quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

IGREJA DE SÃO PAULO

 USINA ESTER 120 ANOS

HOMENAGEM AOS PAULOS NOGUEIRA, PAI E FILHO


Texto e fotos Adriano da Rocha

Modernismo nos traços arquitetônicos, são as marcas principais da edificação

  As margens da estrada canavieira, principal acesso ao complexo industrial da Usina Ester, a edificação é um dos destaques na paisagem. Construída há quase 40 anos, a Igreja de São Paulo, é um marco na modernização arquitetônica dos templos religiosos em Cosmópolis.

Suas linhas e elementos, a imponte escadaria das penitencias, símbolo da elevação do espirito, o gigantesco campanário e sistema de som, representando um cálice, a imagem de São Paulo Apostolo artisticamente feita em azulejos, as portas lavradas em madeira maciça, estão entre as principais diferencias da igreja.

Considerada como uma das mais belas igrejas católicas da região, a edificação é preservada como patrimônio da Usina Ester, sendo a parte religiosa de responsabilidade da Comunidade Santa Gertrudes.

São Paulo Apostolo é consagrado como padroeiro, homenagem aos fundadores da Usina



 Localizada na área histórica da Usina Ester, região projetada nos anos de 1920, para eternizar a memória da empresa e seus fundadores, a igreja foi edificada no ponto mais alto do terreno. A localização estratégica, marca as linhas da antiga companhia de trens, fundada por diretores da Usina, a Carril Agrícola Funilense, incorporada pela Cia Sorocabana, nos anos de 1920.


Igreja está localizada na região histórica criada pela Usina Ester


Fundada oficialmente em outubro de 1898, as linhas da Funilense passavam na área da escadaria da Igreja, onde precisamente acompanhando o antigo trajeto, está exposto o trem canavieiro Nª 1. Fabricado na Inglaterra, o trem recebesse o nome de Paulo de Almeida Nogueira.


AOS PAULOS DA USINA
Ano 1901, estão na “photographia”, Esther Nogueira (a qual seu tio Major Arthur Nogueira, homenageou a secular Usina Ester), Paulo de Almeida Nogueira Filho, e a prima Tilinha Nogueira, acompanhados por Paulo de Almeida Nogueira. O registro fotográfico, em destaque, foi produzido pelas lentes do estúdio Nickelsen & Ferreira, localizado na Rua Direita, em Campinas.









A Igreja de São Paulo, é uma homenagem da comunidade católica local, aos “Paulos da Usina”, Paulo pai e Paulo filho. O Paulo pai, é Dr. Paulo de Almeida Nogueira, esposo de Esther Nogueira, filha de José Paulino e sobrinha do Major Arthur Nogueira; Paulo filho, é Dr. Paulo Nogueira Filho, filho de Dr. Paulo e Ester Nogueira, casado com Regina Coutinho Nogueira, neta do ex-presidente da República, Campos Salles.

Nos 120 anos da indústria, ambos são considerados entre os mais importantes diretores da Usina Ester, notabilizando suas gestões pelos projetos de modernização, ampliação das produções da empresa, como nos investimentos na melhoria da qualidade de vida dos colonos, principais responsáveis pelo intenso progresso das terras.




A Igreja de São Paulo, perpetuava as comemorações dos cem anos de nascimento de Dr. Paulo de Almeida Nogueira, e memória do falecimento de Dr. Paulo Filho, falecido em 1969, aos 70 anos de idade. Reconhecido nacionalmente nas áreas indústrias, agrícolas e política, deputado federal em várias legislaturas, seu nome é uma das principais referenciais na advocacia, onde notabilizou-se como um dos mais conceituados advogados brasileiros, autor de vários livros da área.


São Paulo Apostolo, pintando sobre azulejos, tradicional técnica portuguesa



Moderno e icônico campanário da Igreja 


  Em homenagem ao patriarca, a prefeitura de Cosmópolis, batizou a antiga rua criada pela Usina em 1898, como Avenida Centenário Paulo de Almeida Nogueira, endereço da Usina e da Igreja de São Paulo, inaugurada oficialmente em 25 de janeiro de 1979.

