sábado, 26 de outubro de 2013

Cosmopolense que vive em Portugal se torna escritora

Matéria publicada no jornal semanário "A Gazeta de Cosmópolis" e no site da Tv Jaguari.

  A cosmopolense Rosania Stival  reside hoje em Portugal, foi professora de português em várias escolas cosmopolenses na década de 90 e inicio dos anos 2000, destacando na época seus trabalhos na  maior escola estadual da cidade a Escola L.O.K.A.C, e nas escolas municipais EEPG Nicolau Nolandi e Ximena, entre outras diversas escolas do município. Abaixo a matéria realizada pela equipe de jornalismo da Gazeta de Cosmópolis, acompanhe:


Rosania Stival escreveu o romance “Cor de Pêssego”.  No Brasil, ele está sendo lançado em e-Book

GAZETA de COSMÓPOLIS: Você sempre gostou de escrever?
Rosania Stival: Sempre gostei de escrever, mas também sempre gostei de ler. Praticamente, comecei a ser alfabetizada com as revistinhas do Donald e Tio Patinhas. Também sempre gostei de histórias, de as ouvir, de as ver nos filmes... Minhas brincadeiras de criança sempre giraram em torno de histórias que eu ia contando e desenvolvendo com minhas bonecas, sempre na companhia de minha irmã.

GAZETA: O projeto de fazer esse livro nasceu do nada ou era um antigo sonho?
Rosania: Durante grande parte de minha vida, fui o que eu chamo de “escritora de gaveta”,  mas, sempre tive vontade de escrever um livro, ou lançar um livro com meus escritos, já que, na verdade, antes escrevia poemas e só depois é que migrei para a escrita de contos. Mas, o engraçado é que, quando resolvi bater à porta das editoras, uns bons anos atrás, fiz apresentando duas histórias infanto-juvenis, que eu achava serem suficientemente boas para a publicação. Mas, não foi essa a opinião das editoras. Entretanto, sempre fui consciente que lançar um livro implica muitas questões que, acredito eu,  não tenham somente a ver com a qualidade do material, mas também com questões econômicas e de mercado.

GAZETA: Então, desistiu de escrever para jovens e crianças?
Rosania: De certa forma sim, porque percebi, a tempo, que era uma área com a qual não me sentia totalmente à vontade.

GAZETA: Escrever para você é um processo emotivo?
Rosania: Muito emotivo. Não se trabalha só com o intelecto. As emoções nos tomam por completo e,  apesar de eu ser marinheira de primeira viagem, acredito que tem que ser assim, senão não chego ao coração das pessoas e não lhes proporciono nada, nem mesmo diversão.

GAZETA: E o seu livro é para divertir?
Rosania: Completamente.  É uma história simples, acho que cheia de lugares-comuns, mas acredito no modo como foi escrita. Tem um pouco de tudo: ação, humor, suspense, aventura e muito romance. Não é nenhum tratado filosófico, mas, acredito que é capaz de pôr um brilhozinho diferente nos olhos de quem a ler.

GAZETA: Um brilhozinho de que?
Rosania: De alegria... de satisfação.

GAZETA: Quanto tempo durou todo o processo de trabalho até ser finalizado?
Rosania: O  COR DE PÊSSEGO  era, inicialmente,  um conto de 16 páginas, escritas a lápis.  Ao contrário de todos os meus contos, era o único que ainda não tinha sido digitado. Então, antes que acontecesse algum acidente, e eu perdesse o texto, ou parte dele, resolvi digitá-lo... e foi durante esse processo que senti a necessidade de inteirar-me e comprovar melhor os fatos históricos a que eu me referia na história inicial. Juntamente com esse processo, as personagens apenas delineadas na história original vieram com toda a força, cresceram e povoaram o meu universo pessoal por 5 meses inteiros. Ri, chorei e sofri com todas elas durante esse tempo todo.  (risos)

