Adeus Dito Bocaiuva
Faleceu na manhã desta terça-feira (16), aos 80 anos de idade, o cosmopolense Benedito Bocaiuva, popular ‘Dito Bocaiuva’.
Dito em seu marcante ponto na esquina da Drogal |
Nascido na extinta Colônia do Pinheiro, histórico conjunto de casas do complexo da Usina Ester, é um dos cinco filhos do casal Durvalino e Altimira Bocaiuva, entre as primeiras famílias de origem africana de Cosmópolis, trabalhadores dos primórdios da Fazenda Funil.
Juntamente com os irmãos, seguindo os caminhos de gerações da família, iniciou sua vida profissional na Usina Ester, trabalhando no corte de cana e moendas, aos ofícios na carpintaria da indústria açucareira.
Aposentado dos trabalhos na Usina Ester, mais de 40 anos de serviços, conseguiu uma casa popular no conjunto habitacional Cosmopolita, onde foi um dos primeiros moradores do bairro, construído nos anos de 1970.
Os ofícios na carpintaria da Usina Ester, surgindo sua exímia habilidade com a madeira, reaproveitando tudo das oficinas e serrarias, despertava uma paixão da sua infância, as confecções de singulares brinquedos do passado.
Artesanalmente, utilizando sobras de materiais e ferramentas manuais, criava versões próprias de brinquedos infantis, destacando seus icônicos carrinhos, caminhões e carretas, totalmente construídos de madeira.
Uma pessoa extremamente simples, possuidor de fala mansa, sorriso fácil e sincero, apaixonado pelos programas radiofônicos sertanejos, sempre ouvidos em seu inseparável radinho de pilhas.
A paixão pelo rádio notabilizava seus percursos de bicicleta, uma zelosa barra forte Monark, onde transportava de tudo no bagageiro, aos produtos comprados nas promoções dos Supermercados e feiras livres, ao ‘banquinho’ de madeira, seu companheiro nos ‘pontos de prosas’.
O ponto mais conhecido do velho ‘Seo Dito’, estabelecido durante anos, foi na esquina da farmácia Drogal, localizada entre a rua Sete de Setembro e Avenida Ester, permanecendo diariamente horas sentado, conversando e ouvindo música.
Um verdadeiro personagem popular cosmopolense, legítimo coloninho e filho da terra, querido pela simplicidade e irreverência, aos modos inconfundíveis que marcaram época, principalmente gerações.
Os nossos sentimentos aos filhos, netos, bisnetos e família Bocaiuva.
Descanse em paz ‘Dito Bacaiuva’, velho Bocaiuva.
_Adriano da Rocha
Foto Luis Gustavo