Uma tradição Paulista que hoje praticamente já não existe mais eram as Janeiradas. Uma linda comemoração religiosa e musical em louvor ao menino Jesus, uma celebração também chamada de Janeiras e bom principiá de ano bom, tradição tipica Paulista que antecedia a festa de Santos Reis. Com as imigrações e emigrações, essa linda tradição foi sumindo e hoje quase não é conhecida por muitos Paulistas. Em Cosmópolis as Janeiradas eram tradicionalmente realizadas no bairro do Nova Campinas em várias casas, e também em algumas casas próximas da antiga estação. Transcrevo aqui algumas frases do canto Paulista das Janeiras, cantada aqui em Cosmópolis desde os tempos da Fazenda do Funil, Pinheirinho e Vila de Cosmópolis:
"Oh nobre gente de casa vem os reis magos chegando
abençoar sua família neste principio de ano.
Pedimos ao menino Jesus, senhor de fé e caridade,
que traga a vossa gente saúde, paz e felicidade
Deus Pai guie sua jornada neste novo ano.
Janeiro vem quanta alegria
Pedimo a benção pra virgê Maria
O ano foi, deixou saudade
Novo ano vem trazendo felicidade".
Nossas Janeiradas a todos os amigos e amigas, que possamos estar juntos novamente com muita saúde neste ano que está à nascer. Os sinceros desejos de saúde, saúde, e muita saúde a todos. Com saúde tudo é possível, prosperidade, paz, riqueza, são conquistas que se tornam possíveis com saúde, e principalmente com confiança nesta força que nos rege e guia nossa vida. Que Deus, Gadu, Jeová, Alá, Maomé, Brama, Adi-Budha, oxalá, Nosso Senhor, Pai Onipotente, em qual seja o nome invocado por sua fé abençoe a todos nos neste 2013. Feliz ano bom, boas janeiras a todos.
Praça Major Arthur Nogueira, popularmente conhecida como Praça do Coreto. A primeira Praça de Cosmópolis
Texto e fotosAdriano da Rocha
1967- Fonte Tulipa da Praça do Coreto (Bruno Petch)
Praça Major Arthur Nogueira (Praça do Coreto)
A primeira "Praça de Cosmópolis", surgiu em 1894, marco das obras da estação e das linhas ferroviárias da Carril Agrícola Funilense . Inaugurada em 1898, a estação ficava localizada na atual "Praça do Estudante", popular "Praça do Relógio do Sol". A região servia como pousada para os trabalhadores da estrada de ferro, em outros tempos passados, era parada de Bandeirantes, tropeiros e viajantes que seguiam para Limeira, Piracicaba. Pouso estratégico, nas passagens pelo velho sertão Paulista, uma região com mais de 300 anos de histórias, localizada no centro de Cosmópolis. Marcos do progresso local e regional, região com sua importância histórica desconhecida por muitos cosmopolenses, e até mesmo pelo poder público da cidade. Inicialmente, até a década de 30, a praça era denominada como Praça da Estação, devido a proximidade com a estação. Na década de 1920, a prefeitura de Campinas realiza os primeiros projetos para oficializar o espaço como praça pública. O primeiro coreto era edificado em 1926, localizado próximo da Avenida Ester, surgiam os jardins e passeios calçados com pedras e cimento. Com o falecimento do Major Arthur Nogueira, a praça recebia seu nome. Póstuma homenagem ao industrial agrícola, um dos fundadores da Usina Ester e percursor dos núcleos coloniais, e um dos primeiros administradores de Cosmópolis, nomeado pela prefeitura de Campinas como chefe de polícia e sub- prefeito.
1906 / Registro feito no local da atual Praça do Coreto . Rara fotografia, registrada depois da mudança do nome da Estação de Barão Geraldo para Cosmópolis. Destaque aos três homens, o do meio é popular Gusto Segundo, fornecedor de madeira para os trens da Cia Sorocabana, que eram movidos à base do carvão que abastecia as fornalhas das "Marias Fumaças"/ Acervo Família Coutinho Nogueira
Lembranças, saudades, com certeza, um dos maiores patrimônios culturais cosmopolenses. Hoje um espaço abandonado pelo poder público, em situação lastimável e totalmente desfigurada. Ao assistir o vídeo. a saudade se fará presente em que viveu o apogeu desta praça, as lembranças tornam-se ainda mais cruéis ao constatar sua situação. Pedindo socorro!!
