quinta-feira, 17 de setembro de 2020

105 ANOS DA IGREJA MATRIZ DE SANTA GERTRUDES

MEMÓRIA



   Marco histórico e religioso, estrema central de regiões, ponto de localização e cartão postal. Referências da Igreja Matriz de Santa Gertrudes, uma das mais importantes identidades urbanas de Cosmópolis. Oficialmente inaugurada em 17 de setembro de 1915, completa seus 105 anos de fundação, divididos em fases da sua história. No caso do templo religioso, em marcantes fases históricas, disjuntos com a construção e desconstrução da “Matriz velha”, e a reconstrução e construção da “nova Matriz”, atual Paróquia de Santa Gertrudes. 

Viajemos no tempo juntos,  através destes 105 anos de histórias, recordando e redescobrindo nosso passado, ao som da pianista Elizabeth Strazzacappa Rech, excepcional musicista cosmopolense (com muito orgulho). 

Obra musical que relembra a história musical da família de Elizabeth, destacando Mariana Rangel e Maria Aparecida de Toledo Strazzacappa, professora Mariazinha, entre as primeiras musicistas de Cosmópolis, sobretudo do secular coral de Santa Gertrudes. 
Seja católico, evangélico, religioso ou não, a Igreja Matriz é marcante nas histórias de incontáveis gerações. Sempre memorável, nossa saudação aos cosmopolenses nesta data, orgulhosos da sua história.

MATRIZ VELHA 
 17 de setembro de 1915, uma sexta-feira na Villa de Cosmópolis, há exatos 105 anos, após mais de uma década de obras, oficialmente era inaugurada a Igreja Matriz de Santa Gertrudes.
A primeira edificação, popular “Matriz velha”, foi uma homenagem a matriarca da família Nogueira Ferraz, proprietários da Usina Ester, Gertrudes Eufrosina Nogueira Ferraz, Dona Tudinha. Toda construída com materiais nobres e projetados, telhas importadas da França, cimento da Inglaterra, madeiramento em pinho de riga europeu, ornamentos em madeira, cimento e vitrais, criados no “Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo”.

Obra encomendada pelos irmãos Nogueira Ferraz, projetado pelo renomado arquiteto Ramos de Azevedo, com a supervisão das construções do engenheiro Dumont Villares, sobrinho do inventor Santos Dumont. O projeto ressaltava traços de dois grandes templos campineiros, a Igreja de São Benedito (um dos primeiros projetos de Ramos na cidade), e a Basílica Nossa Senhora do Carmo (primeira igreja católica de Campinas). Exigências do Major Arthur Nogueira, simbolizando as raízes religiosas com a cidade, marcos históricos, notabilizando Cosmópolis como a “Nova Campinas”. 

A edificação do templo, iniciada em 1900, era construída em conjunto com outras obras da família Nogueira, como o complexo industrial da Usina Ester, Palacete Irmãos Nogueira (Sobrado), e o armazém central da Carril Agrícola Funilense, futuro Mercadão de Campinas. Todas as obras foram  projetadas pelo “Escritório de Arquitetura e Engenharia Ramos de Azevedo”, familiar e grande amigo dos Nogueira Ferraz.

CICLONE E TEMPESTADES
As obras da Matriz foram interrompidas e reiniciadas muitas vezes, devido as sucessivas intempéries climáticas. Históricas tempestades relatadas em diversas publicações da época, noticiadas como aterrorizantes e devastadoras, assim como um ciclone que destruiu parte da “Villa de Cosmópolis” e complexo industrial e colonial da Usina Ester. Na passagem do ciclone, em 1908, a força dos ventos derrubou as paredes do templo, destruindo o madeiramento e telhados. 

INAUGURAÇÃO E DEMOLIÇÃO
Na inauguração oficial, noticiada em jornais como o “Correio Paulistano” e “Estado de São Paulo”, compareceram importantes nomes da política, industriais, fazendeiros e grandes capitalistas. 
Compareciam na missa de inauguração e consagração do templo, celebrada pelo Monsenhor Joaquim Mamede da Silva Leite, o então  prefeito de Campinas, prefeito Heitor Teixeira Penteado, engenheiro Dumont Villares e familiares como as irmãs de Santos Dumont,  o jornalista Júlio de Mesquita, fundador do jornal Estado de São Paulo, Senador Francisco Glicério, Coronel Silva Telles, Delegado chefe Antônio Carlos Nogueira,  representando os presidentes Campos Salles e Prudentes de Moraes, primos dos fundadores da Usina Ester, as famílias  Ferraz  de Campos Salles e Moraes Barros, entre a numerosa família Nogueira e populares da “Villa de Cosmópolis”.

O Coronel José Paulino Nogueira Ferraz estava gravemente debilitado, recuperando-se das várias sequelas causadas pela febre amarela, contraída duas vezes nas grandes epidemias que dizimaram Campinas e região. Representando o Coronel José Paulino, estavam sua filha Esther Nogueira e irmãos, o esposo Paulo de Almeida Nogueira e filhos.  Meses depois da inauguração, José Paulino falecia em São Paulo. 

A primeira Matriz de Santa Gertrudes iniciou seu processo de demolição em 1956, sendo construída a nova Matriz sobre as bases da velha igreja.
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Texto Adriano da Rocha 
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