosmopolenses, iremos falar em outras postagens, feitas especialmente para este assunto.

Texto e fotos  Adriano da Rocha
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