São José abençoando do céu descia a chuva, a rocinha de milho vingava e no mês de junho não faltava milho nas festas de Santo Antonio, São João e São Pedro. Depois do milho plantado as enxadas eram lavadas com as águas do rio onde o santo foi lavado, as orações continuavam durante toda a noite: “Maria Santíssima, São José e o menino Jesus abençoem a lavoura do bom viver... abençoai, abençoai”... seguia as orações da caboclada rogando as imagens expostas no pequeno altar feito no terreno do rancho.
Em terra de canaviais a caninha verde enfeitava o altar, aos pés da Sagrada Família as sementes de milho eram espalhadas sobre terra molhada. A “rezação” terminava de madrugada e a caboclada se reunia para beber o anisete, a criançada formava filas nas garrafadas coloridas de anis (azul), cereja (vermelho) e ananás (amarelo). Dia santo, dia de caipira, dia de tantas tradições que hoje no nosso São Paulo não existem mais. “São José, São José, abençoai quem por ti tem fé. Que eu colha sempre todos os dias Saúde, felicidade e alegria na lavoura do bom viver”. Que seja um farturão de tudo de bão e nada ruim a todos nós. Assim seja, assim seja, Amém.
Compadre Ancermo
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