quarta-feira, 18 de setembro de 2019

PRENÚNCIOS DA PRIMAVERA

Piúvas cosmopolenses 🌸❤️
 



  Olha ele, em mais uma florada. Florecer que prenúncia a proximidade da primavera, constrastando em toda região com a imponência dos seus mais de 8 metros de altura. “Florada altaneira”, como diz o paulista, podendo ser deslumbrada sua copada em vários pontos da cidade.
Imagens do início do mês de setembro, registrando a “florada 2019” do ipê rosa da Rua Ramos de Azevedo.


A piúva rosa, como é denominada em São Paulo, é uma das últimas existentes na região central. Sendo desta espécie, a árvore mais velha do centro.
Resistindo há mais 40 anos ao progresso e maus tratos, é uma verdadeira guerreira, símbolo e exemplo da sobrevivência ambiental.




  📸 Fotos Lana Freitas
Texto Adriano da Rocha

terça-feira, 17 de setembro de 2019

104 ANOS DA IGREJA MATRIZ DE SANTA GERTRUDES

MEMÓRIA
 


1915- Igreja Matriz de Santa Gertrudes, momentos antes da inauguração. Registro atribuído ao jovem Pedro Damiano, doado ao Acervo Público Cosmopolense por Antonio Damiano

 Marco religioso, indicadora, cartão postal, referência histórica municipal e, nas histórias de incontáveis gerações cosmopolenses. Em 15 de setembro de 1915, uma sexta-feira há exatos 104 anos, oficialmente era inaugurada a primeira Igreja Matriz de Santa Gertrudes, a notória “Igreja Velha”. Uma igreja pouco conhecida por muitos  cosmopolenses, chegando a ser ignorada sua história e existência anterior, demolida em partes nos anos 1950, para construção da atual Matriz. A nova igreja matriz seria construída na região da atual "Praça do Rodrigo", mas contratempos políticos e religiosos, impediram a continuidade e preservação da histórica edificação.
 
1956- Início das obras de demolição e construção da nova Igreja Matriz de santa Gertrudes


 A Igreja era demolida com o pretexto de ser muito pequena, não comportando o aumento no número de fiéis. Na atual Matriz, são preservados da "igreja velha" o piso de acesso ao altar, mármores importados que revestiam paredes e adornavam o primeiro altar, foram assentados como retalhos em alguns espaços sacros, ferragens e parte dos tijolos.

2019- Em destaque ao centro, o piso de acesso da "Igreja Velha",ainda preservado na atual Matriz


HOMENAGEM A "DONA TUDINHA"
Gertrudes Eufrosina de Almeida Bicudo Nogueira Ferraz, Dona Tudinha, matriarca dos fundadores da Usina Ester, devota fervorosa de Santa Gertrudes de Helfta.

A “igreja velha” foi uma homenagem póstuma a Gertrudes Eufrosina de Almeida Bicudo Nogueira Ferraz, Dona Tudinha, matriarca dos fundadores da Usina Ester, devota fervorosa de Santa Gertrudes de Helfta. A Santa era venerada como Padroeira dos Barões no Brasil Imperial, por isso, a grande devoção entre agricultores e nomes de batismos homenageando Gertrudes .


Dona Tudinha Nogueira, como era conhecida pelos amigos e sociedade paulista, foi figura de destaque e respeito no Estado. Era proprietária de inúmeras extensões de terras, atualmente cidades como Paulínia, Artur Nogueira e regiões nobres de Campinas, sendo descendente de inúmeras linhagens de Bandeirantes, responsáveis pela fundação de São Paulo e outros Estados.

As obras da "Igreja Velha" foram custeadas pela família, destacando os filhos Cidrack, José Paulino e Major Arthur Nogueira Ferraz. A edificação foi ofertada para o patrimônio da Igreja Católica Apostólica Romana, ficando o Largo (Praça), doado para a Prefeitura de Campinas. 

*Cosmópolis até 1944, foi um dos distritos campineiros, sendo conhecida a progressista “Villa” como a “Nova Campinas”.


