Capela do Senhor Bom Jesus completará 78 anos da sua edificação
Referência religiosa e festiva, o local é um dos marcos históricos da região rural cosmopolense
Texto Adriano da Rocha
Fotos Conceição Tetzner
Localizada no bairro rural Nova Campinas, capela completa 78 anos em Outubro. / Foto Conceição Tetzner |
A estrada rural ainda é de chão batido, cascalhado com pedaços de pedras e sobras de olarias, a terra é de um vermelho intenso. Cortando plantações, principalmente cana e laranja, o motorista é levado para históricos destinos, regiões rurais de Limeira e Artur Nogueira.
Estradas bandeirantes, abertas na “picada” com rudimentares ferramentas e carros de bois, cortando matas, desbravando caminhos pelos sertões paulistas.
Neste caminho, criado nos primórdios de Cosmópolis, uma módica edificação desperta os olhares no trajeto.
Neste caminho, criado nos primórdios de Cosmópolis, uma módica edificação desperta os olhares no trajeto.
Na mansidão verde de lavouras, o motorista avista ao longe uma capela, sobre seu campanário uma cruz de ferro forjado. Traçado, entre os arrabaldes do símbolo cristão, as iniciais S.B.J.
Ladeada de novas construções, espaço comunitário comercial e um salão de festas, está uma modesta capela. Mostrando a glorificação católica da construção, letras sobressaem a estrutura, anunciando o nome Senhor Bom Jesus.
É a Capela do Senhor Bom Jesus, localizada no bairro rural Nova Campinas, uma das primeiras regiões a serem povoadas em Cosmópolis.
Reduto da fé católica, referência festiva da tradicional Festa do Senhor Bom Jesus, espaço de confraternizações e celebrações religiosas. Uma construção que marcou a história de inúmeras gerações de cosmopolenses.
Reduto da fé católica, referência festiva da tradicional Festa do Senhor Bom Jesus, espaço de confraternizações e celebrações religiosas. Uma construção que marcou a história de inúmeras gerações de cosmopolenses.
HISTÓRIA
A construção, é datada de 24 de outubro de 1940, edificada pela comunidade católica do bairro, em parceria com membros das missões da Igreja Matriz de Santa Gertrudes. Um grupo que buscava na fé católica, edificar novos pontos de evangelização, fora da Villa de Cosmópolis. Até então, o território cosmopolense possuía somente um templo católico, a Igreja Matriz.
A construção, é datada de 24 de outubro de 1940, edificada pela comunidade católica do bairro, em parceria com membros das missões da Igreja Matriz de Santa Gertrudes. Um grupo que buscava na fé católica, edificar novos pontos de evangelização, fora da Villa de Cosmópolis. Até então, o território cosmopolense possuía somente um templo católico, a Igreja Matriz.
Para as obras de construção, a Usina Esther, intermediou a legalização do terreno e doou grande parte dos materiais, sendo Dona Sonja e Guilherme Pompeo Nogueira (Guilhermino), diretores da empresa, padrinhos de fé da capela.
Atual Capela, foi construída no mesmo ponto onde existia outra edificação dedica ao Bom Jesus. / Foto Conceição Tetzner |
MARCO CATÓLICO
A nova construção, surgia sobre antigos marcos do catolicismo no bairro, desbravado no início dos anos de 1800.
A nova construção, surgia sobre antigos marcos do catolicismo no bairro, desbravado no início dos anos de 1800.
No mesmo ponto, o qual foi construída a capela, já existia uma pequena edificação dedicada ao Bom Jesus. Até o fim do século 19, um pároco vindo de Limeira, realizava periodicamente, batizados e casamentos na capela.
Nesta extinta capela, nos meses de agosto e fim de setembro, eram realizadas festas em louvor ao Bom Jesus da Caninha Verde.
Trezenas, louvações feitas por grupos de violeiros, reuniam multidões pedindo a interseção do Bom Jesus, para um boa colheita do café e cana de açúcar.
COMÉRCIOS AOS ARREDORES Neste período, já existiam próximos da Capela, pequenos espaços comerciais. Os comércios, surgiam para atender aos moradores da região rural, bairros do Pinheirinho (primeiro bairro de Cosmópolis), Serra Velha, Núcleo Colonial Santo Antônio, Pires, entre outros.
A proximidade com Limeira, como também, a facilidade de inúmeras estradas, levavam os moradores a cidade vizinha.
Buscando atender ao crescente número de consumidores, surgiam pequenos comércios, uma vendinha de secos e molhados (cereais e bebidas), e um açougue.
O açougue, possuía até um matadouro de animais nos fundos, fornecendo carnes a outros açougues das Villas de Cosmópolis e Arthur Nogueira.
A casa de carnes, era de propriedade dos irmãos Antônio e Custódio da Rocha. Os irmãos, assumiam a propriedade em 1933, adquirida de um imigrante português.
Em 1939, uma lei da Câmara Municipal de Campinas, proibia os comércios fora do perímetro urbano da Villa de Cosmópolis. Era fechado o açougue e a vendinha, sendo demolidas as construções pela Sub prefeitura de Cosmópolis.
Texto Adriano da Rocha
Fotos Conceição Tetzner
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