Localizada sobre as margens das antigas linhas da Funilense, principal acesso a Usina Ester




Texto e fotos Adriano da Rocha

PAULÍNIA, ANIVERSÁRIO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA

PAULÍNIA 54 ANOS

MENSAGEM PARA MINHA IRMÃ PAULÍNIA
Início dos anos 1950 / Rua do Comércio, atual Avenida  José  Paulino. Na foto, a farmácia e casa, da família Costa , e ao fundo a igreja São Bento. Foto Grupo Paulinenses da Gema

 "Nascemos juntas minha irmã, há quase 300 anos, somos filhas da mesma mãe, “Dona Campinas”, senhora bandeirante, honrada esposa de São Paulo. Surgimos ao mundo, quando na busca incansável pelo Eldorado, destemidos Bandeirantes encontravam pouso nas Campinas do Mato Grosso.

Sempre fostes altaneira, orgulhosa por seus “morros altos” de terras prosperas, virtuosa senhora do mais puro ouro verde paulista, reluzente em seus cafezais, canaviais e algodoeiros.

Ouro verde que o progresso mudou de cor, nos escuros tons do petróleo, nas mais diversas tonalidades químicas de suas industriais, enaltecendo seu poder, como a senhora do Planalto.

Tornando-se Dona de uma das maiores riquezas do mundo, atraindo e conquistando milhões de migrantes e imigrantes, reluzindo e ofuscando vidas, desenvolvendo em suas terras e sua volta, o progresso e o retrocesso.

Novos caminhos, mudanças criadas para nossa emancipação da “zelosa” mãe Campinas, inúmeras vezes alteraram nossas divisas; antes marcadas pelas vertentes abertas aos batelões nas águas do Atibaia, Quilombo, Anhumas, Jaguari e Pirapitingui.

Espaços territoriais, marcos, perímetros, acordos políticos para nossa “emancipação política e administrava”, nos demarcavam e separavam aos olhos estaduais e nacionais, mas nunca nos separavam, no amor a este chão e nossos filhos.

Nascemos e crescemos juntas, surgimos predestinadas a sermos exemplo do progresso brasileiro, essências paulistas do desenvolvimento humano no mundo.

Nossa união é tamanha, que dividimos as alegrias e tristezas.
Quando és “judiada” por meus sobrinhos, ou por aqueles que usurpam oportunistamente o nome de “paulinenses”, sofro junto contigo, cada desgosto e amargura.

Sua casa é rica, são mais de 13 bilhões de reais anuais somente para seus filhos, sua mesa é tão vasta e farta, que ainda sustenta a “fome” de impostos, empregos e desenvolvimento do Estado e Brasil.

Em mais um ano, novamente oportunistas sentam em sua mesa, desviando sua comida, deixando seus “filhos” com fome, segurando seus pratos vazios de saúde, segurança, e educação.

Ingratos filhos, na fome do poder, deixam pobre, a rica mãe Paulínia, sofrendo em prantos ao ver seus mais de 100 mil filhos, padecendo pela fome do desenvolvimento.

Seus filhos “paulinenses”, sofrem em berço de ouro, envoltos de riquezas, “morrendo” de fome, enquanto um pequeno grupo de irmãos, fartam-se na mamadeira da corrupção.

Minha irmã Paulínia, neste dia consagrado como seu aniversário, quando completas seus 54 anos de emancipação política e administrativa, desejo novamente a união da esperança e perseverança. Nossas maiores virtudes deste nosso nascimento nas mãos dos bandeirantes!!!

Esperança e perseverança, são semelhantes na pronuncia, como em seus significados.
Palavras com definições diversas, sinônimos de insistência, dedicação, confiança, crença e fé.

Duas palavras que somente possuirão reais significados, quando unidas em um só sentimento. Afinal, sem esperança é impossível a perseverança.

Nesta união, esperança e perseverança, tornam-se as maiores virtudes de um ser humano. Unificadas, transformam vidas, trazem significado para outras palavras como trabalho e saúde.

A situação aqui não é das melhores, a ingratidão machuca o coração desta mãe, sei que sofres ao ver meus “filhos” cosmopolenses, fazendo o mesmo na humilde casa da sua “pobre” irmã.

Peço a Deus, assim como peço aos meus filhos, que meus sobrinhos paulinenses possam novamente unir em seus corações, os sentimentos de esperança e perseverança.
Somente nesta união, novamente pulsará o amor em seus corações, para lutar por sua mãe Paulínia.

