Triste fim de uma história, restos e rastros do passado...(Colônias da Usina Ester). Mais de 100 anos de história sendo derrubados pelo "progresso" em nome da incapacidade política, ou será em nome da falta de respeito a história de um povo!!! Um triste fim de sonhos e vidas vividas nestas colônias.
Sem anúncios, sem comentários, sem postagens, sem matérias, sem bolo, velinhas e festa a data de hoje passa despercebida na internet, televisão, e jornais. Os maiores portais da internet como o UOL e Terra esqueceram-se da “importante” data. Esqueceram ou simplesmente a data não dá noticia, e a noticia não dá curtir e “ups” pelas redes sociais!! Os maiores e mais conceituados jornais brasileiros como o pomposo “Estado de São Paulo” (uma curiosidade que poucos sabem entre os fundadores do jornal um Cosmopolense.. mas essa é outra prosa), o consagrado “O Globo”, o moderno “A folha de São Paulo”, ou até a voz escrita da capital brasileira “O Correio Brasiliense”, a única publicação sobre a data foi o registro da data no cabeçalho dos jornais impressos ou via net, somente: 22 de Abril de 20014.
Sem lembrança, sem registro, sem história, sem nenhum “marcador” como diz na net. Qui coisa né, será que todos se esqueceram do nosso primeiro ensinamento escolar sobre o Brasil!! A matéria obrigatória de estudo, capitulo principal das antigas cartilhas escolares, a pergunta das perguntas, a primeira pergunta feita pela professorinha aos alunos valendo ponto: Quando o Brasil foi descoberto?? A primeira das perguntas mais importantes feitas pela professorinha aos jovens brasileirinhos da primeira série do ensino fundamental, em seguida a celebre pergunta: Quem descobriu o Brasil?? Na sequência desta aula de história e de Brasil, surgia à pergunta mais temida pelos alunos em sala de aula: Qual o nome das três caravelas de Cabral?? O mais sabichão da sala de aula, estudioso dos livros nos tempos que não existia nem internet que dirá Google, dizia: Santa Maria, Pinta e Nina.
Não sei em outras escolas, não sei em outras cidades, mas moro em frente a maior escola da minha cidade, onde estudam em dois períodos mais de 1800 alunos, creio que pelos meus olhares e ouvidos a “importante” data passou despercebida, ou sem a lembrança merecida. O dia não amanheceu ao som do hino nacional, cantado em coro e respeito no pátio escola pelos alunos em grande exaltação ao consagrado pavilhão nacional: a nossa bandeira brasileira. A bandeira na verdade nem tremulou, os mastros estes há tempos foram destruídos por algum vândalo, ou tristemente por um brasileiro sem história, sem memória, e assim sem amor a sua pátria.
Pode até ser coisa de um velho de 29 anos, mas nos meus tempos escolares a data hoje esquecida, era uma das datas mais importantes do calendário cívico escolar, era lembrada desde o inicio do mês de Abril. Sim, os cadernos em suas folhas antes de ser escrito o cabeçalho três listas eram feitas nas cores verde e amarela, exaltando no começo mês as importantes datas seriam lembradas: “O dia de Tiradentes e o Descobrimento do Brasil”.
É as coisas mudam, e mesmo que tantos historiadores digam que a antiga data “consagrada” e “exaltada” não seja a real, e que até o descobridor não seja realmente o Cabral; a data 22 de Abril de 1500, por respeito e brasilidade deve ser lembrada e respeitada. A data é o símbolo do surgimento de um povo, do nascimento de crenças, modos, costumes, do nascimento do jovem Brasil. Jovem Brasil que hoje completa seus 514 anos, como disse acima do longo desabafo, sem festa, sem vela, sem a lembrança dos seus filhos.
Filhos ingratos que se esquecem da mãe, e só lembram-se da “Pátria Amada Mãe Gentil” para reclamar e gritar o “brado” e “retumbante” GOLLL nos dias de copa. Dias estes que logo vem chegando, onde todos com orgulho se vestiram como “raios fulgidos” as cores do Brasil para exaltar sua terra e o “sagrado” futebol como diz tal Rei deste esporte. Em lábaros o verde-louro desta flâmula nos carros, casas, comércios, na pele, no cabelos, no sangue do Brasileiro.