GAZETA: Você pode comentar um pouco sobre o seu livro?
Rosania:  COR DE PÊSSEGO basicamente é uma história de amor que tem como pano de fundo o período das guerras napoleônicas.  No caso do livro, a narrativa começa com a retirada do Grande Exército de Napoleão Bonaparte do território russo em dezembro de 1812  e estende-se até o cerco de Paris pelos países aliados em março de 1814.
Napoleão invadiu a Rússia em junho de 1812 com um exército que contava com 600 mil homens e retornou à França, em dezembro de 1812,  com pouco mais de 37 mil homens. Foi um flagelo, sobretudo para os franceses.
Esta é a história do coronel da cavalaria ligeira francesa,  o conde Amadeus Barnard,  que regressa à casa doente e devastado de corpo e alma por causa dos horrores sofridos em território russo,  e é acolhido em sua casa por seus fiéis criados e cuidado, sobretudo por uma jovem criada,  recentemente resgatada das ruas,  e praticamente salva da morte certa por causa da fome, ou da violência que rondava as ruas de Paris naqueles tempos.
O COR DE PÊSSEGO é também uma história que fala da amizade, da honra e do espírito de superação que todo ser humano tem que ter ante as dificuldades e os sofrimentos causados pela vida,  ou pela ação de outros homens.

GAZETA: França, Guerras Napoleônicas... não acha isso muito distante da realidade brasileira?
Rosania: Da realidade, até pode ser, mas não da história.  Por ser Portugal aliado dos ingleses e contra o Bloqueio Continental imposto por Napolão para deter a supremacia inglesa, a família real portuguesa e grande parte de sua corte,  transferiram-se para o Brasil em 1808, fugindo do exército francês que invadiu a Península Ibérica.
E os nossos belíssimos Dragões da Independência têm um uniforme que se reporta aos regimentos de dragões da cavalaria ligeira da época: soldados da cavalaria chamada “ligeira” porque lhes eram destinados ataques-relâmpago e certeiros (as cargas),  com a finalidade de provocar o caos e o tumulto nas fileiras inimigas. Diz a tradição militar,  que o nome “dragão” tem origem na tentativa do soldado, a galopar em alta velocidade, a segurar uma lança ou um sabre (espécie de espada) em riste, com sua jaqueta aberta e a crina vermelha tremulando no alto de seu capacete, assemelhar-se a um dragão, devido à ferocidade do ataque.

GAZETA: Também sabemos que no processo final do Cor de Pêssego entraram outros cosmopolenses.
Rosania: Sim,  e isso é uma coisa que sempre fiz questão que acontecesse e que me deixou muito feliz por poder realizar. A revisão da primeira versão, ainda um conto, foi feita pelo Sr. Daniel Inácio, um verdadeiro estudioso e  autodidata da nossa Língua Portuguesa, infelizmente, já não está mais entre nós. A revisão da segunda versão, agora o livro completo, foi feita pela minha querida amiga, Professora Sonia de Siqueira,  e a capa do livro foi idealizada pelo meu ex-aluno e amigo, Matheus Ciscoo da JAF Comunicações, empresa cosmopolense.

GAZETA: Por que resolveu se mudar para Portugal?
Rosania: Mudei-me para Portugal porque casei-me com um cidadão português. Vivo há 8 anos numa cidade chamada Abrantes, distante  uns 120 km da capital Lisboa.

GAZETA: Hoje atua somente como escritora, ou desenvolve outros trabalhos?
Rosania: Quem me dera atuar somente como escritora, a tempo integral. (risos)  Escrever foi uma atividade que desenvolvi roubando minhas horas de lazer,  e o tempo em que deveria estar estudando e escrevendo minha tese de mestrado, já que concluí toda a parte curricular.
Trabalho numa empresa familiar dentro da área da engenharia, mais precisamente no campo da Hidrografia, mas também sou professora de Língua Portuguesa para estrangeiros.

GAZETA: Então, como pudemos perceber, no começo de nossa conversa, que é você mesma quem está lançando o seu livro...
Rosania: Correto, é uma publicação independente. No Brasil, estou lançando em formato ebook pela Amazon.com.br,  e como livro convencional, o que eles chamam de “paperback”  (livro impresso),  pelo Clube dos Autores. A forma impressa do livro, para quem não queira comprá-lo diretamente pela internet,  poderá ser encomendada em nossa cidade, Cosmópolis, na Papelaria Estrela, na Rua Monte Castelo, e que pertence à Bete Gonçalves.


Matéria publicada no jornal semanário "A Gazeta de Cosmópolis" e no site da Tv Jaguari.

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