Esperança e perseverança, são as duas palavras que definem os mais nobres predicados dos nossos filhos paulinenses e cosmopolenses.

São elas, com muito orgulho, parte dos nossos sobrenomes e identidades para o mundo. Feliz aniversário minha querida irmã, Paulínia Esperança Perseverança Paulista do Brasil. Na perseverança dos seus filhos, surge a esperança de dias melhores em sua casa!!!

Com carinho e admiração da sua irmã Cosmópolis" .



quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

DESTAQUE NA EPTV CAMPINAS


Tradição familiar com mais de 80 anos de história !!!

"Nito Alfaiate", com muito orgulho nosso "Rei dos alfaiates", e também da bola.

Neste sábado na EPTV, às 8h, no programa Mais Caminhos



Com a modernização, algumas profissões se tornaram antigas e quase inexistentes. A repórter do Mais Caminhos - EPTV Edlaine Garcia foi até Cosmópolis-SP para conhecer e contar a história de um alfaiate muito conhecido na cidade, que esbanja simpatia Sábado, às 8h, na tela da #EPTV 

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

LUTO COSMOPOLENSE


ADEUS ARIOVALDO NABÃO
Texto Adriano da Rocha
Foto Acervo Câmara Municipal de Cosmópolis

Nos tempos que a política não era profissão, foi um dos vereadores mais atuantes da história de Cosmópolis. Figura de destaque nas gestões Kiosia, Nallin e Perucci, foi fiscalizador, representante do povo e conselheiro.


Nesta manhã de sábado (17), aos 78 anos de idade, faleceu Ariovaldo de Queiroz Nabão, o popular Ariovaldo Nabão. Descansou de uma luta travada durante meses, contra a mais impiedosa das doenças, o câncer.

O corpo foi sepultado nesta tarde, às 16h30, no Cemitério Municipal da Saudade, em Cosmópolis. Ariovaldo era divorciado, deixa filhos e netos, assim como incontáveis amigos, conquistados em mais de 50 anos de vida pública e assistencial.

Seus 12 anos na Câmara Municipal, deixaram marcas públicas eternizadas em toda cidade. Polêmico, contestador com sabedoria, um diplomata conciliador nos assuntos políticos da comunidade, definem sua vida como homem público.

CAIXEIRO E VENDEDOR DE SECOS E MOLHADOS
Ariovaldo nasceu na extinta Fazenda Coqueiro, uma gigantesca extensão de terras, dos tempos das Bandeiras Paulistas, filho do saudoso casal Zacharias de Queiroz Nabão e Benedita de Queiroz. Nos anos de 1950, com a venda das terras, a família mudava-se para a “Villa”, residindo na Rua Campinas.

Ao concluir os estudos, no recém inaugurado “Ginásio Estadual DR. Paulo de Almeida Nogueira”, popular GEPAN, era contratado ao cargo de caixeiro, no “Armazém de Secos e Molhados Vila Nova”, de propriedade de Mario Bertazzo.

Localizado na esquina das ruas Francisco Cesário de Azevedo e DR. Moacir do Amaral, o estabelecimento marcou época, como um dos primeiros edificados fora da região central. A freguesia crescia a cada dia, com o surgimento do Núcleo Habitacional Vila Nova e a chegada do asfalto nos bairros.

O ofício de Ariovaldo, era de extrema responsabilidade, o caixeiro de armazém realizava o controle dos caixas, anotando nas centenas de cadernetas, os pagamentos e compras dos clientes de “fiado”. A intensa freguesia, elegia o proprietário ao cargo de vereador, transformando o estabelecimento em uma referência política da cidade.

COSMOPOLENSE E REPRESENTANTE DOS COSMOPOLENSES
O contato com o povo, as questões municipais, debatidas entre os vereadores no armazém, despertavam no jovem Ariovaldo o interesse pela política. Aprovado em um disputadíssimo concurso público, ingressava na carreira de servidor, trabalhando por 22 anos em diversas áreas da prefeitura, como contabilidade, finanças e obras.

Destacava-se entre os funcionários, atendendo à população com um jeito único e pessoal, sempre atencioso, educado e prestativo em todos os setores. Exemplo de servidor público, atendia à todos sem distinção de situação social, cor ou religião, notabilizando seu nome na cidade, como representante do povo nas eleições de 1976.

