Morre Pitangueira
Faleceu nesta Sexta-feira em São Paulo, aos 85 anos, Euclides Damico, o Pitangueira da dupla Zé Fortuna e Pitangueira. Paulista da cidade de Itápolis, Pitangueira formou com o irmão Zé Fortuna, uma das duplas mais consagradas da música sertaneja, e que durante mais de 40 anos se manteve fiel a este estilo, no qual a dupla se tornou conhecida por inúmeros sucessos. José Fortuna, faleceu em 10/11/1983, e iniciou dupla com o irmão na década de 50, depois de terminar dupla com o parceiro Piracicaba, surgia então a parceria com o irmão Euclides que se chamaria Pitangueira, e ao lado do sanfoneiro Zé do Fole, se formava o trio Zé Fortuna, Pitangueira e Zé do Fole. Nestes mais de 40 anos de carreira interrompidos em 1983 com a morte de Zé fortuna, o trio emplacou diversos sucessos como: Paineira velha, Esteio de aroeira, Valsa dos noivos, Lembrança, Retalhos de amor, Flor do Baile, Selo de sangue, Cavalo branco, Avenida Boiadeira, entre tantos outros consagrados pela dupla, e inúmeros outros grandes sucessos compostos por Zé fortuna para outras duplas, como as versões "Meu primeiro amor e Índia" imortalizadas pela dupla Cascatinha e Ínhana.
Abaixo alguns videos que contam um pouco mais da história desses dois descendentes de italianos, que se tornaram consagrados no Brasil e no mundo por seus sucessos.
A história da dupla em Cosmópolis.
O trio Zé Fortuna, Pitangueira e Zé do Fole, esteve em Cosmópolis por diversas vezes, e antes da formação com o irmão Pitangueira, Zé fortuna se apresentou com sua primeira dupla Zé Fortuna e Piracicaba. O trio foi um dos maiores recordes de público em Cosmópolis em todas suas apresentações, sempre circo lotado e com várias sessões, se apresentando nos circos Estrela D'alva, Guaracy, Irmãos Almeida e no circo de propriedade dos irmãos a "Cia de circo e teatro Os Maracanãs". Um dos motivos do sucesso da dupla em Cosmópolis não era apenas seus grandes sucessos musicais, mas também os dramas que a dupla apresentava no circo. O drama era o nome dado às apresentações teatrais nos circos, por serem sempre histórias de tragédias, brigas de amor, e exaltando nas apresentações e nos enredos os dramas da vida, por este motivo o nome de drama a essas apresentações, que se tornaram tão populares em todo o Brasil há décadas passadas. Os Maracanãs, slogan do trio, apresentavam diversos dramas referentes aos seus sucessos musicais, todos dirigidos e adaptados aos atores pelos próprios irmãos Fortuna, existia um grande elenco que fazia parte da Cia de teatro Maracanãs, e a própria dupla também interpretava papeis de mocinho, a vilão, e papeis cômicos como o Bepê Italiano interpretado pelo Pitangueira, aos malandros diversos interpretados por Zé fortuna. Grandes cartazes cosmopolenses que até hoje ainda são lembrados foram os dramas "A lenda da valsa dos noivos" e "A justiça de um filho", outros também fizeram grande sucesso como Selo de sangue, Última Valsa, e o "Conde". No final da década de 60, os irmãos criaram a "Cia Oceania de rádios", que fabricava aparelhos de rádios. Em algumas sessões eram sorteados ao público como presente um rádio portátil da marca Oceania, onde a sintonia era automática no programa da dupla na Rádio Record. A última apresentação do trio em Cosmópolis foi no ano de 1978, no bairro do Vila Nova, nas proximidades onde hoje é a Igreja Assembleia de Deus. Um dupla que traz saudade a todos os ouvintes com suas canções que marcaram época e fizeram história não apenas em Cosmópolis, mas em todo o Brasil.
Adeus amigo Pitangueira, que esteja ao lado do maninho Zé fortuna, cantando em dueto as belezas da terra ao criador. Aqui na terra sempre serão imortais através de suas obras, que a gerações se perpetuam onde existir um caipira ou um apreciador da boa música brasileira. Descanse em paz velho guerreiro.
Compadre Ancermo