quinta-feira, 19 de junho de 2014

CORPUS CHRISTI

Texto Adriano da Rocha
Foto Delei Santos
   Inicio dos anos 80, tradicional tapete de Corpus Christi na Rua Eurídes de Godoy entre as Ruas Antonio Carlos Nogueira e Santa Gertrudes, caminhos da procissão realizada pela comunidade da Igreja Matriz de Santa Gertrudes. Uma das mais lindas tradições Católicas no mundo, hoje praticamente extinta no estado de São Paulo. Em Cosmópolis até o final da década de 80 a confecção do tapete pelas ruas centrais reunia já na madrugada centenas de fies, crianças, adultos e idosos, todos juntos enfeitando as ruas para a passagem da procissão.

  Os últimos tapetes cosmopolenses de Corpus Christi foram confeccionados até o final da década de 80, e nas décadas seguintes foram trocados por doações de alimentos, os féis faziam as doações na passagem da procissão que no final da celebração eram entregues a entidades e comunidades carentes da cidade.
A confecção do tapete na comunidade Católica da Matriz de Santa Gertrudes reunia fieis de toda a cidade, uma junção das paróquias e suas comunidades, alegria da criançada que acordava de madrugada para ajudar na criação do tapete utilizando muita serragem, sal, pó de café usado, e sobras de construção trituradas, tudo pigmentado com corantes da época como o pó xadrez e anilina, que davam cor as imagens sacras feitas pelas ruas do percurso da procissão.
  
  As ruas do percurso na época eram: Rua Campos Salles, Eurídes de Godoy, Antonio Carlos Nogueira e Ramos de Azevedo.
 
  Cada região fazia seus desenhos no asfalto com giz, e logo depois eram coloridos com as coberturas, materiais reunidos pela comunidade durante os primeiros meses de cada ano. As mães guardavam em casa o pó do café usado, que servia para o contorno dos desenhos, o sal destacava as partes brancas e era a preferência das mães no lugar do pó de vidro um tanto perigoso na mão da molecada. Uma época que deixou saudades de uma tradição extinta em Cosmópolis pelo "tar progresso", o grande movimento de carros na região central, e principalmente a falta de segurança foram os principais algozes do fim deste ato de fé, união e solidariedade. Criminalidade descontrolada, progresso e seus adventos, somados resultaram no fim desta saudosa tradição. Será isso mesmo, ou será a falta de fé e amor ao próximo a principal falta de motivação do fim desta tradição!! Restam lembranças e muitas histórias desta fantástica época...
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