terça-feira, 7 de novembro de 2017

DIA NACIONAL DO RADIALISTA

A tradução cosmopolense da palavra radialista
Carlos Augusto Sala, há mais de 40 anos tem na  sua voz, o seu instrumento de trabalho

Texto Adriano da Rocha
Fotos Acervo Cosmopolense

 Carlos Augusto, tem na voz o seu instrumento de trabalho

  CALMA, com a graça de Deus a homenagem é em vida, a um dos símbolos maiores do rádio em nossa cidade: Carlos Augusto Sala, o inimitável Gustão Sala.
Seu nome é referência e tradução cosmopolense da palavra radialista, mestre e profissional da voz há mais de 50 anos.

Nasceu com um timbre único e inconfundível, sua voz é transmissora de emoções, um verdadeiro instrumento de utilidade pública.

Aos 69 anos de idade, Gustão Sala, como é carinhosamente conhecido pelos amigos, tem na voz o seu instrumento de trabalho.

Como não reconhecer sua voz nas propagandas de rua, diariamente ecoando em Cosmópolis e região, nos principais serviços de comunicação veicular e divulgação.
O tom grave é natural, sua voz é um cartão de visitas ao chegar em qualquer ambiente. Aqueles que não conhecem, quem está por traz da popular voz, ao ouvir seu dono, na mesma hora já diz: “então é você!!”

Carlos Augusto em seu trabalho diário pelas ruas de Cosmópolis

PROFISSIONAL DA VOZ
Percursor da profissionalização de locutor como radialista, foi um dos primeiros cosmopolenses a trabalhar oficialmente no rádio.

O sonho do jovem coloninho da Usina Ester, tornava-se realidade. O filho do saudoso casal, Américo Sala e Dona Elvira, estreava em uma das mais tradicionais emissoras da região.

O momento era de alegria, a família e amigos, vibravam orgulhosos do jovem cosmopolense. O velho radinho da sala, o mesmo que transmitiu as vozes de consagrados radialistas, transmitia a voz do filho de Cosmópolis.

O menino, que ficava deslumbrado, ouvindo os lendários José Magossi, Ali babá, Modestina e Aldanio, no serviço de alto falantes “A Voz de Cosmópolis”, conquistava um mundo distante do sonoro Coreto.

Nos áureos tempos do rádio, quando somente apresentava um programa quem realmente tinha voz e talento, Carlos Augusto fazia sua história nos microfones.
1986 - Rodeio de Cosmópolis, Sérgio Reis e Carlos Augusto 

NO AR “CARLOS AUGUSTO SHOW”
Seu programa, “Carlos Augusto Show”, através das ondas médias e longas AM, foi líder de audiência em várias regiões do estado. Foi pioneiro no FM, um dos primeiros radialistas a estrear na nova onda sonora, inaugurada no fim dos anos 70.

Em seu programa, microfones sempre abertos para novos talentos. Espaço amigo, recebendo artistas de todos os gêneros musicais, sem pedir o famigerado “jabá”, o pagar para “tocar”.

Entrevistou e apresentou artistas de renome nacional e internacional, padrinho musical de artistas consagrados do passado e atualidade.

Festa do peão, shows municipais de aniversário, inaugurações, comícios, festividades que fizeram época, sua voz celebrava, emocionava e marcava os eventos.
Os grandes bingos, verdadeiros shows de prêmios, celebrados em gigantescos estádios da região, tinham sua voz como símbolo nas apresentações e divulgações.

Estúdios da MasterSom Cosmópolis, Ismael Peretti e Carlos Augusto

OS MESTRES DO SOM E VOZAo lado do saudoso Ismael Peretti, surgiu uma parceria que revolucionou o modo de organizar, apresentar e divulgar eventos na região. Como dizia o Peretti: “Carlos Augusto a voz oficial da Master Som”. Ismael e Carlos Augusto, dois mestres, profissionais perfeccionistas do som e voz. Figuras lendárias, professores e exemplos de inúmeros profissionais, que surgiram vendo ou trabalhando, ao lados destes ícones do som e voz.

VENDEDOR DE CAÇULINHA E CERVEJA
No rádio, eventos e propagandas, um homem profissional respeitado e conceituado. Mas recordo também, os tempos do Gustão representante comercial, vendedor das lendárias “maçãzinhas Scorcione”.

Fabricada pela cosmopolense “Refrigerantes Scorcione”, que além da incrível linha de refrigerantes e xaropes de frutas, também era distribuidora autorizada da “Companhia Paulista de Cervejas Antarctica”. Não esquecendo da cachaça Salto Grande, engarrafada pela fábrica cosmopolense.

Com o encerramento das atividades da fábrica Scorcione, foi vendedor da distribuidora de bebidas do primo, o empresário Odair Sala. A empresa fazia história no estado, sendo a primeira a distribuir cervejas em latinha, a épica Skol. Um sucesso sem precedentes.

Neste oficio, ao lado de saudosas figuras como o Osmar Avancine, o radialista exerceu até sua aposentadoria como vendedor.

Afinal, a vida de radialista traz muita fama, já o dinheiro...esse quem ganha mesmo é o proprietário da emissora.
1991/ Festa do Peão de Americana, Carlos Augusto (centro), ladeado pela  dupla Tião Carreiro e Pardinho


AO “REI DA VOZ” COSMOPOLENSE
Sua história profissional como radialista, é impossível ser descrita totalmente, um passado glorioso digno de capítulos.
Atualmente, Carlos Augusto está longe dos microfones do rádio, porém, a cada dia mais atuante nos microfones comerciais da “C.A comunicação, propaganda e divulgação.

Empresa própria, onde ao lado da inseparável fã, companheira de trabalho e esposa, Dona Madalena, sua voz permanece vibrante pelas ruas.

A quem pergunte, os “porquês” da saída dos microfones do rádio. Respondo como profissional desta área, também “aposentado”.

O rádio novo, de programas que divulgam hora, remédio e sequências infindas de músicas, não tem espaço para verdadeiros profissionais da voz. São raros, os radialistas que exercem realmente a profissão com liberdade de expressão vocal e musical.

Triste, mas uma infeliz realidade do rádio moderno. Atualmente, tem valor os “radialistas” do “paga para tocar”, em que os programas não tem personalidade, vida própria sem a interferência comercial dos donos da emissora.
Não existe mais roteiro, liberdade de expressão e apresentação, a programação já vem feita, o radialista virou locutor.

Como disse no início do texto “Carlos Augusto, a referência e tradução cosmopolense da palavra radialista.

Saúde, saúde, saúde, saúde, são os sinceros desejos à você. Parabénspelo “Dia do Radialista”, em nome dos fãs, amigos e companheiros de microfone...

Texto e fotos Adriano da Rocha
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