RAMOS DE AZEVEDO E “SEVERO VILLARES”
1913- Planta geral da Villa de Cosmópolis, com o nome de Ramos de Azevedo sendo homenageado na rua
 
O projeto arquitetônico foi do renomado engenheiro Ramos de Azevedo, estando às obras supervisionadas em Cosmópolis, pelos sócios Ricardo Severo e Arnaldo Dumont Villares, sobrinho de Santos Dumont, “Pai da Aviação”. Villares era sobrinho do Coronel João Manuel de Almeida Barboza, antigo proprietário da Fazenda Funil e um dos fundadores do Grupo Industrial Villares.


Para concepção dos projetos, estudos da aérea e cálculos, Ramos esteve em Cosmópolis e região por várias vezes. Sua ausência acontecia devido às inúmeras obras na Capital e demais cidades, realizadas pelo “Escritório Técnico Ramos de Azevedo”. Na época o maior do Brasil, com inúmeros arquitetos, engenheiros, escultores e mais de 500 funcionários.

01\01\1945 - Missa campal realizada no Largo da Matriz, em saudação ao novo município de Cosmópolis, abençoando a posse dos primeiros prefeitos, Moacir do Amaral e Caetano Achiles Avancine


A edificação da Igreja Matriz era realizada em conjunto com as obras do complexo industrial da Usina Ester, Palacete Irmãos Nogueira (Sobrado), e o armazém central da Carril Agrícola Funilense, atual Mercadão de Campinas, todas as obras projetadas por Ramos de Azevedo e construídas por suas equipes.

O célebre engenheiro, familiar dos Nogueira Ferraz, havia construído em 1893, a mansão de José Paulino na capital, localizada na região da Avenida Paulista, considerada uma das mais luxuosas residências de São Paulo. Através desta obra, uma das várias realizadas para a família Nogueira, surgia à contratação para os projetos em Cosmópolis.

INSPIRAÇÃO EM TEMPLOS CAMPINEIROS
1940- Altar central da Igreja Matriz de Santa Gertrudes, inspirada na Basílica de Basílica Nossa Senhora do Carmo
 
Seguindo o eclético "Beaux Arts", estilo Francês marcante nas obras de Ramos, a “Igreja Velha de Santa Gertrudes” era inspirada em históricos templos campineiros. Na área externa, ornamentos cimentícios, portais e janelas, acompanhavam o estilo da Igreja de São Benedito, uma das primeiras obras projetadas por Ramos; toda a área interna, altar, acessos, pisos de mármore, inspirados na Basílica Nossa Senhora do Carmo, considerada um dos marcos da fundação de Campinas.


Todos os ornamentos foram projetados por Felisberto Ranzini, famoso arquiteto do Escritório Ramos de Azevedo. Ranzini era professor do Liceu de Artes e Ofícios e da Escola de Belas-Artes de São Paulo, conhecido pelas obras da Casa das Rosas, localizada na Avenida Paulista, residência da filha de Ramos.

MATERIAIS IMPORTADOS
As Telhas foram vindas da França, fabricadas pela “St. Henry Marseille”, uma das mais importantes olarias do mundo, a qual revendeu em conjunto, todo madeiramento para o telhado em Pinho de Riga (Pinus sylvestris), provenientes da Letônia. Também importadas da Europa, chegando de navio, vieram o cimento e ferragens da Inglaterra.


1953 - Primeira Igreja Matriz de Santa Gertrudes


O madeiramento do forro, portas, janelas e móveis sacros, eram todos lavrados em cedro das matas cosmopolenses. Na época, uma das árvores mais predominantes nas terras da Fazenda Funil. Madeiras lavradas nas centenárias serrarias do bairro Serra Velha. Os ornamentos em cimento, colunas, balaústres e molduras, foram feitos no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
Os sinos do campanário, confeccionados em puro bronze, foram produzidos pela Fábrica Lidgerwood, em Campinas. Prédio tombado como patrimônio histórico municipal e estadual, localizado na Avenida Andrade Neves

ATRASOS NAS OBRAS

Anos 1940- Cosmopolense e sua filha, sem identificação, nos jardins da "Igreja velha"
 
As obras de construção da primeira igreja Católica de Cosmópolis, a Matriz de Santa Gertrudes, tiveram início no fim do século 19, com a agrimensória do terreno, criação de bases e estudos da área, realizados por Ramos de Azevedo. Em 1900, atendendo pedidos da comunidade Católica, foi edificada uma pequena capela, construída próximo das obras da Matriz.



