sexta-feira, 5 de setembro de 2014

NO ACASO DE UM CLICK A FOTO, E TANTAS HISTÓRIAS...

Texto e foto Adriano da Rocha


   1994... Uma tarde, um dia qualquer , o registro da agitação da saída e chegada de alunos em uma escola, a saudosa “Escola do Comércio”; ou seu último nome oficial da fachada, “ Escola Municipal de Primeiro e Segundo Grau e Supletivos Dr. Moacir do Amaral”. Uma simples foto, feita no acaso, no banco de passageiros de um carro, nos tempos que a Rua Antonio Carlos Nogueira possuía o sentido de transito contrário ao atual, e a velha Rua era a entrada e chegada de Cosmópolis. Uma foto e milhares, milhares, e milhares de descrições feitas pela memória saudosa de milhares e milhares de alunos que passaram por está escola.

  Milhares sim!! São mais de 80 anos de história deste local, e quantas histórias não é!! Foi na década de 20 o prédio construído para ser o “Grupo Escolar de Cosmópolis”, criado no inicio do século passado (1905) pelo primeiro professor de Cosmópolis, e fundador também da primeira escola pública da pequena Villa, o professor Felício Marmo. Ilustre e importantíssimo personagem da nossa história, que somente foi “descoberta” a sua importância pelos “pseudo-historiadores” no final da década de 90, quando em um acaso foi encontrado seu livro, misturado entre tantos outros intitulados como “qualquer”, no acervo da Bibiblioteca Municipal.

1905... Professor Felício Marmo entre sua turma de alunos, oficialmente a primeira escola pública de Cosmópolis. Abaixo o mesmo local da foto em 2012,  local onde funcionou a escola inicialmente em uma sala alugada pelo governo intendente de Campinas.

   Neste prédio na década de 40 surgia um dos seus nomes mais ilustres e populares, “Grupo Escolar Rodrigo Octávio Langaard de Menezes”, a querida Escola do Rodrigo, a qual muitos até não sabem que nasceu neste local, e não no atual. Com o tempo, e o “famigerado progresso” cosmopolense, o aumento da população, a criação de novas normas de ensino pelo governo Paulista e federal (tempos da ditadura), a velha escola foi mudando, adaptando-se, recriando-se, e cada mudança seu passado era destruído pelas “reformas” e “ampliações”.

No final década de 50, era criado um projeto pela secretária de educação do estado para transformar a velha escola em escola técnica. Foram construídas novas salas, derrubadas paredes juntos com os ornamentos em cimento que destacavam suas fachadas, o antigo prédio construído em outros distritos como padrão pela prefeitura de Campinas, transformava-se em lembrança do passado.
Surgia uma nova história, surgia na década de 60 no velho recriado prédio a “Escola Técnica de Comércio”. O nome permaneceu até 1970, quando a escola novamente mudou de nome, sendo pela terceira vez rebatizada, como “Colégio Municipal de Cosmópolis”, e anos depois “Escola Municipal de Cosmópolis”.

Formandos de 1975 da Escola Municipal (Escola do Comercio).

  No governo Nallin mudou novamente de nome, desta vez na verdade recebeu um nome, que entre siglas e siglas que mudavam, permaneceu, Dr. Moacir do Amaral, nosso primeiro prefeito.
Muita história não é!! Como eu teclei no comecinho destas memórias, escritas no acaso das lembranças, e resumidamente. Hoje muitos “novos cosmopolenses” que passam pela movimentada rua, é infelizmente desconhecida a importância da sua maravilhosa história dentro da história da cidade, e principalmente na história de vida de milhares e milhares de cosmopolenses.

 Uma história escolar que chegou ao seu fim em 2011, quando na administração do prefeito Dr. Antônio Fernandes Neto (reeleito em 2012), foi desativada a escola para ampliação da prefeitura (outro prédio com mais de 80 anos de uma história desconhecida por muitos). Os alunos da extinta “Escola do Comércio” foram transferidos, na época “provisoriamente”, a um prédio alugado na região da antiga Sericultura, comecinho do famoso bairro do Baguá, onde funcionava em uma casa adaptada a escola particular Montessori.

Cada um tem sua história ao passar hoje na velha fachada da "Escola do Comércio", que ainda resiste ao tempo e o famigerado “progresso” cosmopolense. Bem, somente não foi derrubada a velha fachada por que aqui no Facebook em 2010 e 2011, criamos um movimento para preservar essa “nossa” pequena memória.

Fica o maravilhoso registro feito por acaso, ainda ontem, quando o passado era presente e não nos trazia tanta, tanta, mais tanta saudade da Escola do Comércio...

Texto Adriano da Rocha
Foto 01 Sonia Repache  demais fotos acervo Juvenil da Rocha
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