MEMÓRIA COMERCIAL
ADEUS LAÉRCIO MAGOSSI
Texto Adriano da Rocha
Foto Acervo familiar
Laércio Magossi, faleceu aos 66 anos de idade |
Uma vida inteira dedicada a sua paixão pelo ofício, onde foi aluno, professor e honroso patrão. Tradição comercial dos tempos do velho Mingo, seguida por seus filhos e netos, principalmente por este mestre “bicicleteiro”.
Cosmópolis despede-se de Laércio Magossi, o querido “bicicleteiro” da Villa. Laércio faleceu aos 66 anos de idade, na noite de quinta-feira (08). O velório e sepultamento, acontecem nesta sexta-feira (9)
VELÓRIO E SEPULTAMENTO
O corpo, aguarda os amigos para última despedida no Velório Municipal. O sepultamento será realizado às 15h00, no Cemitério da Saudade, em Cosmópolis. Laércio era casado com Sueli de Faveri Magossi, deixa os filhos Janderson, Evandro, Cristiano e netos.
O corpo, aguarda os amigos para última despedida no Velório Municipal. O sepultamento será realizado às 15h00, no Cemitério da Saudade, em Cosmópolis. Laércio era casado com Sueli de Faveri Magossi, deixa os filhos Janderson, Evandro, Cristiano e netos.
"MAGOSSIS BICICLETEIROS"
Bicicleteiro, com muito orgulho, sem ter receios ou frescuras, de sujar as mãos na graxa, ficar com as unhas encravadas de tanto consertar raios, desmontar e montar camaras, alinhar rodas, trocar suspensões e soldar aros.
Bicicleteiro, com muito orgulho, sem ter receios ou frescuras, de sujar as mãos na graxa, ficar com as unhas encravadas de tanto consertar raios, desmontar e montar camaras, alinhar rodas, trocar suspensões e soldar aros.
Habilidoso nos serviços, seguindo a tradição dos saudosos pais, Dona Maria e Mingo Magossi, lendários personagens da “Villa Cosmópolis”.
O casal, trocou os arados, colhedeiras e enxadas, a dura vida nas terras do Núcleo Colonial e Nova Campinas, pela progressista rua comercial, a Avenida Esther.
Os descendentes de imigrantes italianos, mudavam o calejar das mãos, surgindo uma nova história para a família, edificada nas ferragens e bicicletas.
Entre a Avenida Esther e Rua Sete de Setembro, a casa comercial da família Magossi, o início dos “bicicleteiros”. O exigente e habilidoso Mingo, criava os filhos entre peças, parafusos, pneus e maquinários, trabalhando todos juntos.
A fama da família de “bicicleteiros” crescia, a pequena loja de ferragens do Mingo, mudava de endereço. A lendária edificação, onde funcionou até a “Casas Pernambucanas”, não era suficiente para prover os sonhos dos irmãos Magossi.
Visionários, queriam crescer materializando seus sonhos, o velho comercial do Mingo, renascia como a Sport Magossi. Marcante na vida de inúmeras gerações de cosmopolenses.
Entre a irmandade dos “lemões” Magossi, Laércio destacava-se pelo cuidado e zelo nos serviços. Consertava, montava e vendia todos os produtos da Loja, desde um simples parafuso, à moderna bicicleta barra forte circular.
Sua fala mansa, o jeito calmo, cativavam a freguesia, conhecia o cliente só pelo jeito de entrar na loja. Oferecendo serviços muito além do simples ou complicado conserto.
Laércio, mostrava ao cliente não somente a opção do conserto, mas também, as infindas opções de aprimorar a bicicleta, sempre, ao gosto do freguês.
Bancos com brasões de times, luvas de guidão com fitas, proteção de corrente colorida, buzina "fom fom" e campainha de tímpano, garupeira acolchoada para levar a namorada, pedaleira refletiva, retrovisor, “lameira” enfeitada...
Laércio tinha paciência em mostrar cada item da gigantesca lista de produtos, montando uma bicicleta única, customizada para cada cliente. Um trabalho feito em família, ao lado dos irmãos, esposas, noras, filhos e sobrinhos. Consertando e garantindo o serviço.
AO MESTRE BICICLETEIRO NOSSA HOMENAGEM
A tesoura afiada do barbeiro, o corte preciso no tesourão do alfaiate r costureira, o fio exato nos instrumentos da manicure, eram certeza de serviço bem feito, ao serem amolados pelo habilidoso Laércio.
A bicicleta da garoupeira alta, enfeitada com capricho pelo Laércio, era a sensação ao passar próximo das moças nos Jardins do Coreto.
A imponente bicicleta, com sua barra forte, dois bagageiros reforçados, que levavam as compras do armazém , ao entregador de jornais, quando não era vendida pelo Laércio, passava por suas mãos no conserto.
A primeira bicicleta, ainda com rodinhas de apoio, reforço especial ao pequeno cliente, as reminiscencias dos pais, que na infância passaram na loja, são lembranças vivas nas histórias de milhares de cosmopolenses.
Recordações dos irmãos Magossi, lembranças cosmopolenses do mestre Laércio “bicicleteiro”. Sua figura estará sempre viva, com seus cabelos brancos, a típica pele rosada germânica, o jeitão reservado e ao mesmo tempo brincalhão, eternas marcas deste ícone comercial.
Patrão exigente, e ao mesmo tempo amigo e professor, quantos empregados ao saírem da "casa Magossi", abriram sua própria loja de peças e consertos. A paixão do Laércio “bicicleteiro”, formou filhos, perpetuando seus sonhos e memórias.
Os filhos seguem o caminhar do pai, ou no caso, o pedalar da família de “bicicleteiros”. História comercial e familiar, escrita com muito orgulho, nas páginas do volumoso “livro”, chamado cidade de Cosmópolis.
Os vizinhos de comércio, tantos já falecidos, amigos de décadas de Avenida Esther, aguardam sua chegada Laércio.
Dona Maria e o velho Mingo Magossi, já reservaram um lugar especial para seu filho, ao lado do Pai.
Rogai por seus filhos e amigos, não esquecendo da sua querida Cosmópolis...
Foto acervo Familiar
...