sábado, 3 de fevereiro de 2018

LUTO COSMOPOLENSE

ADEUS LUIZÃO PINTOR
Texto Adriano da Rocha
Fotos Família Felisbino



  “Oba oba”, assim cumprimentava à todos sem distinção. Sorriso fácil, contagiante, muita simpatia, eram seus principais cartões de visita. Seu nome, uma das principais referências cosmopolenses na pintura, como também, na definição da palavra amizade.
Com lágrimas nos olhos, o coração apertado, centenas de amigos e familiares, despediram-se de Luiz Felisbino, o popular Luizão Pintor.

Luizão Pintor, faleceu na sexta-feira (02), aos 65 anos de idade, sendo mais de 50 anos, dedicados ao oficio de pintor residencial e comercial. Foi sepultado neste sábado (3), no Cemitério Municipal da Saudade, recebendo as últimas preces e despedidas, de uma multidão de amigos.

Depois de meses lutando pela vida, conseguiu um transplante de fígado; após a cirurgia, complicações geradas pela rejeição ao novo órgão, provocaram seu óbito.

“OBA OBA GENTE BOA”
Esse “Oba oba”, ficará marcado em nossas memórias, como o talento sem igual em seus trabalhos de pintura. Mesmo doente, com inúmeras dificuldades físicas ocasionadas pela doença, honrou todos seus serviços. Fazia os trabalhos sem reclamar, sempre otimista na melhora.

Tataraneto, bisneto, neto e filho de cosmopolenses, Luizão trazia na sua ascendência o sangue das famílias Maia e Felisbino. Primeiras famílias de negros alforriados, que encontraram a verdade liberdade, nas terras da Fazenda do Funil.

Luizão, nasceu e cresceu lá pelas bandas do Baguá, nos tempos das águas límpidas do Ribeirão Três Barras. Tempos, que a maioria do bairro, criado por trabalhadores da Carril Funilense em 1898, eram formados por seus “primicos”, como ele brincando dizia. Quem não fosse primo, com certeza, tinha o Luizão como gente da família.

Corinthians e Mancha Futebol Clube, os clubes que dividiam espaço em seu coração. Nas cervejadas pelos bares da cidade, seus comentários sobre futebol sempre tinham o acompanhamento de piadas, apelidos aos jogadores, e histórias das pelejas entre Villa e Usina Esther.

Sua alegria contagiante, nos saudosos carnavais cosmopolenses, marcavam as “guerras da folia” na Avenida Ester. Batalhas carnavalescas, lutadas com serpentina, confete e farinha de trigo, como acontecia na “Guerra do Sujo”. Onde dificilmente, alguém escapava limpo de farinha.

Como esquecer do Luizão no lendário grupo “Unidos do Baguá”, entre vários blocos, que fizeram história nas ruas e salões da cidade.

Exímio pintor, fez sua história profissional em toda cidade de Cosmópolis e região. Reformou, pintou e repintou, prédios públicos como a Prefeitura, Delegacia, Escolas, mudou as cores da mansão do rico, as cores das mais modestas casinhas cosmopolenses.

“Oba oba gente boa”, ele diz ao chegar no céu. Ao fundo, milhares de amigos cosmopolenses respondem: Seja bem-vindo Luizão!!

Vai em paz Luizão Pintor, sua história fica pintada com vermelho da melhor qualidade, nos corações dos cosmopolenses...
Texto Adriano da Rocha
Fotos Acervo família Felisbino

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