 Seguidas Intempéries climáticas, como incessantes chuvas, tempestades, e um devastador ciclone que destruiu parcialmente construções da Villa, Usina Ester e colônias, interrompiam as obras da Matriz. O ciclone surgiu em 24 de outubro de 1912, e a Igreja Matriz foi um dos pontos mais castigados pela intempérie climática, destruindo o telhado, derrubando paredes e ornamentos.

INAUGURAÇÃO OFICIAL
17 de Setembro de 1915- Inauguração da Igreja Matriz de Santa Gertrudes. Ao centro de calças brancas, sua marca pessoal de vestimenta, é o Major Arthur Nogueira, a moça ao seu lado, é Tilinha Nogueira Ferraz, filha de José Paulino e irmã de Esther Nogueira. Ao seu lado, ao fundo, está o Senador Francisco Glicério, ao fundo, Orozimbo Maia. O jovem, usando branco, é Paulo Nogueira Filho, o Paulito, ao seu lado a mãe, Esther Coutinho de Almeida Nogueira
 
Na manhã do dia 17 de setembro, uma ensolarada sexta-feira, desembarcavam na Estação da Funilense, Heitor Teixeira Penteado, prefeito de Campinas, senador Francisco Glicério, Orozimbo Maia e família, representando Ramos de Azevedo, os sócios e arquitetos Arnaldo Dumont Villares e Ricardo Severo, Júlio de Mesquita, fundador e proprietário do jornal O Estado de São Paulo, entre inúmeras autoridades políticas e empresarias da época.


O anfitrião Major Arthur Nogueira, junto com a Corporação Musical da Usina Esther, esperava na Estação os célebres convidados para a inauguração oficial da Igreja Matriz de Santa Gertrudes. Um projeto do Escritório de Arquitetura e Engenharia Ramos de Azevedo, edificação construída em homenagem a matriarca da família Nogueira Ferraz.

Dos doze filhos de Dona Tudinha, somente José Paulino Nogueira não compareceu por motivos de saúde, sendo representado pelas filhas Tilinha e Esther Nogueira, com seu esposo Paulo de Almeida Nogueira e netos. José Paulino faleceu dois meses após a inauguração da Igreja, em 10 de Novembro de 1915.

Na edificação aguardavam os fiéis e autoridades, o Padre Serapio Giol (primeiro Padre oficial de Cosmópolis) e o Monsenhor Joaquim da Silva Leite, responsáveis pela realização da missa na primeira Igreja Católica da Vila . *Até então Cosmópolis só possuía pequenas capelas em seu território.

UMA FOTO ETERNIZANDO O MOMENTO
No término da celebração religiosa, o histórico momento foi registrado com a foto principal que ilustra a matéria. A fotografia foi um registro amador, redescoberta décadas depois, através de uma doação de Antonio Damiano. A foto, doada para o processo de digitalização nos anos 1990, marcaria a biografia da Igreja, eternizando por 104 anos o histórico momento. Damiano é autor de outros registros da velha Matriz, como inúmeras fotos amadoras do surgimento de Cosmópolis e importantes acontecimentos.



Uma curiosidade é que dentre as várias crianças da foto, estão os oito filhos do político e fazendeiro Orozimbo Maia. Com destaque para a filha Odila Maia da Rocha Brito e o esposo Dr. Armando da Rocha Brito, fundadores do Hospital Vera Cruz. Em 1900, homenageando o arquiteto Ramos de Azevedo, uma das principais ruas de acesso à matriz foi oficializada com seu nome.