1974..Vista aérea de Cosmópolis no governo de Orlando Kiosia. No registro fotográfico você pode ver a diferença da atual praça da Matriz Santa Gertrudes construída pelo arquiteto Beto Spana em 1990, com a antiga praça da foto construída em 1955 pelo prefeito Zé da Peje (José Garcia Rodriguês), que você percebe que era divida ao meio pela Rua Santa Gertrudes e a cada lado existia uma fonte, as famosas fontes Tulipas. O atual Fórum que seria futuramente a biblioteca, ainda não existia, neste local do incio do século passado até o final da década de 40, eram armados circos, com o Estrela D'alva, Guaracy, Piolin, entre tantos outros grandes circos teatros. Repare nesta foto os vários barracões de tecelagens têxtil que existiam espalhados pela cidade, onde se concentravam grande parte dos jovens em seus primeiros empregos.
Década de 30...Henrique Steckelberg, rodeado pelas netas em seu aniversário de 90 anos. Um pioneiro em Cosmópolis e Artur Nogueira, personagem muito querido na história das duas cidades, e sempre lembrado em causos pelos filhos da terra mais antigos. Chegou ao Brasil em 1850, junto com os primeiros alemães que imigraram para nossa região. Foi um dos fundadores da Escola Alemã, e membro importante dos famosos grupos musicais do núcleo. Por sempre usar sua inconfundível barba, nas festas de natal do Núcleo Colonial Campos Salles era sempre escolhido para ser o Papai Noel. Com muito carinho representava este papel, tornando-se uma figura muito querida pelas crianças. A tradição das comemorações natalinas foram iniciadas em Cosmópolis pelos imigrantes alemães , sendo no núcleo colonial uma das mais esperadas comemorações do ano. Nas tradicionais festas de Natal da escola alemã, a figura do bom velhinho era representada por Henrique Steckelberg e Christian Pommer, do inicio da criação do núcleo em 1896 até a década de 30. Oficialmente eram os “Kriss Kringle” ou “Weinachtsman” da comunidade, na tradução em alemão "as crianças de cristo"...
1956..Praça da Matriz de Santa Gertrudes, ou como era chamada nesta época largo da Matriz. Este registro fotográfico você pode ver ao fundo o antigo cruzeiro que erguido em 1915 ao lada da igreja de Santa Gertrudes,(cruzeiro que anos depois foi instalado no cemitério municipal), no lado esquerdo da foto a casa paroquial, e ao lado o terreno onde hoje é o salão de festas da comunidade. Em destaque na foto o frondoso chafariz tulipa, que na verdade eram dois, um de cada lado da entrada da praça, que era dividida pela Rua Santa Gertrudes, ao qual aparece sem asfalto na foto.Os chafarizes foram demolidos em 1991, na construção da atual praça da Matriz.
Gravação comercial da Sanan Magazine para o Natal de 1982, locução feita pelo locutor Alibaba. Propaganda vinculada nos serviços de alto falante da Praça Major Artur Nogueira (Praça do Coreto) e pelas ruas de Cosmópolis por Osvaldo Facelli em seu carro de som. Annuar Abrahim Bussamara, o Alibaba, nasceu em 1914 e faleceu em 1990, foi o primeiro locutor de Cosmópolis-SP, e um dos fundadores do serviço de alto falantes da Praça Major Artur Nogueira, ("A voz de Cosmópolis"). Apresentava eventos e era a voz oficial de Cosmópolis-SP em todas as festas e comemorações da cidade desde a década de 40.
Papelaria e livraria Santa Terezinha, natal de 1972.
Um dos momentos mais esperados pela criançada nas décadas de 70 e 80, era o mês de Dezembro para ver o Papai Noel da Papelaria do Brandão na Avenida Ester. Tradicionalmente todos os anos o Papai Noel distribuía doces,balas e brindes da loja a criançada que visitava a papelaria. Uma tradição que o proprietário da papelaria Hidelbrando Bernachi, o Brandão, começou no inicio da década de 70, e a cada ano reunia mais e mais crianças para ver o Papai Noel da loja, que era destaque em toda cidade na época, vindo crianças dos sítios, das colonias da Usina Ester, e das Vilas, só para ver o velhinho. Uma época de nostalgia e inocência, que deixou muitas saudades a todos que viveram esse período em Cosmópolis.
