Matéria publicada no jornal semanário "A Gazeta de Cosmópolis" e no site da Tv Jaguari.
A cosmopolense Rosania Stival reside hoje em Portugal, foi professora de português em várias escolas cosmopolenses na década de 90 e inicio dos anos 2000, destacando na época seus trabalhos na maior escola estadual da cidade a Escola L.O.K.A.C, e nas escolas municipais EEPG Nicolau Nolandi e Ximena, entre outras diversas escolas do município. Abaixo a matéria realizada pela equipe de jornalismo da Gazeta de Cosmópolis, acompanhe:
Rosania Stival escreveu o romance “Cor de Pêssego”. No Brasil, ele está sendo lançado em e-Book
GAZETA de COSMÓPOLIS: Você sempre gostou de escrever?
Rosania Stival: Sempre gostei de escrever, mas também
sempre gostei de ler. Praticamente, comecei a ser alfabetizada com as
revistinhas do Donald e Tio Patinhas. Também sempre gostei de histórias,
de as ouvir, de as ver nos filmes... Minhas brincadeiras de criança
sempre giraram em torno de histórias que eu ia contando e desenvolvendo
com minhas bonecas, sempre na companhia de minha irmã.
GAZETA: O projeto de fazer esse livro nasceu do nada ou era um antigo sonho?
Rosania: Durante grande parte de minha vida, fui o que
eu chamo de “escritora de gaveta”, mas, sempre tive vontade de
escrever um livro, ou lançar um livro com meus escritos, já que, na
verdade, antes escrevia poemas e só depois é que migrei para a escrita
de contos. Mas, o engraçado é que, quando resolvi bater à porta das
editoras, uns bons anos atrás, fiz apresentando duas histórias
infanto-juvenis, que eu achava serem suficientemente boas para a
publicação. Mas, não foi essa a opinião das editoras. Entretanto, sempre
fui consciente que lançar um livro implica muitas questões que,
acredito eu, não tenham somente a ver com a qualidade do material, mas
também com questões econômicas e de mercado.
GAZETA: Então, desistiu de escrever para jovens e crianças?
Rosania: De certa forma sim, porque percebi, a tempo, que era uma área com a qual não me sentia totalmente à vontade.
GAZETA: Escrever para você é um processo emotivo?
Rosania: Muito emotivo. Não se trabalha só com o
intelecto. As emoções nos tomam por completo e, apesar de eu ser
marinheira de primeira viagem, acredito que tem que ser assim, senão não
chego ao coração das pessoas e não lhes proporciono nada, nem mesmo
diversão.
GAZETA: E o seu livro é para divertir?
Rosania: Completamente. É uma história simples, acho
que cheia de lugares-comuns, mas acredito no modo como foi escrita. Tem
um pouco de tudo: ação, humor, suspense, aventura e muito romance. Não é
nenhum tratado filosófico, mas, acredito que é capaz de pôr um
brilhozinho diferente nos olhos de quem a ler.
GAZETA: Um brilhozinho de que?
Rosania: De alegria... de satisfação.
GAZETA: Quanto tempo durou todo o processo de trabalho até ser finalizado?
Rosania: O COR DE PÊSSEGO era, inicialmente, um
conto de 16 páginas, escritas a lápis. Ao contrário de todos os meus
contos, era o único que ainda não tinha sido digitado. Então, antes que
acontecesse algum acidente, e eu perdesse o texto, ou parte dele,
resolvi digitá-lo... e foi durante esse processo que senti a necessidade
de inteirar-me e comprovar melhor os fatos históricos a que eu me
referia na história inicial. Juntamente com esse processo, as
personagens apenas delineadas na história original vieram com toda a
força, cresceram e povoaram o meu universo pessoal por 5 meses inteiros.
Ri, chorei e sofri com todas elas durante esse tempo todo. (risos)
GAZETA: Você pode comentar um pouco sobre o seu livro?
Rosania: COR DE PÊSSEGO basicamente é uma história de
amor que tem como pano de fundo o período das guerras napoleônicas. No
caso do livro, a narrativa começa com a retirada do Grande Exército de
Napoleão Bonaparte do território russo em dezembro de 1812 e estende-se
até o cerco de Paris pelos países aliados em março de 1814.
