"Salve a mãe do rendentor a senhora Aparecida"
Texto e foto Adriano da Rocha
1957... Tradicional Romaria para Aparecida do Norte, excursão organizada pelo Saturno e Vicente Lima, que durante mais de 30 anos organizavam as excursões dos moradores dos bairros do Nova Campinas e Vila Nova para as cidades de Aparecida, Bom Jesus de Pirapora e Tambaú. Nesta excursão as famílias Rocha, Barbosa, Bianchini, Kügel, Andretto, Banin, Bertazzo e Leva. Em casa de Paulista as fotos de família a maioria dos registros eram feitos em frente da matriz de Aparecida, ou nos antigos estúdios fotográficos de Bom Jesus de Pirapora, uma tradição e um ato de fé católica em louvor à padroeira. Tempos que era raro quem tinha sua própria câmera fotográfica, as fotos na vida de uma pessoa eram poucas e registradas pelos antigos photografos retratistas, o custo era meio alto e o dinheiro era contado e especialmente separado para tal registro. As fotos na vida de uma pessoa se resumiam na maioria em poucas fotos, quando se casava, a foto de família e a foto em Aparecida do Norte. Em Cosmópolis as romarias inicialmente eram feitas a cavalo, e dependendo a coragem do caboclo até mesmo a pé a viagem era feita como promessa, um exemplo de fé eram os irmãos Adão e Calixto Vaz, que faziam o trajeto de Cosmópolis à Pirapora caminhando, promessa realizada todos os anos no mês de Maio. O ponto da fé dos antigos Paulistas era a cidade de Bom Jesus de Pirapora, em Cosmópolis o primeiro padroeiro escolhido pelo povo em foi Bom Jesus da Cana Verde, santo de devoção dos Paulistas dos tempos das bandeiras. Na década de 10 e 20 com a oficialização de Nossa Senhora Aparecida como padroeira, as romarias de devotos mudavam seu destino para a cidade de Aparecida. Em Cosmópolis as romarias eram tradicionais e um dos momentos mais esperados do ano para muitos jovens, ir para as cidades santas não era apenas um momento de fé, mas também de diversão. Quem não se lembra dos sorvetes Ituzinhos e Itu que vendiam em Aparecida! Nos sabores de creme holandês, groselha e o famoso sortido nos sabores de creme, creme holandês e nata. Fora as compras de “tranqueiras” que somente eram encontradas em Aparecida, gaitas azuis e vermelhas, binóculos, soldadinhos à pilha, e os famosos relógios e rádios de baiano, que espantavam pelo tamanho, e tinham este nome por ser o sonho de consumo na época de muitos migrantes nordestinos que chegavam a São Paulo. Desde tempo de saudade, destacamos os pioneiros Saturno e Vicente Lima, Dona Hilda Kügel e Angelina Capello, “turmeiros” que marcaram época em Cosmópolis, gente amiga que com muita fé e amor organizavam as tradicionais excursões, não se esquecendo do saudoso Zeca Klingor, que durante mais de 50 anos era o motorista oficial das romarias, ou como se dizia na época Choffer.
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