Você se reconheceu nesta foto, ou lembrou de alguém retratado, conte-nos a sua história, e ajude a resgatar e preservar a memória de nossa cidade. ...
Fim do mundo em Cosmópolis e Artur Nogueira, a 94 anos atrás...
Com certeza está Sexta-feira dia 21 de Dezembro de 2012, ficará marcada na memória e na história de muitos por causa da profecia dos Maias do fim do mundo. Até o momento como cantava Carmen Miranda em um velho samba, o mundo não se acabou, como era previsto pela tribo mexicana a mais de 2000 anos atrás. Porém essa história do final do mundo é tão antiga quanto a profecia, e sempre é motivo de um certo temor entre a população. Na nossa região a quase um século, um tremor de terra, um pequeno terremoto gerou motivos para muitos cosmopolenses e nogueirenses acreditarem em um possível fim do mundo, devido a intensidade dos tremores causados pelo abalo sísmico, que de tão fortes acordaram assustados a população das então vilas de Artur Nogueira e Cosmópolis.
O fato aconteceu na madrugada de 15/01/1918, moradores das vilas de Cosmópolis e Artur Nogueira, acordaram assustados com um grande tremor de terra, um pequeno terremoto que estremeceu casas e deixou em pavor muitas pessoas, pensando em ser o famigerado fim do mundo. Segundo relatos o susto foi tão grande que a AvenidaFernando Arens em Artur Nogueira, encheu de moradores que saíram das casas depois dos tremores, que derrubou muita gente da cama. O mesmo aconteceu em Cosmópolis por toda a vila, destacando o fato que no dia seguinte assustou ainda mais os moradores pela gravidade, o telhado da antiga delegacia na RuaOtto Herbert desabou, por sortea delegacia estava vazia. O fato foi registrado no diário de Luiz Filippini, morador do Bairrinho, e autenticado por testemunhas que comprovariam para a posteridade a veracidade do acontecido. Em prosas dos mais antigos, o fato ainda é lembrado nos dias de hoje como um acontecimento marcante e pavoroso, e sempre citado como o causo do fim do mundo.
Depois da chuva (Rua do Vereador , Cidade Alta)...Foto Cristiane Marsola
Esse tempo de chuva me faz lembrar um causo contado pelo saudoso Amado Baloni. Para quem não o conheceu, foi uma figurava muito querida em Cosmópolis, dono de bares e armazéns na Avenida Ester, além de comerciante um grande contador de causos, que segundo ele todos foram acontecidos em suas andanças daqui pra li, e tudo sempre era verdadeiro. Dizia o Amado olhando o tempo de chuva formar lá pras bandas da matriz: Um dia fui para Artur Nogueira no armazém do Goraybe buscar umas coisas que aqui tava fartano. Na vorta no meio do caminho eu vi que ia chover em Artur, mas em Cosmópolis de longe se via que o tempo tava limpinho. Na mesma hora para não me molhar, cortei a mula na espora, os cascos da mula até tiniá de tão rápido que ela corria, cheguei em Cosmópolis sem tomar um pingo d'água, e somente o rabo da mula moió. Espantado lhe perguntei: Nossa mais só o rabo da mula moió seu Amado? E ele todo sério respondeu: "Eu creditu que moió foi na divida de Artur Nogueira com Cosmópolis, a mula não tava muito boa de uma das ferradura". ...
Entrevista com Dr Jacintinho em 1996, uma viagem no tempo e na história de Cosmópolis, narrada por um dos maiores apaixonados por nossa cidade.
TextoAdriano da Rocha
Entrevista com Dr Jacinto Fren Aun ao Grupo Filhos da Terra em 25/09/1996. Gravação realizada no antigo consultório do Dr Kaliu Aun na Rua Sete de Setembro, local que desde 1938 foi consultório de um dos mais famosos médicos de Cosmópolis, Dr Orlando Kaliu Aun, e no mesmo prédio funcionou a Casa Kaliu e a Farmácia da Dona Chiquinha Aun e Jacinto Fren Aun. Local com mais de 100 anos de história, na qual a família Kaliu Aun começou essa bonita história no final do século 19 quando chegaram em Cosmópolis imigrando do Libano.Dr Jacinto José Fren Aun, carinhosamente conhecido pelos clientes e amigos em Cosmópolis como Doutor Jacintinho. Um dos profissionais mais renomados na aérea de medicina em todo Brasil, com doutorado reconhecido na França pela excelência de seu trabalho em cirurgia. Um orgulho a cidade de Cosmópolis, e membro do grupo Filhos da Terra.
