Texto Adriano da Rocha
Foto Izabel Cristina Gagliardi
Foto Izabel Cristina Gagliardi
1974
Casa de Colono na Colônia do Botafogo na Usina Ester... Para alguns
olhares esta antiga fotografia de quase 40 anos, a descrição seria
apenas de uma simples casa de colono, sem luxo e riqueza. Mas para quem
viveu na Usina Ester em uma casa de colono, mil descrições podem ter
essa simples foto, mil descrições em palavras misturadas com muita
emoção e saudades. Quantas famílias começaram sua vida
em uma simples casa de colono da Usina Ester, famílias que vieram de
outros países no final do século 19, fugindo da fome e miséria na
Europa, e encontrando no rico chão cosmopolense uma nova oportunidade de
começar uma nova vida em um novo mundo. Quantas e quantas famílias
chegaram a Cosmópolis na década de 40 e 50 vindas de outras colônias
como da Fazenda Cresciumal em Leme, da Usina Tabajara em Limeira, da
Fazenda São Jerônimo em Araras, trazendo consigo muita coragem,
determinação e esperança, recomeçando suas vidas de colonos nas colônias
da poderosa Usina Ester. Gente simples, gente boa, pioneiros anônimos
que construíram a famosa e conhecida história da Usina Ester e da cidade
de Cosmópolis.
Construíram com seu trabalho e amor à nova terra, uma história que hoje orgulha seus vários descendentes deste passado no atual presente. A mocinha na janela lembra tantas histórias, da sonhadora jovem que esperava sonhando seu amor passar, da mocinha que esperava na janela os boiadeiros com suas tropas e boiadas passarem levantando a poeira vermelha das velhas estradas de terra que davam acesso a Usina. As boiadas passando e na janela a linda moça acenando envergonhada aos boiadeiros, tema de músicas e causos. Na soleira da velha casa de colono, quantas nonas e nonos sentavam de tardezinha para conversas com os vizinhos, fumar um paieiro, jogar truco, cantar, ser feliz e ver o tempo passar. Uma simples foto e tantas histórias de uma vida simples, sem riqueza, até quem diga muito pobre, porém feliz. A tal da riqueza quase não existia, mas a fartura sobrava, não só de alimentos, a maior fartura era de amizades e união, ingredientes essenciais para a tal felicidade, um farturão naquela época nas casas de colonos. Uma fotografia, tantas histórias, e hoje infelizmente graças ao “progresso” somente as lembranças nas memórias dos velhos colonos ficaram, as colônias já não existem mais. O progresso destrói, o progresso apaga e leva embora, mas nunca destrói e leva embora as lembranças e saudades que vivem latentes no coração de um colono. Essas memórias, essas lembranças, essas saudades, não existe progresso que destrói....
Construíram com seu trabalho e amor à nova terra, uma história que hoje orgulha seus vários descendentes deste passado no atual presente. A mocinha na janela lembra tantas histórias, da sonhadora jovem que esperava sonhando seu amor passar, da mocinha que esperava na janela os boiadeiros com suas tropas e boiadas passarem levantando a poeira vermelha das velhas estradas de terra que davam acesso a Usina. As boiadas passando e na janela a linda moça acenando envergonhada aos boiadeiros, tema de músicas e causos. Na soleira da velha casa de colono, quantas nonas e nonos sentavam de tardezinha para conversas com os vizinhos, fumar um paieiro, jogar truco, cantar, ser feliz e ver o tempo passar. Uma simples foto e tantas histórias de uma vida simples, sem riqueza, até quem diga muito pobre, porém feliz. A tal da riqueza quase não existia, mas a fartura sobrava, não só de alimentos, a maior fartura era de amizades e união, ingredientes essenciais para a tal felicidade, um farturão naquela época nas casas de colonos. Uma fotografia, tantas histórias, e hoje infelizmente graças ao “progresso” somente as lembranças nas memórias dos velhos colonos ficaram, as colônias já não existem mais. O progresso destrói, o progresso apaga e leva embora, mas nunca destrói e leva embora as lembranças e saudades que vivem latentes no coração de um colono. Essas memórias, essas lembranças, essas saudades, não existe progresso que destrói....
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