Eleito e reeleito pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), participou intensamente das gestões dos prefeitos Oswaldo Heitor Nallin e Orlando Perucci. Sua liderança, o elegeram inúmeras vezes Presidente da Câmara (neste período o mandato de presidência era de um ano), a qual presidiu a primeira sessão da nova casa do legislativo, inaugurada em 1987.

HISTÓRIA MARCADA POR OBRAS PÚBLICAS E COMUNITÁRIAS
O mandato sempre atuante e participativo, na época sem receber salário como vereador, marcavam seus 12 anos de vereança (neste período o mandato era de 6 anos).

Entre seus inúmeros projetos, concepções de leis e participações políticas, relembramos sua importante atuação na criação da Comunidade Nossa Senhora Aparecida (a qual foi Ministro), Comunidade Santo Antônio, Grêmio Estudantil, Casa da Criança, Casco (Centro de Assistência Social de Cosmópolis) e Alcoólicos Anônimos, entre inúmeras outras instituições, associações e grupos de filantropia, beneficiados por suas ideações visionárias.

Foi o principal responsável junto a FEPASA (Ferrovias Paulistas.S.A), na intervenção dos terrenos da Estatal (antiga Sorocabana), para a construção do Terminal Rodoviário, Grêmio Estudantil, Batalhão da Polícia Militar e futura Câmara Municipal.

Em memória da história ferroviária, idealizou a construção da Praça dos Ferroviários (em frente à Câmara Municpal), pedindo a Usina Esther, a doação de um dos antigos

Trenzinhos canavieiros, atualmente exposto precariamente no local. Sua participação como conselheiro municipal, concebeu as construções da Biblioteca Municipal José Kalil Aun e sede da Promoção Social (através de doação do terreno pela Família Kalil Aun), a edificação serviria como base para a futura instalação do Fórum.

Aposentado como servidor público, trabalhou durante anos no Banco Itaú, exercendo vários cargos na agência. Na comunidade Católica, foi ministro de evangelho e capelão, sempre lembrado no momento das exéquias – conjunto de rezas para "encomendar o corpo" para a vida eterna.

PROFESSOR DO MOBRAL
No início dos anos de 1970, com a criação do MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), plano de alfabetização de adultos criado pelo Governo Militar, foi escolhido voluntariamente como primeiro professor do sistema de ensino. Sendo um dos responsáveis, pela implantação desta alfabetização funcional, em Cosmópolis
Ao lado de professoras como Celeste Andretto, lecionou para adultos da região rural da Granja e Saltinho, como também do recém criado EEPG de Cosmópolis (Atual Dr. Luiz Nicolau Nolandi).

APAIXONADO POR COSMÓPOLIS
Em sua ascendência, as primeiras famílias que desbravaram nossa região. Bandeirantes, representantes do Império, que na busca de um pouso, criavam raízes neste chão, lavrando grandes extensões de terras, formando os atuais bairros do Coqueiro, Quilombo, Bairrinho e Horto.

Nas suas narrativas sobre seus antepassados, relembrava fatos e causos, passagens familiares responsáveis pelo surgimento da mais rica região do Brasil. Contava com orgulho sua história familiar e política, com incrível precisão de datas, nomes e detalhes corriqueiros, os quais traziam entusiasmo aos ouvintes, principalmente por serem memórias de Cosmópolis.

Suas críticas ao sistema político, não aceitar a profissionalização do cargo de vereador, assim como o constante declínio partidário, foram os motivos do seu afastamento das urnas. Mesmo distante das disputas eleitorais, exercia seu papel de cidadão, sempre consciente das situações que afligiam sua cidade, sempre estava disposto a debater, argumentar e sugerir novos caminhos ao município.

Falava com coração sobre sua cidade, tinha orgulho em fazer parte como personagem atuante, da história de Cosmópolis.

Seguindo os passos do ilustre primo, o cantor Carlos Queiroz, com seu incentivo e apoio, chegou a ingressar como “crooner”; cantando diversos gêneros musicais, com predileção ao estilo jovem guarda, suas apresentações animavam os bailes do Cosmopolitano, Mutuo Socorro e eventos sociais.

Como dizia Ariovaldo, foram fases da sua da vida, a qual sempre viveu intensamente. Participou até mesmo de peças teatrais do lendário “Grupo Dramático de Amadores Raul Silva”, atuando como vilão e mocinho.