Tudo será Brasil, e o Brasil será orgulho aos brasileiros somente se, se, se ganhar a Copa do Mundo. Ganhando o Brasil será com orgulho brasileiro, seus verdes campos terão mais flores e nossos bosques terão mais vida, e nossa vida em seus seios mais amores. Ganhando Brasil, será uma pátria de amor eterno e como símbolo deste amor na camisa da seleção ostentarás estrelado a marca desta vitória...
Se ganhar, se ganhar.. No contrário, sem taça, com dividas e dificuldades criadas pela “odisseia” em busca do “Eldorado da salvação brasileira” o Hexa, tudo volta a ser o Brasil dos brasileiros, e não o Brasil criado pelos políticos brasileiros para o mundo na Copa. Será este Brasil dos brasileiros que por ignorância, esquecimento ou vergonha (quem sabe), mal sabem o dia de seu descobrimento, o dia do aniversário da “Pátria Mãe Gentil” e também do povo brasileiro.
Perdoai o seus filhos oh Pátria Amada Mãe Gentil, assim como “não sabem votar” e todos os anos eleitorais repetem os mesmos erros nas urnas , em mais este ano esqueceram de ti no dia do teu aniversário. Os políticos estes não vão esquecer o teu aniversário, felizes estão agora comendo seu bolo e os salgadinhos, com a barriga cheia, em suaves arrotos cantam os parabéns ao Brasil, sem o Brasil ser convidado para sua festa de aniversário.
Mesmo com tudo isso e mais um pouco, que às vezes sempre “inervam”, “desmotivam”, e tanto entristecem quem ama a ti Brasil, ainda tenho muito orgulho de ser brasileiro. Tenho orgulho destas terras, destas palmeiras onde cantam os sábias, de tuas belezas infindas, deste folclore único e inimitável, dos seus versos e prosas, de tanta coisa boa que nos traz a coragem para enfrentar as coiseiras ruins. Tudo isso traz o pulsar do coração e o orgulho em assim disser: "BRASIL FELIZ ANIVERSÁRIO".
Hoje
dia 19 de Abril“Dia do Índio”. Uma lembrança de 1980 da primeira
apresentação em Cosmópolis da tradicional dupla “Cacique e Pajé” (na
publicação com G) anuncio publicado no antigo semanário local “A Folha
da Semana”, recortado na época e colado em uma folha como recordação. A
dupla caipira Paulista era formada por dois índios nascidos em tribos
indígenas das etnias Caiapós e Bororós, aldeias
que existiam nas margens do Rio Vermelho entre os estados de São Paulo e
Mato Grosso do Sul. No final da década de 70 foram descobertos pela
saudosa dupla "Tonico e Tinoco" quando se apresentavam em uma emissora
na capital Paulista com o nome artístico de "Rei do Gado e Boiadeiro" ,
anunciados com o slogan de “Os índios Caiapós”.
Tonico ao
ouvi-los ficou impressionado com o dueto e a qualidade instrumental da
dupla, que se apresentava seguindo as antigas tradições Paulistas com
duas violas (algo extremamente raro na época). A dupla tinha um estilo
único e novo, se destacavam pela autenticidade caipira de seu repertório
com músicas na sua maioria de autoria da própria dupla. A marca
registrada dos “Índios Caiapós” eram os ritmos “Corta Jaca” e “chibata”,
que intitulavam a dupla como os reis e criadores deste novo estilo
musical * ritmo criado na década de 60 por Cacique ao lado de antigos
parceiros de viola*.
A dupla Tonico e Tinoco resolveu
ajuda-los para a gravação de um LP pela famosa gravadora “Chantecler” e
renomeou a dupla com um novo nome, surgia então à dupla "Cacique e Pajé"
(nome artístico criado por Tonico), um nome que representava a
verdadeira origem e a história dos índios violeiros.
Duas
gerações de violeiros Cacique e Pajé e Tonico e Tinoco, os padrinhos e
os afilhados. Compacto da gravadora "Chantecler" de 1981que trazia os
sucessos: Chico Mineiro e Vingança do Chico Mineiro, toadas
interpretadas por Tonico e Tinoco. E as "Chibatas" Rabicho e Realidade
(Trocadilho sertanejo) com Cacique e Pajé
A dupla
Cacique e Pajé gravou cerca de oito long plays pela gravadora
“Chantecler”, criadores de sucessos como “Pescador e catireiro” e
“Caçando e pescando”, ou as modas de viola “A mulher do cachaceiro” e
“Pensando eu vejo”, entre tantos outros sucessos que se tornaram
clássicos da autentica música caipira. A dupla somente foi desfeita sua
primeira formação com o falecimento do Pajé em Março de 1994 devido a
graves problemas de circulação sanguínea ocasionados pela diabetes.
