quinta-feira, 30 de julho de 2020

"CASA REDONDA"


2011 - #TBT – Ainda ontem em Cosmópolis...

 Demolição da icônica “Casa Redonda”, então localizada por mais de 100 anos na Rua João Aranha, em frente à ‘’ Praça dos Estudantes”, popular "Praça do Relógio do Sol". As imagens são de 18 outubro de 2011, há 8 anos passados.


Mesmo extinta, sobrando somente os portões de ferro forjado como resquícios, a “Casa Redonda” ainda é marcante nas memórias de incontáveis gerações.


HISTÓRIA

A edificação foi construída no início dos anos 1900, obras encomendadas por um conceituado químico suíço, então contratado pela Usina Ester. O projeto era único, extremamente inovador aos padrões da época, sobretudo para a pequena Villa de Cosmópolis, que surgia nas imediações da Estação Funilense.


As obras de construção foram feitas pelo construtor João Pulz e encarregados, seguindo o projeto encomendado pelo proprietário, autorizado pela prefeitura de Campinas. O imigrante germânico João Pulz, um dos primeiros moradores do Núcleo Colonial Campos Salles, possuía uma grande olaria nas imediações da Estação, localizada no atual “Bosquinho”.


Os enormes tijolos com as iniciais J.P (João Pulz), madeiramentos para os telhados, portas e assoalhos, vindos das matas cosmopolenses, foram os únicos materiais obtidos na região.


O restante dos materiais foram importados da Europa, como cimento da Inglaterra, enviado em enormes barricas, vidros bisotes e telhas da França, mármores italianos, azulejos e cerâmicas portuguesas.


A localização era privilegiada, em frente à Estação e principais vias de Cosmópolis, valorizando ainda mais a edificação. O casarão abrigaria o químico e sua esposa, recém casados, sendo a obra, o símbolo da nova vida no Brasil.


Desentendimentos entre o casal, supostamente ciúmes, mudavam a história da edificação, vendida anos depois da mudança.


Até sua demolição em 2011, a “Casa Redonda” passou por diversas modificações, como diminuição do terreno, adequações para construir prédios comerciais anexos, trocas das telhas importadas, pisos e vidros.


Entre seus principais proprietários estão as famílias Hergert, André Madsen, Virgílio Scorsoni e irmãos, e Barreto.


PEDAÇOS DO PASSADO

Com a demolição em 2011, realizada em etapas nos meses de setembro e outubro, os proprietários venderam partes dos materiais estruturais. Entre tijolos, telhas, madeiramentos e objetos estruturais, muitos materiais foram reaproveitados.


As icônicas janelas que marcavam a fachada, portas, balaústres, ferragens e madeiramentos, foram adquiridos pela empresária Vânia Sala, compondo partes do Espaço Guaiçara.


Neste mesmo espaço de festas e eventos, foram reaproveitados tijolos e madeiramentos das extintas colônias da Usina Ester, antigas lojas da Avenida Ester, e prédios históricos de Cosmópolis.


São pedaços do passado, sobretudo da história cosmopolense, ainda preservados no presente.


Texto e fotos Adriano da Rocha


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