1971...Papelaria e livraria Santa Terezinha, do casal Terezinha e Hidelbrando Bernachi, popularmente conhecido por todos como Brandão. O primeiro gibi de muitos cosmopolenses com certeza foi comprado nesta papelaria na Avenida Ester, os primeiros livros escolares, brinquedos diversos que fizeram a infância de muitas crianças em nossa cidade, livros e discos compactos ou long play's, de tudo um pou
co tinha na papelaria do Brandão. A papelaria e livraria Santa Terezinha, ou papelaria do Brandão como é conhecida, funcionou na Avenida Ester de 1969 até o final da década de 90, quando se mudou para Rua Monte Castelo, onde funciona até hoje com a mesma diversidade de produtos de sempre, unindo o tradicional as novas tecnologias, sendo a mais antiga papelaria em funcionamento em Cosmópolis com 43 anos de história completados este ano.
Em futuras postagens mais fotos e a história da mais antiga papelaria cosmopolense...
Dia 13 de Dezembro, dia de Santa Luzia, nossa homenagem a padroeira dos olhos ao som de um dos maiores clássicos da música Paulista.
Primeira gravação deste cateretê gravado pelos filhos de Adão e Eva, a dupla ABEL E CAIM, em 1967, composição de Iolando Mondin em parceria com Abel. Grande sucesso até nos dias de hoje, sempre executada a pedido de ouvintes nos bons programas caipiras e sertanejos pelo Brasil à fora, e agora resgatada como merecia em nosso canal do Youtube.
1958...Rua Francisco Cesário de Azevedo, bairro Vila Nova.
Um dos bairros mais tradicionais de Cosmópolis, o bairro Vila Nova nos seus quase 70 anos de história e estórias, foi lembrado em música na década de 50 pela dupla caipira Raul Torres e Florêncio, no samba Paulista "Vila Nova", composição feita em homenagem ao bairro, que nas décadas de 50 e 60 foi palco musical da dupla nas festas juninas realizadas no bairro. Gravação que fez parte do último LP da dupla em 1970, uma música pouco conhecida por muitos cosmopolenses que resgatamos através deste vídeo. Confira aqui.
1970..Último Lp da dupla, após seu lançamento dias depois Raul Torres faleceu em 12/07/1970.
Raul Torres e Florêncio dispensam comentários e apresentações, dupla pioneira e consagrada da música caipira Paulista, precursores do estilo musical que no final da década de 40 foi batizado de música sertaneja. Criadores de diversos estilos musicas e de sucessos imortais como Cabocla Tereza, Mourão da porteira, Chico Mulato, Pingo d'água, Mestre carreiro, Boiada cuiabana, Perto do coração, Moda da mula preta...entre inúmeros outros clássicos da música brasileira gravados pela dupla em mais de 50 anos de carreira, interrompidos em 1970 com a morte de Raul Torres em Julho, e de Florêncio alguns meses depois.
Raul Torres, Florêncio e Nininho
A história da dupla em Cosmópolis começou com Florêncio que traz na sua ascendência (família Frade) familiares em Cosmópolis e Limeira. Raul Torres no início de sua carreira na década de 20, diversas vezes se apresentou na pequena Vila de Cosmópolis (na época distrito de Campinas-SP), primeiramente com sua embaixada cantando sambas e cateretês, e depois ao lado do sobrinho Serrinha cantando o verdadeiro estilo musical Paulista, em Cateretês, Toadas, Modas de viola e o estilo toada histórica criado por Raul e João Pacifico (este também com parentesco em Cosmópolis). Florêncio além do parentesco com a cidade de Cosmópolis, era padrinho de batismo de um cosmopolense por nome Amadeu de Queiroz, filho da figura conhecida na cidade Bento açougueiro, que em 1952 mudou-se para o bairro que surgia a pouco tempo, o bairro do Vila Mariana, que popularmente era conhecido como Vila Nova, nome que anos depois se tornou oficial do bairro. A vinda do compadre Florêncio, era tradição no bairro no mês de Junho, onde se apresentava ao lado do sanfoneiro Nininho, que acompanhou o trio desde o inicio da década de 50. O trio na sua formação Raul Torres, Florêncio e Nininho se apresentou apenas duas vezes no bairro, sendo a primeira vez em 1956, nas demais apresentações no Vila Nova, somente Florêncio e Nininho vinham a cidade. O motivo da falta de Raul Torres, era que o cantor estava praticamente aposentado, ou como ele dizia sossegado, (já eram mais de 40 anos de carreira artística) Raul apenas se apresentava no programa da dupla "Os três Batutas do Sertão" na rádio Record, e em shows contratados pela gravadora. Esse sossego de Raul Torres, causou uma certa 'risgá" entre os dois, que com o tempo se tornaram uma dupla tão profissional, que somente conversavam nas horas de apresentações, fora isso ambos ficavam de birá um com outro.