Cacique continuou com a dupla, na qual outros Pajés fizeram parte
(sempre com origem indígena), a cerca de 15 anos canta com Geraldo
Aparecido (o terceiro Pajé) e juntos já gravaram sete CDs até o presente
ano de 2014.
OBS. Em Cosmópolis pela última vez em 2001 no antigo “Bar do Jabá” (atual Bar do Laerte) na Rua José Kaliu Aun.
Texto Adriano da Rocha
Fotos Acervo Prefeitura de Campinas
1898/Cosmópolis-SP... Casa de colonos alemães no “Núcleo Colonial Campos
Salles”, em destaque na roça a vasta plantação de bananas bem próxima a
casa de alvenaria construída pelo governo Paulista aos imigrantes
suíços e alemães do núcleo. A alvenaria da casa era de tijolos aparentes
na área externa e no interior da construção as paredes eram revestidas
rusticamente com uma argamassa feita de barro (argila) e cal. O atual
contra piso usado hoje era o piso das casas, um costume muito usado na
época na maioria das construções rurais. Eram grandes tijolos feitos
para este uso, assentados no chão e nas voltas da casa. O cal
na época era produzido em grandes blocos vindos de carros de bois de
Campinas, ao chegarem às construções era triturado e misturado à argila
ou simplesmente a uma massa feita de água e terra. Em algumas casas era
feito um piso típico que revestia os grandes tijolos do chão, uma
mistura de argila, cal, cinzas e óleo extraído da madeira da perobeira.A receita era um antigo costume dos caboclos Paulistas, os alemães
trocaram na receita o esterco de animais por cal, dando uma durabilidade
maior no rústico piso. A massa era espalhada pelo chão e “plainada”
utilizando madeira, sua duração era contada quando começavam a surgir os
primeiros trincos e os tijolos começavam a ficar aparentes, assim
novamente o serviço era refeito.
O chão ficava semelhante ao
famoso piso “vermelhão” (feito com cimento, cal e o pó xadrez) que era
muito usado nas construções das décadas de 40 e 50, quem viveu em uma
casa de colono da Usina Ester lembra bem deste piso vermelhão.
Uma curiosidade, enquanto o vermelhão era lustrado com as velhas ceras
em pasta, o piso dos caboclos quando a dona de casa era “caprichosa” o
lustre era feito com uma mistura de clara de ovos e água espalhada pelo
chão (imagina o cheirinho que ficava pela casa... humm).
No "Dia do Beijo" a história do Beijinho mais famoso do Brasil.
Texto e fotos Adriano da Rocha
Hoje
dia 13 de Abril (Domingo) “Dia Internacional do Beijo”. Puxando prosa
na data, em 2014 a valsinha caipira “Beijinho doce” completa 69 anos da
sua primeira gravação em Agosto de 1945 pelas Irmãs Castro. Uma das
músicas mais regravadas no Brasil e no mundo, com gravações em alemão,
francês, inglês e até tupy guarani (Paraguai), uma composição do
paulista de ParaguaçuJoão Alves dos Santos, o popular
Nhô Pai, composição criada anos antes da oficial gravação pela
Continental, valsinha especialmente composta para as irmãs Lurdes e
Maria de Castro.
Em uma visita a Rádio Difusora de São Paulo,
Nhô Pai ouviu as irmãs então com 16 e 14 anos de idade cantando em um
programa de variedades musicais no auditório da emissora e ficou
impressionado com o perfeição vocal das meninas. O repertório das jovens
irmãs era composto por sucessos da música internacional, cantando em
inglês e francês, chamando atenção do público pela harmonia vocal ao
cantar ritmos típicos da música regional americana como o Folk e o Blues.
Nhô Pai sempre visionário e pioneiro pensou é certeza
de sucesso se elas cantarem a nossa música caipira, um estilo musical restrito apenas para as duplas masculinas na época. Com a
autorização dos pais das meninas levou a dupla para participarem do seu
consagrado programa na "Rádio Mayrink Veiga" no Rio de Janeiro, na época
uma das emissoras de maior destaque no Brasil, tendo em sua programação
artistas como as irmãs Carmen e Aurora Miranda, Francisco Alves, Silvio
Caldas, Almirante, entre tantos outros.
