Texto e fotos Adriano da Rocha
08
de Janeiro “Dia Nacional da Fotografia e do Fotografo”. Em Cosmópolis
os primeiros registros fotográficos oficiais são atribuídos à comitiva
do fotografo Guilherme Gaensly nas terras da Fazenda do Funil, no inicio
da década de 80 do século 19. Nas expedições foram feitos inúmeros
registros fotográficos tendo como tema os costumes e tradições Paulistas
da época como o corte da cana de açúcar, o carreiro,
boiadas, e a vida dos colonos. Embora existam ferrotype’s de 1850 a
1860 do estúdio Hércules Florence (considerado um dos pais da fotografia
no mundo) de famílias de fazendeiros da região. A comemoração da data
do “Dia Nacional da fotografia” e do fotografo, é uma homenagem ao
francês Hércules Florence, que iniciou seus estudos sobre a fotografia
na Europa no começo do século 18, e se aperfeiçoou em terras brasileiras
quando chegou ao Brasil em 1832. Fixou residência na cidade de
Campinas, onde criou seu estúdio fotográfico, o primeiro do Brasil.
Hércules Florence é considerado no mundo um dos criadores do processo
fotográfico. Em Cosmópolis com o surgimento da Vila e o progresso que
surgia com a Cia Funilense, a Usina Ester e os núcleos coloniais, a
pequena Vila recebia a visita de inúmeros Photographos da região,
especialmente de Limeira e Americana, que faziam os registros na própria
casa do cliente, entregando os retratos familiares prontos depois de
dois meses.
1930...Avenida Esther próximo do antigo Stúdio Hasse de Photografica, um dos vários registros fotograficos feitos por Guilherme Hasse da Avenida Esther. |
Na década de 20 surgia na Vila um jovem fotógrafo
que entraria para história da cidade, era o alemão Guilherme Hasse, que
apenas nasceu na Alemanha, chegando aos seis meses de vida junto com a
família ao Núcleo Campos Salles. Um jovem muito esperto e inteligente
aprendeu o oficio de "Photographo" com o tio Fraz Fiedler, que possuía
um pequeno estúdio próximo à estação de trens da Sorocabana. A profissão
acompanhou Guilherme por toda a sua vida, foram quase 70 anos dedicados
à fotografia em Cosmópolis, trabalhando sempre em seu estúdio na
Avenida Ester acima da antiga Biquinha, local onde trabalhou, viveu e
criou toda sua família. Os principais registros fotográficos de
Cosmópolis, obras e construções, o progresso das ruas, o Núcleo Campos
Salles e suas tradições, na sua maioria foram feitos por Guilherme
Hasse, hoje importantes registros da nossa história. Sua importância é
ainda maior na história do povo cosmopolense, das famílias mais ricas,
aos pobres ou remediados, as fotos de casamento, carte visite, registros
familiares, e até post mortem, Hasse era sempre o fotografo oficial das
famílias. Sua arte e talento também eram destaque nas cidades da
região, onde famílias de Artur Nogueira, Limeira, Paulínia, Holambra e
tantas outras cidades, buscavam os trabalhos do velho mestre para os
registros de casamento e família. Destacando um dos seus dons a foto
pintura, sabe aquele quadro oval com vidro abaloado (bombê é o nome) que
tem na casa da vovó, com certeza se a vovó for cosmopolense é um
trabalho do Hasse, a foto pintura era um dos trabalhos de maior destaque
do seu estúdio. Além de fotógrafo e retratista, Hasse foi também músico
e compositor, astro com seu violino no “Jazz Band Cosmópolis” na década
de 30, e regente e músico do famoso “Coral Campos Salles” da Escola
Alemã. Guilherme Hasse Faleceu no final da década de 70, e deixou como
discípulo de sua profissão outro importante e querido fotógrafo, o Bruno
Petch, que com muito orgulho exerce a mesma profissão do mestre a mais
de 40 anos na Vila Nova onde possuiu seu estúdio, o Foto Stúdio Petch.
...