Bairro do Vila Nova final da década de 50
As faltas de Raul Torres em Cosmópolis, eram sempre lembradas nas cartas enviadas para a dupla na rádio Record, as apresentações de Raul Torres na cidade ficaram marcadas na sua memória, surgindo então o sambinha caipira "Vila Nova", em homenagem aos amigos do bairro cosmopolense. A música inicialmente era cantada pela dupla no rádio, cantada ao vivo pelo famoso trio "Os Batutas do sertão", nome dado ao trio Raul Torres, Florêncio e o sanfoneiro Nininho. A música somente foi gravada em 1970, pela gravadora Vitória, no LP "O maior patrimônio da música sertaneja", que trazia antigos sucessos de Raul Torres do seu incio de carreira cantando sozinho como Jacaré no caminho, Trepei na roseira, ao meio de novas gravações, na qual destacamos o samba Vila Nova. O LP foi o último a ser gravado pela dupla, lançado Junho de 1970, dias depois do lançamento do disco, Raul Torres falecia em 12 de Julho, e em Novembro do mesmo ano Florêncio. Era o fim de uma das duplas mais consagradas da história da música brasileira, partiam em vida, para serem eternizados através de sua vida musical na história eternamente. No final do mês de julho com o falecimento de Raul, em um desses acasos do destino, Florêncio chamou Tião Carreiro em sua casa, e deu de presente ao cantor sua velha viola vermelha, que durante décadas acompanhou a dupla pelo Brasil à fora, por uma coincidência do destino meses depois Florêncio faleceu. No ano seguinte Tião Carreiro e pardinho, em homenagem ao ídolo gravaram a moda de viola "Viola Vermelha".
Obs: Neste mesmo LP, existe mais uma música com relação a Cosmópolis feita por Raul Torres, a embolada escrita no caipira "Balanceiro da Osina", música feita em inspiração as greves dos fornecedores de cana da Usina Ester, que reclamavam dos roubos feitos pelo balanceiro da empresa, que na balança sempre "puxava" a menos para os fornecedores. Está gravação estaremos adicionando em breve em nosso nosso canal no Youtube, aguardem.
1898...Major Arthur Nogueira e ao fundo as primeiras colonias da Usina Ester, construídas de madeiras das matas da Fazenda Funil pelos primeiros imigrantes que chegavam na região para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar da usina. Na Usina Ester os colonos neste período eram na maioria italianos e espanhóis, poucos eram paulistas filhos da terra e alemães. Os colonos italianos e espanhóis que não se adaptaram aos trabalhos da lavoura de cana de açúcar, e principalmente as condições de trabalho quase escravo da usina, migravam para outras regiões como Artur Nogueira, Conchal, Mogi Mirim, e demais cidades próximas, onde trabalhavam como empregados ou meieiros nas lavouras de algodão e café, culturas que predominavam em muitas cidades de nossa região neste período. Uma curiosidade sobre o Major Arthur Nogueira, ele sempre se vestia de branco, quando não era o terno e a calça, era somente o terno. Na época eram poucos que usavam a cor branca, pelos cuidados que as peças pediam e também o valor do tecido que era mais caro, o branco na vestimenta no inicio do século passado era para poucos, e demonstrava a posição social e o destaque no poder de determinadas regiões. No nordeste os famosos coronéis só se vestiam de branco, em São Paulo o nome coronel muda para Major e a tradição a mesma, igualmente como os coronéis nordestinos, os majores paulistas também eram temidos e abusavam do "poder" que conseguiam através do dinheiro $$.
30/11/2012...Show do cantor sertanejo Leonardo, enceramento das comemorações na Praça Major Artur Nogueira (Coreto) , um dos shows de maior público da história da cidade. Foto Cíntia Barbosa Melo