Há menos de um mês, ele fez uma visita ao nosso Acervo Cosmopolense, magro e muito abatido pela doença. Seria sua despedida aos amigos.

Conversou muito sobre Cosmópolis, recordou dos tempos da Vila Mariana que virou Vila Nova, relembrou com saudade dos antigos carnavais, nossa maior festa popular. Indagou como “conseguimos destruir o melhor carnaval paulista”, o carnaval cosmopolense!!

Olhando um painel de fotos, repleto de registros históricos da cidade, falou extremamente emocionado a frase, a qual minha mãe anotou prontamente:

“Nunca sai de Cosmópolis, aqui nasci, cresci e fiz a minha história. Mesmo morando em Cosmópolis, sinto saudades de Cosmópolis. Parece estranho, mas vou te explicar!! Conheço cada pedaço desta cidade, não consigo encontrar nesta situação política, a cidade que tanto tinha orgulho em dizer ser minha terra”.

Aos familiares e amigos, os sinceros sentimentos e lembranças através desta singela homenagem. Descanse em paz Ariovaldo Nabão, ao escrever sua própria história, edificou a história publica cosmopolense...

Texto Adriano da Rocha
Foto Acervo Câmara Municipal de Cosmópolis

Os agradecimentos ao Presidente da Câmara, o vereador André Barbosa Franco, pela disponibilidade do registro fotográfico.


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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

CARNAVAL 2018

"CARNAVAL NA PRAÇA DO CORETO"

Depois de 27 anos, último evento aconteceu em 1991, o “Carnaval” volta para a Avenida Ester.
A Prefeitura Municipal de Cosmópolis, buscando revitalizar a região central, realizará as festividades de carnaval na Praça Major Arthur Nogueira, Praça do Coreto.


  Nesta edição, serão quatro dias de folia, começando no sábado, dia 10 de fevereiro, e terminando na terça-feira, dia 13 (feriado de Carnaval), sempre das 20h até a meia-noite.

A música, fica por conta de uma “Banda Show”, segundo a Secretaria de Cultura, o repertório musical será de marchinhas antigas, sucessos carnavalescos e sambas. Uma seleção musical gravada, criada pelos organizadores do evento, garante relembrar os antigos carnavais da região central.

Barraquinhas e food truck’s, estarão disponíveis nos entornos da Praça, aguardando os foliões com uma ampla variedade de opções de alimentação. Parte dos serviços da aérea gastronômica, serão realizadas por barraquinhas da tradicional “Feirinha de Artesanato”.

“Carnaval na Praça 2018”

Começa amanhã, sábado (10), até o dia 13 (terça-feira de Carnaval). Todos os quatro dias, das 20h às 0h.

Local: Praça Major Artur Nogueira, popular Praça do Coreto, localizada na Avenida Ester, entre as ruas Campinas e Baronesa Geraldo de Rezende.

HISTÓRIA
Marco do surgimento da Villa de Cosmópolis, a Praça Major Arthur Nogueira, desde o século 19, era o ponto principal das festividades de Carnaval, assim como inúmeras comemorações populares do município.
Aos fundos da antiga Estação da Carril Funilense, inaugurada oficialmente em 1898, reuniam-se blocos, corsos e cordões carnavalescos. A Praça, era o ponto de concentração dos foliões, que saiam em grande desfile na Avenida Esther.
Em 1991, com a mudança do Carnaval popular para Avenida da Saudade, não foi mais realizado o evento na Praça e região central.
Nos anos de 1980, últimos Carnavais da Avenida Ester, as comemorações chegaram a reunir mais de 5 mil pessoas na região central, conforme noticiou o “Jornal de Cosmópolis”, em edição de Março de 1988.
Neste período, os desfiles começavam na Avenida Ester, estendendo-se em “marchas” de blocos e foliões, pela Rua Campinas.
As então tradicionais, Corporação Musical de Cosmópolis e Corporação Musical da Usina Ester, garantiam com seus renomados instrumentistas, as celebrações musicais durante todo o percurso da folia.
No auge dos Carnavais cosmopolenses, anos de 1950, a união de blocos da Villa, Cosmopolitano e Usina Ester, as celebrações tinham início da região central (Avenida Ester, Praça do Coreto), terminando o percurso da folia, no extinto “Estádio Thelmo de Almeida”, localizado entre as ruas Campinas e prefeito Moacir do Amaral.
Quem sabe este ano, a iniciativa da Prefeitura, não faça renascer o Carnaval em Cosmópolis!! No passado, não tão distante, foi nosso maior evento, reconhecido em vários períodos, como um dos melhores carnavais do estado de São Paulo.
Tempos, onde quem fazia, organizava e garantia a tradição do carnaval, não era o poder público, mas sim, os foliões cosmopolenses. Vamos prestigiar, Cosmópolis merece este resgate e reavivamento da nossa cultura e tradições !!! Afinal, quem faz o sucesso dos carnavais das cidades vizinhas, somos nos cosmopolenses.
Texto Adriano da Rocha 
Fotos e arte : Acervo Grupo Filhos da Terra e Prefeitura Municipal de Cosmópolis

