Texto Adriano da Rocha
Foto Delei Santos
Inicio
dos anos 80, tradicional tapete de Corpus Christi na Rua Eurídes de
Godoy entre as Ruas Antonio Carlos Nogueira e Santa Gertrudes, caminhos
da procissão realizada pela comunidade da Igreja Matriz de Santa
Gertrudes. Uma das mais lindas tradições Católicas no mundo, hoje
praticamente extinta no estado de São Paulo. Em Cosmópolis até o final
da década de 80 a confecção do tapete pelas ruas centrais
reunia já na madrugada centenas de fies, crianças, adultos e idosos,
todos juntos enfeitando as ruas para a passagem da procissão.
Os últimos tapetes cosmopolenses de Corpus Christi foram confeccionados
até o final da década de 80, e nas décadas seguintes foram trocados por
doações de alimentos, os féis faziam as doações na passagem da procissão
que no final da celebração eram entregues a entidades e comunidades
carentes da cidade.
A confecção do tapete na comunidade Católica da
Matriz de Santa Gertrudes reunia fieis de toda a cidade, uma junção das
paróquias e suas comunidades, alegria da criançada que acordava de
madrugada para ajudar na criação do tapete utilizando muita serragem,
sal, pó de café usado, e sobras de construção trituradas, tudo
pigmentado com corantes da época como o pó xadrez e anilina, que davam
cor as imagens sacras feitas pelas ruas do percurso da procissão.
As ruas do percurso na época eram: Rua Campos Salles, Eurídes de Godoy, Antonio Carlos Nogueira e Ramos de Azevedo.
Cada região fazia seus desenhos no asfalto com giz, e logo depois eram
coloridos com as coberturas, materiais reunidos pela comunidade durante
os primeiros meses de cada ano. As mães guardavam em casa o pó do café
usado, que servia para o contorno dos desenhos, o sal destacava as
partes brancas e era a preferência das mães no lugar do pó de vidro um
tanto perigoso na mão da molecada. Uma época que deixou saudades de uma
tradição extinta em Cosmópolis pelo "tar progresso", o grande movimento
de carros na região central, e principalmente a falta de segurança foram
os principais algozes do fim deste ato de fé, união e solidariedade.
Criminalidade descontrolada, progresso e seus adventos, somados
resultaram no fim desta saudosa tradição. Será isso mesmo, ou será a
falta de fé e amor ao próximo a principal falta de motivação do fim
desta tradição!! Restam lembranças e muitas histórias desta fantástica
época...