Texto Adriano da Rocha
Fotos Acervo Grupo Filhos da Terra
Agradecimentos família Damiano, Pupo Nogueira e comunidade Santa Gertrudes

domingo, 8 de setembro de 2019

FERIADO NO PASSADO, SEMPRE LEMBRADO POPULARMENTE NA FÉ CATÓLICA

MEMÓRIA RELIGIOSA 

Ainda ontem era feriado, e hoje, seria feriado também...No passado, dois feriados prolongados, “Dia da Independência” (07), então celebrado nos regimes militares como “Dia da Pátria”, e “Dia de Nossa Senhora Aparecida” (08).

1944- Romeiros cosmopolenses no Largo da antiga Igreja Velha de Aparecida-SP

  Em Cosmópolis o feriado religioso de 08 de setembro era exaltado com intensas celebrações religiosas, principalmente pelas romarias cosmopolenses à “Aparecida do Norte”.

Ainda não existia uma igreja dedicada a Nossa Senhora Aparecida, sendo realizadas as celebrações eucarísticas na Igreja Matriz de Santa Gertrudes e festividades no Largo (jardins da Matriz, atual Praça Paulo de Almeida Nogueira).

No dia 08 de setembro, a cidade amanhecia com alvorada de rojões, seguido de intenso badalar dos sinos do campanário da Matriz, chamando os fiéis para a tradicional missa em louvor a Padroeira Nacional. As celebrações eucarísticas eram campais, com a participação da "Corporação Musical de Cosmópolis", regida pelo mestre Antonio Tavano.

As festividades religiosas aconteciam no Largo da Matriz, realizadas no período da noite, saudando a chegada das Romarias cosmopolenses.

ROMARIAS DE ‘’ APARECIDA DO NORTE’’
 Quem não tem uma foto familiar em “Aparecida”?! Inerente da religião, devoção ou posição social, as fotos em Aparecida, estão entre os mais importantes, até únicos, registros da história familiar de muitas pessoas.·.

O preço mais acessível dos “lambe lambes”, vendendo em grandes quantias aos romeiros, atraiam os visitantes aos populares registros. Sempre ‘‘ “imortalizados” com a Basílica velha ao fundo, ou, os típicos painéis com motivos religiosos, e inusitados desenhos como aviões, animais e passagens bíblicas.

A HISTÓRIA COSMOPOLENSE NA FOTO
 Há exatos 75 anos, em 08 de setembro de 1944
Aparecida-SP- Tradicional Romaria cosmopolense para “Aparecida do Norte”, em celebração ao “Dia da Padroeira do Brasil’’, “Nossa Senhora Aparecida”, então comemorado, em 08 de setembro.

Organizado pelo Padre Oscar Ferraz do Amaral, centro da foto, o moderno ônibus da “Auto Viação Cosmópolis”, era conduzido por José Klingohr (ao fundo na porta), popular “Zeca Kringo”.

Registro fotográfico feito no largo da antiga Catedral de Nossa Senhora Aparecida, popular igreja velha.

Marcante ponto fotográfico de romeiros, imortalizada em milhares de fotos familiares. Registro feito pelos famosos “lambe lambes”, os fotógrafos ambulantes de Aparecida.

O nome popular, uma alusão ao trabalho de revelação das fotos. Para saber o ponto exato da emulsão, o fotografo molhava os dedos na placa de vidro, lambendo a chapa para fixá-la ao papel fotográfico. Neste lambe lambe de fotos e dedos, surgia o nome.

O processo de revelação, durava até 5 horas. A revelação estava totalmente pronta no início da tarde, quando os Romeiros embarcavam para voltar à Cosmópolis. Por estes motivo, as quase cinco horas da revelação, os registros eram realizados na chegada dos Romeiros.

O FIM DO FERIADO DE 8 DE SETEMBRO
 A data foi feriado nacional até 1979, “Dia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida”, então exaltada popularmente como Padroeira Católica do Brasil. A mudança na data do feriado, consagrado religiosamente à Padroeira, mudava em 30 de junho de 1980.