domingo, 4 de fevereiro de 2018

CARNAVAIS COSMOPOLENSES

AINDA ONTEM...
Há 88 anos em Cosmópolis

Texto Adriano da Rocha
Foto Grupo Filhos da Terra


 Carnaval de 04/03/1930 / A lendária “Banda do Boi”, entre as mais antigas e populares charangas carnavalescas de Cosmópolis. O termo charanga, muito usado neste período, é uma referência as bandas que tocavam músicas festivas, caminhando pelas ruas. Somente era considerada charanga, os grupos musicais compostos por instrumentos de sopro, ritmados por zabumba, prato estridente e bumbo.

Em 1922, publicações “noticiosas” regionais, já citavam a Banda do Boi, como a mais animada dos carnavais da Avenida Esther. Neste registro, feito pelas lentes “photographicas” do mestre Guilherme Hasse, o Carnaval foi comemorado no dia 04 de março.

A velha máquina fotográfica de Hasse, uma enorme caixa de madeira, apoiada em triple de ferro, com flash de pólvora, usando uma cortina de pano como proteção, não cessava neste dia. Em vários pontos, como a sede social do
Clube Cosmopolitano e Estação da Sorocaba, seus estúdios ao ar livre, reuniam blocos, corsos, cordões, uma infinidade de foliões, ansiosos para “perpetuar seu carnaval” na fotografia.

Uma terça-feira de muita alegria e agitação, com as ruas todas “coalhadas “(misturada e cheia) com foliões de toda a região. Destaque no calendário festivo de Campinas, os "Carnavais da Villa de Cosmópolis", atraiam “folgazões”, famílias, e festeiros das villas e cidades vizinhas.

Nesta formação da Banda do Boi, Beriba, Nhê, Canário, Pinga Uma, Lamparina, Palheta, Gorgozola, Papinho, reconhecidos por seus nomes no chapéu de palha, entre os 26 integrantes. A icônica banda, tinha a regência do mestre Odilão, o qual destaca-se no centro da foto, usando uma peruca de cabelos brancos.

Texto Adriano da Rocha
Foto Grupo Filhos da Terra



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sábado, 3 de fevereiro de 2018

AINDA ONTEM...

ACERVO DO ACERVO

Há exatos 5 anos
Uma saudosa lembrança do nosso Acervo Cosmopolense. Berto Tonussi, faleceu em 2016, com 70 anos dedicados ao oficio de barbeiro. Sábado era dia de fila no Salão Tonussi, como dizia o Berto quando terminava um cabelo e barba:" Sua vez, chega mais freguês!!!".
Registro feito pelos olhares sempre atentos, da amiga Izabel Cristina Gagliardi. "Coloninha", com muito orgulho, assumidamente apaixonada por Cosmópolis


Registro fotográfico feito na surpresa, quando Berto conferia os principais "lances" do futebol / Foto Isabel Cristina Gagliardi 
  03/02/2012 / Roberto Tonussi, o Berto Barbeiro, 66 anos de tesoura,navalha, barba e bigode. Enquanto o freguês não chega, e a cadeira está vazia, uma pausa para ler sobre sua segunda paixão, o futebol. Acompanhando no jornal, e no velho radinho de baquelite, da Motobras.

O mais antigo barbeiro de Cosmópolis, Berto tem 66 anos de tesoura, uma profissão que começou com seu pai, João Tonussi, em 1 de Maio de 1926. 