O"Programa Nhô Pai &
Nhô Fio” era um misto de humor circense com músicas satíricas e ritmos
regionais Paulistas, destacando para o recém ritmo descoberto e recriado
para o estilo caipira Paulista o “Rasqueado”. Ritmo descoberto em uma
turnê de artistas caipiras ao estado do Mato Grosso e ao Paraguai no
final da década de 30. Nesta viajem que excursionaram juntos Raul Torres
e Florêncio, Serrinha, Caboclinho, Sólon Salles, Mario Zan e a dupla
Nhô Pai e Nhô Fio, o ritmo foi descoberto e recriado musicalmente por
Mario Zan e Nhô Pai, se tornando um dos ritmos mais gravados na década
de 40.
Para as irmãs, Nhô Pai compôs diversas músicas caipiras
criadas especialmente para o dueto feminino das meninas, inicialmente a
dupla cantava as músicas no rádio, fazendo um teste de popularidade com
o público, ao qual respondia com o envio de cartas ao programa pedindo
as músicas. O público ouvinte aceitando vinha depois o mais difícil, a
aprovação da gravadora. O “beijinho doce” foi sucesso primeiro no rádio
em 1944, mas somente foi gravado pelas Irmãs Castro em agosto de 1945
no segundo disco 78rpm da dupla.
Omotivo foi que a gravadora
Continental resolveu arriscar no ritmo rasqueado para o primeiro disco
da dupla, o disco trazia duas músicas de Nhô Pai, uma composição própria
o rasqueado “Che Cambá (Vem cá)” e a versão do sucesso paraguaio de
Ruiz Gabriel “Não me escrevas”. No segundo disco o mesmo esquema, uma
versão do sucesso de Valdez Leal “Faz um ano” adaptado por Nhô Pai, e de
sua autoria a valsinha caipira “Beijinho Doce”. O disco foi sucesso de
imediato no rádio, sendo esgotadas as vendas antes de sair da fabrica da
Continental no Rio de Janeiro, devido às encomendas vindas de todo o
Brasil. Foi recorde de vendas da gravadora em 1945 e 1946, ultrapassando
mais de 1 milhão de cópias.
Em 2014 depois de quase 69 anos
da gravação, o Beijinho Doce continua sendo uma das músicas mais
lembradas da música brasileira com centenas de regravações. Música que
consagrou as Irmãs Castro no Brasil e no mundo, e fez sucesso e se
tornou marca nas vozes de inúmeros duos femininos como as Irmãs Galvão e
no cinema com as cantoras Adelaide Chiozzo e Eliana.
Através do “Beijinho Doce” que a música caipira e sertaneja ganhou um
dos seus maiores nomes, a cantora Nalva Aguiar. Na década de 60 Nalva
fazia parte do mundo musical da "Jovem Guarda", com o enfraquecimento do
movimento na década de 70 a pedido da gravadora a cantora regravou o
Beijinho Doce em um compacto simples em 1976. Com uma nova “roupagem”
musical e recursos técnicos vocais, o antigo ritmo da valsinha caipira
foi adaptado ao ritmo americano que invadia o Brasil o “disco dance”, ou
"discotequi" como a caipirada dizia. O compacto foi o mais vendido no
Brasil durante dois anos seguidos, era o Beijinho doce novamente
voltando às paradas de sucesso, sendo a música mais tocada no rádio e em
todas as discotecas brasileiras durante anos.
Qual
o mistério será desta terra que a todos encanta e fascina!! Quais os
segredos Artur Nogueira em seu abraço que transforma todos em amigos e
com orgulho bem dizem teu chão!! Qual o seu segredo, qual o teu mistério
Artur Nogueira, Berço Paulista da Amizade!! Não é difícil desvendar,
quem conhece este chão sabe bem qual é este mistério e segredo que
orgulha Artur Nogueira. É a bênção Divina das misturas
de povos, cultos, crenças e tradições. Desta feliz e abençoada
miscigenação nasceu teu povo, sua gente, nossos amigos, o povo
Nogueirense. Teu povo Artur Nogueira este é o mistério e o segredo do
encanto e fascínio, os Nogueirenses sua maior riqueza e orgulho, o
significado perfeito da palavra amizade no dicionário Brasileiro.