O General Presidente João Batista Figueiredo, alterava o feriado nacional com a Lei nº 6.802, decretando Nossa Senhora da Conceição Aparecida como Padroeira religiosa do Brasil, oficializando como seu feriado nacional, o dia 12 de outubro.

A junção do feriado religioso e o “Dia das Crianças”, acontecia principalmente pelo intermédio das associações comerciais de São Paulo, depois de uma campanha idealizada pela indústria de brinquedos Estrela nos anos 1960.

O "Dia das Crianças" existia oficialmente desde a década de 1920, mas não eram realizadas celebrações públicas e populares. A data foi uma criação do deputado Federal pelo Rio de Janeiro, Galdino do Valle Filho, oficializado pelo Presidente Arthur Bernardes, por meio do decreto nº 4867, de 5 de novembro de 1924.

Texto e foto Adriano da Rocha

#Acervo12Anos #DiadaPadroeira #NossaSenhora #Romarias #Cosmópolis #AcervoCosmopolense #tradição #história

sábado, 7 de setembro de 2019

"DIA DA PÁTRIA E INDEPENDÊNCIA EM COSMÓPOLIS"

MEMÓRIA CÍVICA 

Texto e fotos Adriano da Rocha
07 de setembro de 2010- Guardas Municipais segurando os pavilhões Estadual, nacional e Municipal. Palco localizado na Avenida Centenário, próximo do terreno da Urca

 No passado, uma das mais respeitadas e importantes datas do calendário cívico municipal. Em várias fases da nossa história foi considerada uma das maiores festividades municipais, unindo moradores nas celebrações, e reunindo visitantes de toda região.

Os preparativos uniam alunos, professores e funcionários públicos de todos os setores e funções, a data celebrava historicamente a independência de Portugal, promulgada por Dom Pedro I e figuras como José Bonifácio de Andrada e Silva, familiar direto da família Nogueira, fundadores da Usina Ester, era enaltecida como um meio de celebrar os valores e conquistas do povo e poder público cosmopolense. Por este motivo os destaques de veículos e maquinários públicos, forças policiais, funcionários, alunos, professores, e autoridade locais.

07 de setembro de 1990- Escoteiros, grupo Bandeirante, desfilando na Avenida Ester

 O feriado nacional de “7 de Setembro”, enaltecido em períodos como “Dia da Independência” e “Dia da Pátria”, tinha tamanha importância histórica em Cosmópolis, que foi perpetuada a data em uma das principais ruas da cidade.

A mudança aconteceu em 1934, após um decreto do Ditador Getúlio Vargas, o qual proibia locais públicos de possuírem nomeações de outros países. A histórica Rua Berne, endereço de locais como a Prefeitura e o Cosmopolitano Futebol Clube, era renomeada como “Sete de Setembro”.

07 de setembro de 2003 - Crianças no desfile do "Dia da Independência " realizado na Avenida da Saudade

Na seleção de fotos, com destaque para o primeiro registro de 1945 (último ano da era militar de Vargas), uma viagem na história desta data cívica em Cosmópolis.

HÁ EXATOS 75 ANOS...
Cosmópolis, 07 de setembro de 1945
07 de setembro de 1945- Grupo da mocidade Alviverde do Cosmopolitano Futebol Clube
O p registro fotográfico acima,  apresenta a mocidade “Alviverde” do Cosmopolitano Futebol Clube, momentos antes do desfile do “Dia da Pátria”, realizado na Avenida Esther.
As cores verde e branca, símbolos do Clube Cosmopolitano, contrastavam com as cores da bandeira nacional.

Os homens vestiam camisas brancas, com faixas verdes nas mangas, em evidência no peito, o brasão do Clube.
As mulheres, vestidos em tons verdes, blusas brancas com faixas verdes no peitoral, mangas e golas. Todas as camisas ornamentadas com “gola V”, realçado em verde, simbolizando a letra V de vitória.

