Como a mulher de malandro retratada nos antigos sambas, o malandro bate, surra, rouba, espanca de todos o jeitos a pobre mulher, mas quando precisa da coitada faz carinho, dá beijinho, apoia e faz de tudo para que ela se esqueça do passado e com ele fique bem perante a sociedade, já que a casa é dela, e quem sustenta o malandro é ela. Será que estou errado neste meu pensamento possivelmente insano! Será que os políticos querem controlar o povo! Ou como um milagre inesperado, sem reza e sem vela, é o amor pelo povo reflorescendo e se aflorando nos corações dos políticos. Uma coisa eu não entendo (ou até entendo), e essa coisa é a mais coisada de tudo isso, por que estes senhores que hoje estão "organizando" toda essa manifestação, paralisação, mobilização, que dizem não se conformarem com a triste situação do povo, e querem lutar lado a lado com o povo pelo povo, por que estes senhores não fizeram tudo isso antes?
Por que estes senhores não fizeram no passado o real motivo ao qual foram eleitos, o de representar o povo e trabalhar para o bem do povo! Por que não demonstraram todo esse amor, essa paixão desenfreada pelo povo e seus direitos antes, simplesmente honrando os seus altos salários e seus cargos de confiança dados pelo próprio povo! Espero estar errado e que este amor seja verdadeiro, e não um amor reflorido de eleição ou amor pelo poder. Bem vindos à luta ao lado do povão senhores do poder, espero que na hora da borracha, da bomba, do gás, do pé duvido e pescoção, os senhores continuem na luta, firmes no eito, lado a lado com o povo na manifestação, e que quando o caldo entornar e a panela quente virar, os senhores se mobilizem para lutar pelo povo nos processos e prisões, que com certeza vão acontecer, já que nos manifestos, no campo de batalha dos guerreiros da liberdade tudo pode acontecer. Sejam "bem vindos" senhores políticos, não se esqueçam de que estarão brigando contra o próprio sistema que vocês mesmos construíram e criaram não se esqueçam de que os maiores inimigos e algozes são os seus antigos amigos, hoje no poder. Este simples cidadão não se esquecerá de seus atos de hoje, e nem muito menos dos seus "nobres" atos do passado, estes os atos do passado, principalmente estes, lembrarei muito bem no dia das eleições, e confiante espero que o povão também os lembre. Eleição é um dia, mandato são quatro anos, e deveres de um político em seu mandato também são quatro anos, e não somente meses que antecedem o período eleitoral...
Ah sem mais, já falei de mais. E se não entendeu, um dia entenderás...
Texto Adriano da Rocha