segunda-feira, 18 de novembro de 2013

UM DIA...NA AVENIDA ESTHER.

Texto e foto Adriano da Rocha
1959... Avenida Esther- Cosmópolis-SP
     Uma Avenida que hoje "não existe mais", ou ainda resiste para não deixar de existir. Um simples registro para os olhares de filhos de outras terras, mas para um filho desta terra Cosmopolense, um simples olhar nesta foto traz tantas lembranças e saudades... Em um olhar eu vejo o menino saindo apressado com um pão enrolado em papel de seda, firme o segurando entre os braços. O carroceiro arrumando uma caixa em sua charretinha, pela proximidade do menino e seu pão, de certo era o entregador de leite e pães da "Padaria Santo Antônio" do Othacílio Padeiro. Próximo ao carroceiro e o menino, uma bonita bicicleta, bagageiro para carregar as meninas, e dois fortes freios para controlar a velocidade na descida da estação. No poste o aviso que naquele local era um ponto de ônibus da "Auto Viação Cosmópolis", a propaganda em destaque acima, e abaixo as "vias" de parada e “bardeação”, Cosmópolis/Campinas, Artur Nogueira/ Conchal. Vária bicicleta estacionada com a pedaleira na guia repare na tranquilidade de outros tempos, uma sacola de compras pendura no guidão da bicicleta, o dono de certo estava proseando em algum lugar, na Padaria do Othacílio ou no Açougue do Bratfisch, ou quem sabe foi na esquina beber uma “Caninha Salto Grande” no Bar IdealNo pé do ponto de ônibus, que nesta época eram as velhas jardineiras com capacidade para no máximo 30 pessoas, uma velha caixa de madeira, um engradado da famosa "Cervejaria Rio Claro", revendida em Cosmópolis pelo depósito de bebidas do Armando Scorcione. A velha pensão do Joaquim na esquina da Rua Campinas, a Loja do Jemael, a Praça do Coreto em destaque com suas frondosas seringueiras, ipês e flamboyants, e neste mesmo destaque lá embaixo um pedacinho do telhado da antiga estação de trens da Cia Funilense, e no baixão os famosos bares e armazéns da Barroquinha...

   Tantas lembranças e histórias em um simples olhar, saudades é o sentimento de quem viveu essa maravilhosa época ao olhar este registro fotográfico do acaso de um dia na Avenida. Tristeza é o sentimento, muita tristeza nos olhares de quem hoje vê essa foto e descobre que essa linda Cosmópolis, morre aos poucos, ou até já morreu...


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