Nesta semana um personagem muito conhecido das ocorrências policias cosmopolenses foi brutalmente assassinado, o então morador de Rua Alexandre Pascoal Neto, o Xandão, Pascoal, filho do saudoso Cirão da delegacia. Seu corpo foi encontrado na manhã de quarta-feira (25/03), na calçada de acesso a fábrica de Refrigerantes Furlan na Rua João Aranha (saída Cosmópolis/Limeira). Por acaso do acaso, ironias do cruel destino, próximo a um muro, onde em letras de grande destaque está escrito: “DIGA NÃO AS DROGAS”.
Acerto de contas, divida de drogas, briga entre usuários de clack (a região hoje é vergonhosamente conhecida como a Cracolândia cosmopolense), são várias as hipóteses investigadas pela policia, um crime extremamente bárbaro, chocante, morto a “pauladas”, ou outro objeto que desfigurou parcialmente seu rosto.
O corpo “destroçado” a “pauladas” foi algo chocante para os policias e moradores, porém a cena mais impactante a qual causou grande comoção a todos, foi o cachorro da vitima. Amigo fiel, o pequeno cachorro não saiu de perto do corpo sem vida de seu amigo. O olhar do animal era de tristeza, transparecia a todos a profunda dor do cachorro pela perda do amigo. Os policiais compreenderam o sentimento do animal, e mesmo com o cachorro latindo, tentando defender o corpo do amigo dos peritos que investigavam a cena do crime, o animal foi respeitado a todo o momento.
Em um gesto que sensibilizou a todos, os policias civis e municipais, deixaram que o pobre animal, então única "testemunha" do cruel assassinato, se despedisse do corpo sem vida do amigo, envolto a um saco plástico para preservar a vitima e o local. O cachorro uivava, parecia chorar como uma criança, ao ver o corpo ser transportado no caixão do IML para ser então examinado em Limeira.
A cena ainda mais triste continuou durante os dias após a trágica morte. O animal confuso sem saber ao certo o que aconteceu, percorre os antigos caminhos percorridos com seu dono a procura do amigo pelas ruas da cidade. Triste ilusão, nobre ato de um animal, dito por muitos humanos como sem coração, sem alma, sem sentimentos, sem inteligência. Um gesto tão nobre, de um indefeso animal, que mesmo depois da morte do seu dono, ainda permanece fiel ao amigo.
Sem temer a nada, o cachorro sai sem destino todos os dias, cruza ruas, avenidas, biqueiras, pontos de uso de drogas, em uma procura incessante pelo amigo. Cansado ele volta à noitinha sempre ao mesmo lugar, deita-se em um cantinho, onde chora a sua dor de saudade e a fome. Volta sempre ao mesmo lugar, onde sem saber um dia se despediu pela última vez do seu querido dono...
Coisas coisadas da vida, um gesto será humano praticado por um animal “irracional”!!! Um gesto humano de um animal, hoje impraticável por muitos seres humanos. Seres humanos que se dizem humanos, e superiores a um animal...