Usando terno, no lado esquerdo, está Dr. Moacir do Amaral, primeiro prefeito de Cosmópolis.

A foto foi registrada na Rua Baronesa Geraldo de Rezende, próxima a Rua Sete de Setembro. No lado esquerdo, a lendária Pensão Talassi (demolida nos anos de 1980, atual Azzo Galeria e Nallin Despachante), e no lado esquerdo, a sede social e administrativa do Cosmopolitano (Hotel Pousa Lá).

DITADOR EXALTADO COMO SÍMBOLO MAIOR
Na frontaria, dois portas bandeiras traziam a estandarte do Clube Cosmopolitano. Suas hastes minuciosamente adornadas com fitas alviverdes.
O ditador que invadiu, humilhou e saqueou Cosmópolis, entre outras cidades paulistas, no período da Revolução Constitucionalista de 1932, era elevado como símbolo maior da Pátria.

Um quadro revestido com flores exibia a foto de Getúlio Vargas, abaixo uma placa com a palavra pátria, representando assim o presidente como símbolo da nação. O simbólico V nas cores verde e amarela, ladeava o quadro do Ditador. Atrás da alegoria, a bandeira nacional, mostrando altiva a lança de sua ponteira.

O PERCURSO
O trajeto do desfile, tinha início na Praça Major Arthur Nogueira (Coreto), saindo em marcha até a Rua Antônio Carlos Nogueira, seguindo para a Rua Campos Salles.
A celebração terminava com o juramento da bandeira, regimentado com honrarias ao pavilhão nacional e ao presidente ditatorial Getúlio Vargas, no antigo Paço Municipal.

Participavam do desfile alunos do Grupo Escolar de Cosmópolis (Escola Rodrigo), esportistas dos clubes cosmopolenses (Funilense, Bota Fogo e Cosmopolitano), ferroviários da Cia Sorocabana, funcionários da Usina Ester e indústrias têxteis.
Populares enfeitavam troles, charretes, carros, caminhões e até bicicletas, nas cores da bandeira nacional.

Os puxadores do desfile, quem seguia na frente abrindo os caminhos, eram os componentes da tradicional Corporação Musical de Cosmópolis, executando marchas, dobrados e hinos militares nacionais.

MUDANÇA DE NOME
07 de setembro de 1989- Tradicional fanfara da Escola do Comércio na Avenida Ester

 O “Dia da Independência”, exaltado desde 7 de setembro de 1822, foi rebatizado em 1930 como “Dia da Pátria”. A mudança foi uma exigência do ditador Getúlio Vargas, que acreditava que o nome Independência, seria uma alusão a possíveis revoltas populares contra seu governo.

O nome predominou até o fim da era Vargas (com seu suicídio em 1954), retornando novamente com o Golpe Militar de 1964, estabelecido pelos sensores do novo governo.
Com o processo de “redemocratização”, no fim dos anos 1980, a data voltou a ser oficializada como “Dia da Independência”.

07 de setembro de 1974 - Grupos escolares desfilando na Avenida Ester

75 ANOS DO FIM DA GUERRA
A Segunda Guerra Mundial terminava, o dia 2 de setembro ficava marcado como o fim dos piores anos da história da humanidade.

As comemorações estendiam-se mundialmente durante todo o mês de setembro.
Cosmópolis festejava a pequena cidade recém-emancipada de Campinas, unia-se nos preparativos para o dia 7 de setembro.
A população, ansiosa aguardava a volta dos filhos Expedicionários, os pracinhas cosmopolenses.

Era o fim dos racionamentos de trigo, açúcar, querosene, gasolina e tantos outros artigos. No período da guerra, os produtos abasteciam as tropas aliadas contra o eixo nazifascista.
As lágrimas de tristeza, sentidas pelas marcas da guerra, contrastavam com a alegria do recomeço da paz mundial.

