quinta-feira, 7 de setembro de 2017

AINDA ONTEM EM COSMÓPOLIS...

Há exatos 72 anos
Cosmópolis, 07 de setembro de 1945


“DIA DA PATRIA”
 O registro fotográfico apresenta a mocidade “Alviverde” do Cosmopolitano Futebol Clube, momentos antes do desfile do “Dia da Pátria”, realizado na Avenida Esther.
As cores verde e branca, símbolos do Clube Cosmopolitano, contrastavam com as cores da bandeira nacional.

Os homens, vestiam camisas brancas, com faixas verdes nas mangas, em evidência no peito, o brasão do Clube.

As mulheres, vestidos em tons verdes, blusas brancas com faixas verdes no peitoral, mangas e golas. Todas as camisas ornamentadas com “gola V”, realçado em verde, simbolizando a letra V de vitória.

Usando terno, no lado esquerdo, está Dr. Moacir do Amaral, primeiro prefeito de Cosmópolis.

A foto foi registrada na Rua Baronesa Geraldo de Rezende, próxima a rua Sete de Setembro. No lado esquerdo, a lendária Pensão Talassi (demolida nos anos de 1980, atual Azzo Galeria e Nallin Despachante), e no lado esquerdo, a sede social e administrativa do Cosmopolitano (Hotel Pousa Lá).

DITADOR EXALTADO COMO SÍMBOLO MAIOR
Na frontaria, dois portas bandeiras traziam a estandarte do Clube Cosmopolitano. Suas hastes minuciosamente adornadas com fitas alviverdes.
O ditador, que invadiu, humilhou e saqueou Cosmópolis, entre outras cidades paulistas, no período da revolução Constitucionalista de 1932, era enlevado como símbolo maior da Pátria.
Um quadro revestido com flores, exibia a foto de Getúlio Vargas, abaixo uma placa com a palavra pátria, representando assim o presidente como símbolo da nação.
Um simbólico V nas cores verde e amarela, ladeava o quadro do Ditador. Atrás da alegoria, a bandeira nacional, mostrando altiva a lança de sua ponteira.

O PERCURSO
  O trajeto do desfile, tinha início na Praça Major Arthur Nogueira (Coreto), saindo em marcha até a Rua Antônio Carlos Nogueira, seguindo para a Rua Campos Salles.
A celebração terminava com o juramento da bandeira, regimentado com honrarias ao pavilhão nacional e ao presidente ditatorial Getúlio Vargas, no antigo Paço Municipal.
Participavam do desfile alunos do Grupo Escolar de Cosmópolis (Escola Rodrigo), esportistas dos clubes cosmopolenses (Funilense, Bota Fogo e Cosmopolitano), ferroviários da Cia Sorocabana, funcionários da Usina Ester e indústrias têxteis.
Populares enfeitavam troles, charretes, carros, caminhões e até bicicletas, nas cores da bandeira nacional.
Os puxadores do desfile, quem seguia na frente abrindo os caminhos, eram os componentes da tradicional Corporação Musical de Cosmópolis, executando marchas, dobrados e hinos militares nacionais.

MUDANÇA DE NOME 
 O “Dia da Independência”, exaltado desde 7 de setembro de 1822, foi rebatizado em 1930 como “Dia da Pátria”. A mudança foi uma exigência do ditador Getúlio Vargas, que acreditava que o nome Independência, seria uma alusão a possíveis revoltas populares contra seu governo.
O nome predominou até o fim da era Vargas (com seu suicídio em 1954), retornando novamente com o Golpe Militar de 1964, estabelecido pelos sensores do novo governo.
Com o processo de “redemocratização”, no fim dos anos 1980, a data voltou a ser oficializada como “Dia da Independência”.

72 ANOS DO FIM DA GUERRA
A Segunda Guerra Mundial terminava, o dia 2 de setembro ficava marcado como o fim dos piores anos da história da humanidade.
As comemorações estendiam-se mundialmente durante todo o mês de setembro.

Cosmópolis festejava, a pequena cidade recém emancipada de Campinas, unia-se nos preparativos para o dia 7 de setembro.

A população, ansiosa aguardava a volta dos filhos Expedicionários, os pracinhas cosmopolenses.

Era o fim dos racionamentos de trigo, açúcar, querosene, gasolina e tantos outros artigos. No período da guerra, os produtos abasteciam as tropas aliadas contra o eixo nazifascista.

As lágrimas de tristeza, sentidas pelas marcas da guerra, contrastavam com a alegria do recomeço da paz mundial.
O dia 7 de setembro era glorificado com as honras do “Dia da Pátria” e as festividades do fim da Grande Guerra.

A antiga Estação da Carril Funilense, hasteava a bandeira do pavilhão brasileiro no topo da caixa d’água de abastecimento dos trens.

O tremular da bandeira era visto até mesmo do Morro Amarelo, onde as jardineiras e os trens da Sorocabana, apitavam ecoando distante sua chegada na Villa.

A estação recebia fitas e adereços nas cores nacionais, a cidade toda preparava-se para a chegada dos soldados cosmopolenses...

A continuação desta história, fica para a próxima...

Texto e foto Adriano da Rocha
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