99 ANOS DA IGREJA MATRIZ DE SANTA GERTRUDES
Texto e fotos Adriano da Rocha
Dia 17 de Setembro de 1915, uma manhã de domingo na pequena Villa de Cosmópolis que amanhecia em festa. Era oficialmente inaugurada a Igreja de Santa Gertrudes, não essa edificação da Matriz que todos conhecem, mas sim a primeira igreja. A popular e saudosa “Matriz velha”, demolida no inicio da década de 50 para a construção da atual matriz, um projeto do famoso “Escritório de Arquitetura e Engenharia Ramos de Azevedo”, homenagem do Major Arthur Nogueira a memória da matriarca da família, Gertrudes Eufrosina Nogueira, ou Dona Tudinha Nogueira, figura de grande importância da alta sociedade Paulista da época.
A construção da antiga Igreja de Santa Gertrudes teve seu inicio no final do século 19, no mesmo período era construído pelo "Escritório Ramos de Azevedo", sob a supervisão do arquiteto Dumontt Vilarelles, a "moderna" Usina Esther, toda sua área industrial e demais dependências (escritório, escola e estação de carga e ressaca) e o famoso Palacete Irmãos Nogueira (demolido em 2011). O projeto e término da Igreja de Santa Gertrudes seria entregue e inaugurado nos primeiros anos do ”novo século 20”, junto com a Usina Esther em 1905.
Infelizmente graves acidentes naturais aconteceram neste período em Cosmópolis, chuvas intermináveis e fortes tempestades, e o mais grave, um ciclone em 24 de Outubro de 1912. A antiga igreja seguia os moldes da antiga Basílica de Nossa Senhora do Carmo em Campinas (localizada próxima ao INSS). A igreja cosmopolense seguiu o mesmo projeto arquitetônico da basílica, criando-se então em proporções menores, uma igreja que lembrava a antiga igreja edificada pelo fundador de Campinas Barreto Leme no final do século 18, região a qual era berço da família Nogueira.
O registros acima foram feitos após o termino da missa, celebrada pelo Monsenhor Joaquim Mamede da Silva Leite. O Monsenhor a pedido do Arcebispo de Campinas, Dom João Batista Corrêa Nery, chegou à vila dias antes da inauguração oficial da igreja, onde realizou um verdadeiro movimento de catolização na vila, fez 215 comunhões, 236 crismas, e dois casamentos, criou o apostolado de oração, e as diretorias religiosas da igreja, o movimento foi destaque na imprensa campineira e também no noticiário da época "A Camélia".
Na primeira foto registrada na lateral esquerda da velha Igreja, próximo ao cruzeiro das almas, figuras importantes da história Cosmopolense, Campineira e de uma forma geral personagens de destaque na formação da região e do estado de São Paulo.
No centro de chapéu, calças brancas e bigode, Major Arthur Nogueira, ao lado o sobrinho Paulo Nogueira Filho (chapéu de palhinha e roupa branca), ao seu lado sua mãe Dona Esther Nogueira (rodeada pelas crianças), próximo ao Major e ao lado da senhora de guarda chuvas, Francisco Glicério e Orozimbo Maia (ambos de cabelos brancos, gravatas pretas e camisa de lapela alta), de terno bege Paulo de Almeida Nogueira ao lado de Francisco Glicério. O senhor alto e de chapéu próximo das crianças é o engenheiro Dumontt Vilarelles, arquiteto e membro do escritório de engenharia Ramos de Azevedo.
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