Napoleão invadiu a Rússia em junho de 1812 com um exército que contava
com 600 mil homens e retornou à França, em dezembro de 1812, com pouco
mais de 37 mil homens. Foi um flagelo, sobretudo para os franceses.
Esta é a história do coronel da cavalaria ligeira francesa, o conde
Amadeus Barnard, que regressa à casa doente e devastado de corpo e alma
por causa dos horrores sofridos em território russo, e é acolhido em
sua casa por seus fiéis criados e cuidado, sobretudo por uma jovem
criada, recentemente resgatada das ruas, e praticamente salva da morte
certa por causa da fome, ou da violência que rondava as ruas de Paris
naqueles tempos.
O COR DE PÊSSEGO é também uma história que fala da amizade, da honra e
do espírito de superação que todo ser humano tem que ter ante as
dificuldades e os sofrimentos causados pela vida, ou pela ação de
outros homens.
GAZETA: França, Guerras Napoleônicas... não acha isso muito distante da realidade brasileira?
Rosania: Da realidade, até pode ser, mas não da
história. Por ser Portugal aliado dos ingleses e contra o Bloqueio
Continental imposto por Napolão para deter a supremacia inglesa, a
família real portuguesa e grande parte de sua corte, transferiram-se
para o Brasil em 1808, fugindo do exército francês que invadiu a
Península Ibérica.
E os nossos belíssimos Dragões da Independência têm um uniforme que se
reporta aos regimentos de dragões da cavalaria ligeira da época:
soldados da cavalaria chamada “ligeira” porque lhes eram destinados
ataques-relâmpago e certeiros (as cargas), com a finalidade de provocar
o caos e o tumulto nas fileiras inimigas. Diz a tradição militar, que o
nome “dragão” tem origem na tentativa do soldado, a galopar em alta
velocidade, a segurar uma lança ou um sabre (espécie de espada) em
riste, com sua jaqueta aberta e a crina vermelha tremulando no alto de
seu capacete, assemelhar-se a um dragão, devido à ferocidade do ataque.
GAZETA: Também sabemos que no processo final do Cor de Pêssego entraram outros cosmopolenses.
Rosania: Sim, e isso é uma coisa que sempre fiz
questão que acontecesse e que me deixou muito feliz por poder realizar. A
revisão da primeira versão, ainda um conto, foi feita pelo Sr. Daniel
Inácio, um verdadeiro estudioso e autodidata da nossa Língua
Portuguesa, infelizmente, já não está mais entre nós. A revisão da
segunda versão, agora o livro completo, foi feita pela minha querida
amiga, Professora Sonia de Siqueira, e a capa do livro foi idealizada
pelo meu ex-aluno e amigo, Matheus Ciscoo da JAF Comunicações, empresa
cosmopolense.
GAZETA: Por que resolveu se mudar para Portugal?
Rosania: Mudei-me para Portugal porque casei-me com um
cidadão português. Vivo há 8 anos numa cidade chamada Abrantes,
distante uns 120 km da capital Lisboa.
GAZETA: Hoje atua somente como escritora, ou desenvolve outros trabalhos?
Rosania: Quem me dera atuar somente como escritora, a
tempo integral. (risos) Escrever foi uma atividade que desenvolvi
roubando minhas horas de lazer, e o tempo em que deveria estar
estudando e escrevendo minha tese de mestrado, já que concluí toda a
parte curricular.
Trabalho numa empresa familiar dentro da área da engenharia, mais
precisamente no campo da Hidrografia, mas também sou professora de
Língua Portuguesa para estrangeiros.
GAZETA: Então, como pudemos perceber, no começo de nossa conversa, que é você mesma quem está lançando o seu livro...
Rosania: Correto, é uma publicação independente. No
Brasil, estou lançando em formato ebook pela Amazon.com.br, e como
livro convencional, o que eles chamam de “paperback” (livro impresso),
pelo Clube dos Autores. A forma impressa do livro, para quem não queira
comprá-lo diretamente pela internet, poderá ser encomendada em nossa
cidade, Cosmópolis, na Papelaria Estrela, na Rua Monte Castelo, e que
pertence à Bete Gonçalves.
Matéria publicada no jornal semanário "A Gazeta de Cosmópolis" e no site da Tv Jaguari.