O dia 7 de setembro era glorificado com as honras do “Dia da Pátria” e as festividades do fim da Grande Guerra. A antiga Estação da Carril Funilense, hasteava a bandeira do pavilhão brasileiro no topo da caixa d’água de abastecimento dos trens.

O tremular da bandeira era visto até mesmo do Morro Amarelo, onde as jardineiras e os trens da Sorocabana apitavam ecoando distante sua chegada à Villa.

A Estação recebia fitas e adereços nas cores nacionais, a cidade toda se preparava para a chegada dos soldados cosmopolenses.

ÚLTIMO DESFILE PÚBLICO
07 de setembro de 2010- Representantes da Banda Marcial de Limeira desfilando na Avenida Centenário

A última celebração oficial pública da data foi realizada em 2010, ano pré-eleitoral municipal, sendo realizada na Avenida Centenário Dr. Paulo de Almeida Nogueira. Comemorada com todas as pompas e verbas, contou com a participação de todos os setores públicos, instituições e associações, reunindo milhares de pessoas no evento.

07 de setembro de 2010 -Representantes do Clube da Terceira Idade, grupo Laços de Amizade

07 de setembro de 2010 - Desfile da corporação da Guarda Municipal de Cosmópolis 

Texto e fotos Adriano da Rocha

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

FESTA DO IMIGRANTE 2019

O evento é aberto e gratuito, livre para toda família. Confira a programação

COMEÇA HOJE!!!
Tem inicio nesta quinta-feira (5), a XIVª "Festa do Imigrante de Cosmópolis". As festividades começam a partir das 19h, na Praça Major Arthur Nogueira, popular "Praça do Coreto". Localizada na Avenida Ester, na confluência das ruas Campinas e João Aranha. A Praça é um dos marcos da cidade, com mais de 120 anos de histórias, simbolo do progresso municipal e regional.

Na atual Praça dos Estudantes, conhecida Praça do Relógio do Sol, estava localizada a extinta Estação de Trens da Carril Funilense, principal referência na vida dos primeiros imigrantes. Neste local, oficialmente inaugurado em 1899, eram realizados os desembarques de imigrantes de vários países, responsáveis pela colonização de Cosmópolis.

P.A.R.T.I.C.I.P.E

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

“LUTO COSMOPOLENSE”


ADEUS ODAIR KIOSIA

Cosmópolis despede-se de Odair Kiosia, um dos pioneiros do jornalismo histórico na cidade. O sepultamento foi realizado nesta segunda-feira (02), Odair faleceu aos 62 anos de idade. Odair era filho do casal Antônia Zerbinatti Kiosia e Orlando Kiosia (Russinho), ex-prefeito e proprietário do famoso complexo comercial do “Auto Posto Royalisa”.

Nos anos 1980 e 1990, Odair foi um percursores das publicações de resgate histórico cosmopolense, criador e mantenedor da coluna “Túnel do tempo”. Com destaque para fotos antigas e raras edições de extintos jornais cosmopolenses. A coluna foi publicada em periódicos como “A Gazeta de Cosmópolis”, “Jornal de Cosmópolis”, e “O Apito”, semanário criado por Kiosia nos anos 2000.

Com apoio de amigos e colaboradores, foi um dos percussores na digitalização de fotos e antigos documentos históricos públicos e de famílias cosmopolenses. Nos tempos das lendárias gincanas do Grêmio Estudantil, participou como membro da “Gang Fumaça”, sendo um dos mais irreverentes do grupo de jovens.

Viveu sua vida intensamente, muitas vezes até ao extremo do possível. Fez história em Cosmópolis, eternizou sua cidade, resgatando histórias cosmopolenses. Sempre sorridente, sorriso franco como suas palavras, agradava e desagradava com seu gênio único, marcante como sua vida.

O único mal que fez em vida, não foi aos outros, mas somente para si mesmo.

O descanso e paz merecidos ao corpo e mente. O conforto aos familiares e os inúmeros amigos do sempre querido Odair Kiosia. Assim oramos nas preses ao Criador.
Deus te guarde nosso amigo. Vá em paz Odair Kiosia!