segunda-feira, 13 de maio de 2013

125 ANOS DO FIM DA ESCRAVIDÃO



                                                                                       Texto Adriano da Rocha
Quilombo desenho feito por Johann Moritz Rugendas
  Hoje dia 13 de Maio, 125 anos da "abolição" da escravatura no Brasil. Você sábia que em terras cosmopolenses existiu um grande quilombo de escravos? O local é  o bairro do Quilombo,  a origem do nome deste bairro rural e sua história é um mistério para muitos cosmopolenses, uma região com mais de 200 anos de história, que foi  caminho de bandeirantes, esconderijo de escravos, Sesmarias, a palco de famosas grilagens de terras que se tornaram  parte de nossa história popular, causos cosmopolenses comentados até hoje por velhos filhos da terra. O nome de Quilombo surgiu quando escravos fugidos das fazendas de Campinas sendo na maioria escravos das fazendas do Barão Geraldo de Rezende e  Joaquim Egidio de Souza Aranha (Marquês de Três Rios), (na época os maiores “proprietários “de escravos do mundo”“.) chegaram naquela região que era formada por imensas matas virgens e de difícil acesso aos mais experientes capitães do mato, se tornando o melhor esconderijo para os escravos começarem uma nova vida longe das senzalas. O Quilombo não durou muito tempo, com a criação de novas Sesmarias naquela região. O esconderijo dos escravos foi descoberto, as tropas do governo imperial com ajuda dos capitães do mato invadiram o quilombo, escravos foram recapturados e os “cria ruim” (nome dado aos chefes do Quilombo) foram mortos no local, e segundo as histórias populares cosmopolenses os corpos foram queimados junto com as taperas construídas na pequena vila quilombola. O local exato é difícil de ser falado com exatidão, já passaram mais de 150 anos, mas segundo antigos moradores o lugar era mal assombrado, e tinha como demarcação vários coqueiros (costume entre os escravos para marcar a terra onde estava enterrado um irmão africano). Outra curiosidade cosmopolense sobre a abolição da escravidão, os escravos alforriados em Campinas pela Lei Áurea em 1888, se espalharam pela região na busca pela nova vida longe das senzalas, em Cosmópolis a região escolhida foi a da Rua Coronel Silva Telles (famoso bairro do Baguá). Com a chegada da Cia Funilense em 1895, a rua se tornou um grande  bairro negro, formado por ex-escravos e descendentes, que trabalhavam na construção das estradas de ferro e do engenho central futura Usina Esther. Pioneiros anônimos que são pouco lembrados na história  de nossa cidade, contada infelizmente na sua maioria por “pseudos historiadores”cosmopolenses, que apenas conhecem a história que querem contar, e não a verdadeira que realmente aconteceu. Aqui fazemos nossa parte de manter viva a nossa história, e descobri-la aos olhares daqueles que ainda não a conhecem, e assim despertar o mesmo amor que sentimos por essa história e assim por nossa Cosmópolis.

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