Salve 10 de Abril de 1944, hoje 65 anos de tua emancipação política e
administrativa FELIZ ANIVERSÁRIO ARTUR NOGUEIRA. Feliz aniversário berço
de todos os amigos, querido Berço da Amizade.
Texto Adriano da Rocha Homenagem do Grupo Filhos da Terra
Hoje
dia 07 de Abril, "Dia do Jornalista".Uma profissão danada, uma coisa de
louco, um oficio viciante que causa as mais loucas dependências em seus
profissionais. Infelizmente uma profissão pouco reconhecida e respeitada
no Brasil. Não reconhecida por ignorância do povo (ignorantes no
Brasil, adondi!), até talvez quem sabe! Essa falta de respeito e
consideração, infelizmente, acontece pelo “trabalho”
de uma minoria de jornais e revistas aos quais a única coisa verdadeira
publicada é a data e ano de suas edições, o restante é apenas
propaganda e autopromoção paga. Aos verdadeiros Jornalistas todo meu
respeito, meu orgulho e gratidão, suas verdades acima de tudo refletem a
voz dos calados e a opinião dos sem voz.
Aos verdadeiros
jornalista que exercem essa busca diária da sabedoria e neste exercício
de caráter a compartilham com todos, meus sinceros Parabéns. Saúde,
imparcialidade e coragem para ser parcial quando a notícia merece e
dever ser. Parabéns focas, reis do furo e das artimanhas. Me desculpem
por não mastigar as escritas e até ficar na muleta, mas o iceberg é
necessário nesta data, e tu sabes bem nesta matéria é muito gancho para
ser um simples drops. Parabéns cambada não é barriga é sincero.
Edição de número 790, de
um dos mais famosos jornais de Cosmópolis o "orgam noticioso e
esportivo" o jornal "O Apito", inaugurado em 1924 por Thelmo de Almeida.
Sabadão
aquele calor de suar até onde nunca suou, na baixada de uma subida
avistei um sorveteiro. Um senhor já de idade empurrava o carrinho pela
rua naquele solzão, bonezinho na cabeça todo molhado de suor, uma camisa
laranja bem surada da eleição passada, de chinela hawaina e os carcanha
todo rachado. Enquanto fazia seu percurso ele assoprava seu típico
apito de sorveteiro e em seguida berrava: “Oiá o sulvete , tem de fruita e dileite. OIá o sulvete”. Quando ele me viu já disse: Vai querer sulvete patrão, é 1 real pode iscoier!!
Resolvi comprar um sorvete para ajudar o pobre homem. Dentro do
carrinho só dois sabores, guaraná e coco. Peguei o sorvete que marcava
ser de coco queimado, enquanto saboreava o sorvete comecei a puxar prosa
com o sorveteiro, o assunto Cosmópolis. Esse na mesma hora começou a
reclamar e xingar o prefeito. Embravecido dizia que o prefeito estava
prejudicando seu trabalho na fabricação de sorvetes. Exaltado dizia:
“Oiá moço todo dia é a mesma coisa, faço o sorvete de um sabor e por
causa do prefeito eu sou obrigado a mudar o sabor na hora de imbalar.
Esse doutô tá me prejulicanu muito, essa sumana memu todos os dias tive
que mudar o sabor dos sorvete”.
Fiquei curioso, e não entendi
como o prefeito estaria prejudicando a fabricação dos sorvetes daquele
pobre coitado. Então pedi para que ele me explicasse melhor o assunto
para quem sabe eu pudesse ajuda-lo no seu triste dilema. Ele então
começou a explicar o porquê do prefeito ser o culpado nas mudanças
diárias nos sabores dos seus sorvetes.
“Então moço, esse
prefeito tá atrapaiano a vida minha. Eu faço sorvete de limão e no fim
vira de guaraná, o de nata tem dia que vira de menta e outro dia de
chocolate. Esse mesmo que o senhor tá chupano era de coco branco e
acabou virando de coco queimado, tudo por causa deçi prefeito.”
Mas ainda não entendi o porquê do prefeito ser o culpado na mudança dos sabores dos sorvetes do senhor.
“Oxiii moço, claro que o prefeito é culpado. Cada dia a água vem de
uma cor. Hoje mesmo só fiz de coco queimado e guaraná, a água veio
marronzinha marronzinha. Marditu prefeito tá atrapainu tudo os meus
negociu”.