Na data, ainda não oficializada como "Dia do trabalho", o oficio de barbeiro seguia como profissão da família. Destacando três irmãos Tonussi barbeiros, Ponciano, Berto e Fernando.

A Barbearia Tonussi foi localizada em diversos pontos da cidade, inicialmente em 1926, no local onde hoje funciona o Banco Santander, na década de 1940, 1950 e 1960,na esquina da Avenida Ester com Santa Gertrudes, na Rua Antonio Carlos Nogueira. Atualmente, quase 20 anos, O salão de Barbearia do Berto, funciona na Rua dos Expedicionários, em frente a Caixa Econômica Federal. 

Quer cortar o cabelo, fazer barba e bigode, como nos tempos da antiga Vila de Cosmópolis, é só esperar sua vez, que logo o Berto diz:" Pode vir freguês, chegou sua vez".


*Originalmente publicada em nosso perfil do Facebook


LUTO COSMOPOLENSE

ADEUS LUIZÃO PINTOR
Texto Adriano da Rocha
Fotos Família Felisbino



  “Oba oba”, assim cumprimentava à todos sem distinção. Sorriso fácil, contagiante, muita simpatia, eram seus principais cartões de visita. Seu nome, uma das principais referências cosmopolenses na pintura, como também, na definição da palavra amizade.
Com lágrimas nos olhos, o coração apertado, centenas de amigos e familiares, despediram-se de Luiz Felisbino, o popular Luizão Pintor.

Luizão Pintor, faleceu na sexta-feira (02), aos 65 anos de idade, sendo mais de 50 anos, dedicados ao oficio de pintor residencial e comercial. Foi sepultado neste sábado (3), no Cemitério Municipal da Saudade, recebendo as últimas preces e despedidas, de uma multidão de amigos.

Depois de meses lutando pela vida, conseguiu um transplante de fígado; após a cirurgia, complicações geradas pela rejeição ao novo órgão, provocaram seu óbito.

“OBA OBA GENTE BOA”
Esse “Oba oba”, ficará marcado em nossas memórias, como o talento sem igual em seus trabalhos de pintura. Mesmo doente, com inúmeras dificuldades físicas ocasionadas pela doença, honrou todos seus serviços. Fazia os trabalhos sem reclamar, sempre otimista na melhora.

Tataraneto, bisneto, neto e filho de cosmopolenses, Luizão trazia na sua ascendência o sangue das famílias Maia e Felisbino. Primeiras famílias de negros alforriados, que encontraram a verdade liberdade, nas terras da Fazenda do Funil.

Luizão, nasceu e cresceu lá pelas bandas do Baguá, nos tempos das águas límpidas do Ribeirão Três Barras. Tempos, que a maioria do bairro, criado por trabalhadores da Carril Funilense em 1898, eram formados por seus “primicos”, como ele brincando dizia. Quem não fosse primo, com certeza, tinha o Luizão como gente da família.

Corinthians e Mancha Futebol Clube, os clubes que dividiam espaço em seu coração. Nas cervejadas pelos bares da cidade, seus comentários sobre futebol sempre tinham o acompanhamento de piadas, apelidos aos jogadores, e histórias das pelejas entre Villa e Usina Esther.

Sua alegria contagiante, nos saudosos carnavais cosmopolenses, marcavam as “guerras da folia” na Avenida Ester. Batalhas carnavalescas, lutadas com serpentina, confete e farinha de trigo, como acontecia na “Guerra do Sujo”. Onde dificilmente, alguém escapava limpo de farinha.

Como esquecer do Luizão no lendário grupo “Unidos do Baguá”, entre vários blocos, que fizeram história nas ruas e salões da cidade.

Exímio pintor, fez sua história profissional em toda cidade de Cosmópolis e região. Reformou, pintou e repintou, prédios públicos como a Prefeitura, Delegacia, Escolas, mudou as cores da mansão do rico, as cores das mais modestas casinhas cosmopolenses.

“Oba oba gente boa”, ele diz ao chegar no céu. Ao fundo, milhares de amigos cosmopolenses respondem: Seja bem-vindo Luizão!!

Vai em paz Luizão Pintor, sua história fica pintada com vermelho da melhor qualidade, nos corações dos cosmopolenses...
Texto Adriano da Rocha
Fotos Acervo família Felisbino